Tramas Sombrias

392 55 277
                                    

Diluc abriu os olhos lentamente e a visão da loira nua agarrada a ele dormindo serenamente foi a coisa mais agradável que ele já havia visto, apertou ela mais contra si e desejou não ter que sair daquela posição nunca mais. Pra ele ainda era uma ironia que justamente quando havia decidido morrer por sua vigança encontrou alguém que o amasse e que ele amasse de volta "Kaeya estaria rolando de rir se estivesse aqui" o ruivo pensa sentindo uma pontada dolorosa de saudade do irmão mais novo e do pai, ainda estava imerso nesses pensamentos quando sentiu a loira se mexer em seus braços e abrir os olhos dourados piscando lentamente.

- Bom dia - ela murmura se apertando mais contra o peito dele, como se não quisesse acordar.

- Bom dia - ele diz suavemente.

- No que você tá pensando pra estar tão sério logo de manhã? - Lumine pergunta.

- Só... Estava lembrando do meu pai e meu irmão.

- Oh... Como eles eram? - ela pergunta com cautela - digo, seus pais e seu irmão.

Diluc suspira, o olhar ficando distante enquanto ele se permitia lembrar de outros tempos onde a família dele ainda estava reunida.

- Me lembro bem pouco da minha mãe, ela morreu quando eu e Kaeya éramos muito novos mas lembro que ela era muito charmosa e inteligente - ele sorri de forma nostálgica - sempre dava algum doce pra mim e meu irmão antes de dormirmos e pedia pra não contarmos ao nosso pai.

O portador de fios escarlates se estica e abre uma gaveta no criado mudo de onde ele tira uma pintura pequena e delicada a entregando pra loira, Lumine toca suavemente as figuras ali desenhadas: uma mulher de pele morena e cabelos e olhos azuis, um homem de longos cabelos ruivos usando o mesmo penteado usual de Diluc e dois garotinhos cada um uma cópia de um dos pais sendo que o garotinho moreno de cabelos azuis chamava atenção por usar um tapa olho.

- Você se parece muito com seu pai e o seu irmão é uma cópia da sua mãe - Lumine comenta ainda admirando a imagem - quantos anos vocês tinham quando isso foi pintado?

- Eu tinha cinco e Kaeya tinha quatro anos - Diluc começa - ele se parecia muito a nossa mãe, até em personalidade embora ele fosse muito mais irritante do que um ser humano deveria ser.

- É fofo que vocês dois sejam cada um uma cópia de um dos pais - ela diz - eu e Aether éramos parecidos com a nossa mãe em tudo... Você se acha parecido com seu pai?

- Não sou nem metade do grande homem que ele foi - Diluc suspira triste - meu pai se sacrificaria pelo bem de qualquer pessoa que julgasse boa, tanto ele quanto a mamãe e Kaeya teriam adorado você.

- Como você tem tanta certeza?

- Você é inteligente, linda, educada e adorável - ele diz pousando o olhar sobre ela - mamãe teria te falado todo o tipo de coisa constrangedora sobre a minha infância, meu pai iria se gabar de eu ter me saído bem em todos os meus treinamentos e Kaeya... Iria tentar me deixar enciumado ao mesmo tempo que faria piadas sobre ele ser uma opção melhor.

Uma risada escapa dos lábios do ruivo e Lumine entende que ele daria tudo pra ter o irmão implicando com ele e os pais falando sobre suas qualidades, ela entendia o sentimento de saudade que se apossava dele e o abraçou com força.

- Meu pai teria gostado muito de você - ela diz baixinho - e o Aether teria uma ou duas crises de ciúmes mas acabaria sendo seu amigo assim que tivesse certeza que você me ama.

- Eu teria feito o meu melhor agido como um perfeito cavalheiro pra convencer eles de que sou digno de você.

- Bom... - ela começa depositando beijos suaves pela clavícula do ruivo - você já é um perfeito cavalheiro e com certeza é digno de mim.

- Não tenho tanta certeza sobre isso - ele diz puxando o queixo dela pra cima, os lábios de ambos roçando suavemente enquanto ele falava - mas sei que eu não deixaria de fazer o impossível pra você me escolher... Você me enfeitiçou e eu sou incapaz de ficar sem você agora Lumine.

Dito isso os dois trocam um beijo apaixonada, toda a dor e saudade sendo varrida pra longe enquanto selavam a promessa silenciosa de sempre estarem juntos naquele beijo.

***

- Então foi isso que aconteceu de verdade - Jean diz um tanto quanto chocada.

Diluc havia finalmente contado tudo a ela, sabia que Jean poderia ajudar a lidar com a situação caso Tartaglia resolvesse não atacar apenas ele mas toda Mondstadt.

- Em resumo é sim, ele provavelmente vai chegar aqui em algum momento, porém que quero estar preparado.

- Eu vou fazer o possível pra estarmos preparados pra qualquer situação - ela suspira - posso te fazer mais uma pergunta?

- Claro - o ruivo responde curioso.

- Você e aquela mulher... Tem alguma coisa acontecendo?

Diluc fica alguns segundos em um silêncio surpreso, não havia imaginado que ela teria coragem de perguntar.

- Sim - ele responde por fim - eu me apaixonei por ela, mais do que pensei ser possível.

- Entendo - a loira diz com uma pontada de amargura na voz - nesse caso eu já vou indo.

Jean deixa a adega do alvorecer e segue direto até a cidade, quando entrou em seu escritório um homem bonito a esperava sentado tranquilamente brincando com uma adaga manchada de sangue seco.

- Finalmente - ele diz - deixar um príncipe esperando é muito rude, pensei que as pessoas por aqui tivessem modos melhores.

- Perdão vossa alteza - ela diz contendo a irritação - tive que averiguar por mim mesma.

- E? - ele questiona estreitando os olhos azuis.

- Posso estregar a garota caso você prometa deixar Diluc e Mondstadt em paz - ela diz encarando o homem ruivo a sua frente - leve a sua obcessão louca pra longe daqui.

- Ora, ora não deveria julgar tão rápido sua insolente - Tartaglia diz rindo - estou de ótimo humor então vou deixar passar, eu apenas quero a minha rainha de volta e não me importo com o que aquele verme faz desde que não tente roubar minha Lumine de novo.

- Ela está na adega, essa noite vou tirar ele de lá com algum pretexto e você pode levá-la.

Tartaglia sorriu com a frieza nas palavras da loira, ele gostava de ver que ela tinha finalmente concordado em entender que ele estava fazendo tudo aquilo por amor.

- Me informe onde vocês vão estar essa noite - ele diz tranquilo - não quero falhas em recuperar a minha rainha.

- Entendido.

O príncipe apenas sorriu largamente antes de sair de forma discreta por uma passagem de emergência que apenas Jean conhecia... A loira se mantinha firme na decisão porém algo no sorriso daquele homem a fazia ter medo.

❤️‍🔥❤️‍🔥❤️‍🔥


Oe oe oe babys tudo bem com vocês? Porra Jean eu confiei em você pra não fazer merda, imagina a decepção do Diluc quando descobrir heim gata... Vai matar as suas chances inexistentes. E o Tartaglia como sempre psicótico... Lumi vai ter pesadelos se chegar a ficar nas mãos desse homem. Enfim se gostarem deixem a estrelinha e comentários beijos e até o próximo capítulo ❤️

Chamas Na NeveOnde as histórias ganham vida. Descobre agora