Capítulo 1 :

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CARLA

Olho na vitrine da loja a minha frente, uma loja de lingeries muito chique. Nem estou podendo gastar tanto dinheiro assim, mas hoje comemoro aniversário de namoro, quatro anos mais precisamente, e estou precisando dar uma apimentada em meu relacionamento.

Namoro com o Renato Becalti desde meus 23 anos, o conheci na faculdade, eu cursava Psicologia, ele Contabilidade. Engatamos nosso namoro desde então. Sou apaixonada por ele, mas, às vezes, tenho dúvidas que esse sentimento seja recíproco. De fato, eu nunca tenho certeza se ele irá se lembrar desta data. Confesso que nos últimos anos ele não tem se lembrado. Aliás, o Renato vive com a cabeça na lua, não vou me frustrar se ele esquecer.

Carla: Ok, vamos lá! — falo para mim mesma, criando coragem e entrando na loja. Uma vendedora com cara de esnobe me olha com desdém. — Devo ter cara de pobre! — Concluo.

Xxx: Olá, querida! Posso ajudá-la?


Ela diz com aquela cara esnobe, como se fosse dona da loja, e não uma vendedorazinha qualquer. Quero deixar bem claro aqui, nada contra vendedoras, mas odeio essas vendedoras que se acham!

Carla: Sim, estou procurando um espartilho preto. — Sorrio, tentando ser simpática.

Xxx: Oh, qual o número que você usa? — Ela me olha de lado, como se visse uma porpeta enorme à sua frente.

Carla: Bom, aí que está o problema, eu uso 42, mas meus seios são um pouco grandes, e a bunda também... — Reviro meus olhos, odeio essa herança familiar, mistura de tudo um pouco, uruguaio, portugueses, e sei lá mais o que.

Xxx: Certo! — Ela entorta os lábios me analisando, e eu tenho vontade de esbofetear essa mulher.

Carla: Qual o problema, querida? Você não tem numeração grande, é isso?! — falo irritada.

Xxx: Desculpe, mas não temos numeração para você. É melhor procurar uma loja de Plus Size! — Ela me olha como se eu fosse uma mortadela enorme e gordurosa.

Carla: Eu não tenho nada contra a loja de Plus Size, mas eu não uso 50! Qual o maior número que você tem? — falo quase perdendo minha paciência. Ela demonstra que está irritada.

Xxx: Vou checar. Só um momento, por favor.

E ela sai para os fundos da loja, usando um manequim 36, provavelmente por isso ela acha todo mundo gordo. Depois de alguns minutos insuportáveis, não sou o tipo que tem muita paciência, a magrela volta com alguns pacotes nas mãos.

Xxx: Achei algumas numerações maiores, vamos ver se os seus seios cabem aqui dentro!

Ela dá uma olhada para a minha comissão de frente, um pouco avantajada demais. Sorrio, pego os pacotes e sigo com eles para o provador.

Xxx: Fique à vontade, qualquer coisa me chame.

Fecho a porta, tiro minha camisa, e tento colocar o primeiro espartilho. Quase sufoco a mim mesma, me mato para fechar os ganchos, e quando me olho no espelho, vejo que meus mamilos ficaram para fora da taça do sutiã. Fiquei ridícula!

Carla: Oh, merda! — Tiro nervosamente o espartilho e pego outro, parece maior, acho que vai servir.

Mais 10 minutos de sofrimento, estou suando em bicas, e concluo que a colocação dessa maldição deve ter sido inventada por um homem.

Carla: Por que nós mulheres nos sacrificamos tanto para ficar sexys para os homens, será que eles merecem mesmo isso?

Olho-me no espelho, meus peitos estão saltados e enormes na taça do sutiã, mas ficou bem sexy. Coloco minhas mãos na cintura, ajeito o espartilho ao meu corpo.

O Advogado Irresistível 🤤Onde histórias criam vida. Descubra agora