Capítulo 143 :

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Coloco o Carlinhos em seu berço, olho os três dormindo por alguns segundos e percebo que uma das meninas dorme igual a Carla com os bracinhos pra cima, resolvo deixar eles dormirem e resolver alguns problemas. Me troco e sigo pelos corredores do hospital, estou me sentindo meio perdido, então volto para a UTI, preciso saber como ela está.




Como imaginei, as respostas da enfermeira são sempre as mesmas: "estável". Nunca odiei tanto essa palavra. Me sento na poltrona da sala de espera e ligo para o meu pai.



José: Arthur! Como você está, filho? — ele diz alegre.



Arthur: Bem, pai... Bom, não tão bem como eu gostaria, aconteceram algumas coisas...



Paro de falar para controlar a avalanche de emoções que afloram, falar com meu pai me deixou emotivo novamente.


José: O que foi filho? O que aconteceu?



Arthur: Pai, as coisas fugiram do controle. A Carla teve os bebês antes da hora, como era de se esperar, eles estão bem, mas ela não, ela está na UTI. — Um silêncio na linha, respiro fundo.



José: Estou indo para aí, Arthur, vou pegar o primeiro voo! Não se preocupe, filho, estarei ao seu lado.



Arthur: Sim, pai. Vou enviar uma foto deles para o senhor e para a mamãe, por incrível que pareça, hoje eu amamentei eles com a mamadeira. — Sorrio ao pensar na cena. — Foi muito legal!



José: Me envie agora, quero ver isso! — Ele tentar mostrar animação.



Arthur: Ok pai. Vou enviar o endereço do hospital que estamos...



José: Me aguarde, filho. Estou a caminho. — Encerramos a ligação.



Vou até o aplicativo de mensagens, escolho a melhor foto que a enfermeira tirou, e uma das fotos que a Carolina tirou ontem e envio para meu pai, juntamente com o endereço do hospital. Aproveito e envio uma mensagem para o Thiago, ele é o meu amigo mais próximo, então quero dividir com ele esse momento.



Mensagem do Arthur:
"Thiagão, nossos filhos nasceram, mas infelizmente houve algumas complicações. A Carla está hospitalizada, mas os bebês estão bem, segue minha foto amamentando eles. Irmão, parece tudo um sonho."



De repente, um vazio enorme me abate, uma tristeza, acho que preciso ir naquela capela, rezar um pouco, estou precisando disso. Me levanto e sigo pelos corredores, sigo as sinalizações, e então chego ao local. É uma capela pequena, algumas pessoas oram fervorosas. Me sento no fundo da capela, olhos fechados, penso nela, no quanto a amo, no quanto quero que ela se recupere, e sinto as lágrimas banharem meu rosto, mas não ligo. Quem falou que não posso chorar?



Me ajoelho na madeira a minha frente, e rezo, peço, prometo e faço juramentos. Faço qualquer coisa para tê-la de volta, inclusive oficializar nossa união, me casar de fato. Sim, essa é a minha promessa: a gente se casará na igreja, assinará a porra do contrato que tanto odeio.



Arthur: Essa é minha promessa, e juro que a pagarei, Senhor! — Termino minha oração.



Sinto alguém se sentar ao meu lado, viro meu rosto de lado, e então vejo a mãe da Carla, e sinto uma emoção tão grande. Ela segura os lábios, eles tremem, as lágrimas inundam seu rosto.


Arthur: Desculpe, Dona Mara! Acho que não cuidei direito da sua filha. — Ela me puxa para seus braços e me abraça forte.


Mara: É Deus quem manda em nossa vida, Arthur! Eu não escolheria ninguém melhor para a minha Carlinha, você é tudo que sempre quis para ela! — ela cochicha em meu ouvido.



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