Sombra

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- Conta aquela história de novo tia Lumine! - uma garotinha pede.

- É, por favooor - dessa vez é um menino a pedir.

Lumine havia ido até o orfanato cuidar de algumas crianças e como de costume ficou mais pra contar a elas uma ou duas histórias, não importa quantas história tenha contado a eles as crianças sempre iriam pedir que a última fosse a da dama da tempestade: uma lenda de uma donzela justiceira que assustava qualquer mal feitor e que dobrava até os raios a sua própria vontade.

- Tudo bem, se é o que vocês querem - ela sorri gentil começando a contar.

Meia hora depois ela estava quase terminando a longa história de aventuras da dama da tempestade quando o príncipe surpreendentemente entra no recinto acompanhado por dois guardas, Lumine franziu o cenho meio enojada e meio confusa já que desde que Diluc havia contado a ela o que o príncipe fez com a família dele ela havia evitado a presença do ruivo de olhos azuis.

- Senhorita Lumine, que surpresa - Tartaglia diz - que bons ventos a trazem aqui?

- Eu lhe faria a mesma pergunta majestade - ela diz com voz calma.

Se o príncipe se irrita com o atrevimento da loira, ele não diz nada.

- Vim fazer algumas doações a esse orfanato em nome da coroa, que tipo de príncipe eu seria se não olhasse pelo meu povo?

"O tipo impiedoso que inconvenientemente você é" a loira pensa, porém ela prefere guardar aquele pensamento pra si mesma.

- Tem razão majestade, me perdoe pela falta de cortesia - ela diz desviando o olhar pras crianças -  eu só vim checar o bem estar de algumas delas e contar algumas histórias.

- Imagino que alegre o dia delas sempre que pode - Tartaglia fala com um olhar misterioso, como quem sabe um segredo - você é uma senhorita muito doce eu diria.

Algo nas palavras do ruivo deixam Lumine extremamente desconfortável, o olhar que ele lhe direcionava parecia inofensivo a princípio porém havia algo de sinistro no fundo. A loira sacode a cabeça de leve pensando estar paranóica, porém o seu instinto não tinha costume de falhar.

- Eu agradeço sua alteza, mas não é necessário me elogiar.

- Gostaria que me acompanhasse em uma caminhada senhorita Lumine - ele convida desviando o assunto.

Lumine disfarça a desconfiança na expressão, algo parecia errado em cada atitude do príncipe porém ela sabia que não havia como recusar sem arrumar problemas. A loira se despede brevemente das crianças e aceita o braço do príncipe pra caminharem lado a lado, ele dispensa seus guardas e os dois seguem alguns metros pelas ruas onde a neve se acumulava suavemente.

- Soube que anda cuidando do estrangeiro e isso tem me deixado preocupado - Tartaglia começa - ele é perigoso, mesmo com os guardas lá pra te proteger ainda tem o risco que ele tente te matar senhorita Lumine.

- Agradeço sua preocupação vossa alteza, mas ele jamais tentou fazer nada além de me deixar fazer meu trabalho.

Tartaglia estreita os olhos e a loira finge não notar, mesmo falando o que queria ela tinha de ser cautelosa.

- Não se engane se ele parece bonito ou educado - o ruivo diz - muita maldade se esconde por trás de sorrisos bonitos.

- Concordo plenamente vossa majestade - Lumine diz com um toque de sarcasmo que Tartaglia não nota - eu serei cuidadosa.

- Preferiria que você o deixasse, ele está condenado a morte de todo modo - o príncipe suspira - mas por hora vou confiar em seus instintos senhorita Lumine.

- Obrigada pela confiança majestade.

Dito isso eles se despedem e Tartaglia observa a loira seguir em direção a própria casa, ele nota uma das fitas que estavam no cabelo dela caída no chão. Ele a pega delicadamente e aspira o cheiro dos cabelos de Lumine que ficaram impregnados na fita sentindo seu desejo crescer.

***

Lumine havia acabado de passar pela porta da cela quando Diluc volta seus olhos carmesim pro rosto dela antes de recair diretamente ao lábios rosados e convidativos, o lembrando do beijo que haviam trocado.

- Preciso falar com você senhor Diluc - ela diz assim que vê ele.

Diluc imediatamente fica atento, ele se senta ereto olhando fixamente pra ela.

- O que aconteceu? - ele pergunta.

- O príncipe me pediu pra não cuidar mais de você - ela diz de olhos estreitos - tem algo... Estranho nele.

Diluc fica em silêncio analisando as palavras dela, os olhos estreitos brilhando com uma raiva além do compreensível.

- Não precisa se colocar em risco por mim - o ruivo diz por fim.

- Eu não pretendo obedecer ele - ela retruca - eu posso cuidar de mim mesma senhor Diluc.

Ele avalia o corpo esguio e aparentemente frágil da loira "fisicamente talvez ela não possa mas ela é inteligente o bastante pra se livrar dos problemas apenas com palavras" ele pensa enquanto mantém os olhos passeando por ela, Lumine esconde o rosto que ficava avermelhado pela intensidade do olhar dele.

- Eu trouxe algumas coisas pra você como sempre - ela diz tentando desviar da tensão crescente entre eles - pode trocar a camisa pra eu levar essa pra ser limpa?

Ele assente positivamente e começa a desabotoar a camisa e Lumine imediatamente vira de costas, nervosa pela situação já que não esperava que ele fizesse aquilo imediatamente.

- Pronto - ele diz.

Quando ela se vira vê ele estendendo a camisa suja pra ela enquanto a limpa que ele havia vestido ainda estava com os botões abertos, exibindo um leve vislumbre da pele clara e dos músculos dele. Lumine desvia o olhar pegando a camisa suja e colocando ela em sua bolsa pra lava-la depois, assim que termina de guardar ela sente os dedos de Diluc tocando delicadamente a pele dela.

- Time cuidado com ele, você sabe que ele nem de longe é alguém bom.

- Eu vou ser cuidadosa senhor Diluc.

Ele assente positivamente soltando o pulso dela, quando Lumine vai embora ela ainda consegue sentir o toque dele mesmo horas depois.

***

- Eu ouvi coisa interessantes ultimamente - Tartaglia diz sorrindo de forma venenosa brincando com lâminas que ele havia formado com hydro - soube que além de tentar me matar você anda tentando enganar e ainda ousou tocar em alguém que me pertence.

Diluc apenas o encara calado, a raiva nos olhos escarlates era visível.

- Posso ser bem piedoso caso me conte a verdade - Tartaglia insiste.

Diante do silêncio do portador de fios escarlates afunda as lâminas na pele das contas dele sentindo um prazer sádico ao ver o sangue dele escorrer, porém o fato de Diluc não emitir nenhum som de dor o frustra.

- Fique longe dela - Tartaglia diz - ou vou fazer você desejar estar morto, eu tenho todo tempo do mundo pra quebrar a sua alma por inteiro.

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Oe oe oe babys tudo bem com vocês? Será que o Tartaglia tem alguma intenção de machucar a nossa Lumine? Será que ela vai perceber que ele anda vigiando ela? Diluc vai ser afastar? O que vocês acham disso tudo? Enfim se gostarem deixem a estrelinha e comentários beijos e até o próximo capítulo ❤️

Chamas Na NeveOnde as histórias ganham vida. Descobre agora