Capítulo 106 :

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ARTHUR


Eu não queria deixá-la ir embora assim, achando que eu sou um filho da puta, e que a estou enganando gratuitamente. Mas, não consegui, naquele momento, ver um jeito de convencê-la de que tudo foi um mal-entendido. Tenho consciência que foi cagada minha, eu não precisava manter aquelas garotas nos meus contatos de mensagens, mas achava divertido dividir com meus amigos as conversas, mídias, essas merdas.





Ok, também tem aquele negócio do ego, ser assediado pela mulherada faz bem para a autoestima. Mas, no final das contas, nada disso valia a pena, era só curtição, nunca levei nada disso a sério. De fato, eu não sabia mais o que era ser exclusivo de uma única mulher, nem mesmo na época da Priscila. Eu a traia desde o início, nunca gostei dela de verdade, era tudo um jogo, um negócio, nunca levei a sério o que tínhamos.





Mas, não é assim com a Carla, estou apaixonado por ela! Estou levando a sério nosso relacionamento, estou me dedicando, e melhorei pra cacete, não digo 100%, mas 80%, e esses 20% dizem respeito a essas coisas, pequenos detalhes, coisas bobas, mas que para uma mulher faz uma diferença enorme. Eu até deletei e bloqueei alguns contatos, das mais chicletes, e acabei deixando esses talvez por comodismo, babaquice, coisa de homem, temos essa necessidade de provar nossa masculinidade.





Me deito na minha cama, olho para o teto e tento pensar em algo que a faça me perdoar. A Carla é uma mulher difícil, não vai ser fácil convencê-la que não troquei mensagens com essas mulheres, que não sai, e que não tinha a intenção de fazer isso.





Arthur: Merda! — Esbravejo sozinho.




A noite estava boa pra cacete, nosso dia foi ótimo, fechamos um contrato que queria há tempos, iríamos comemorar, e a noite acabaria boa como sempre, a gente se amando e dormindo juntos. Justamente agora, que resolvi que está na hora de virar homem, assumir um relacionamento de verdade. Não estou com muita sorte com a Carla. Ok, a deixarei esfriar a cabeça, amanhã conversamos, quero dizer, se ela for trabalhar. Fecho meus olhos e me puno mentalmente pela burrice.




Arthur: Agora a merda está feita, preciso achar um jeito de consertar! — Me levanto e sigo para cozinha.

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Tive uma daquelas noites de merda, remoendo o que aconteceu, e tentando achar um jeito de conseguir seu perdão. Tomo um banho e me visto rapidamente, quero chegar cedo ao escritório, provavelmente ela estará lá, e teremos um tempo para conversarmos antes do pessoal chegar (prefiro estar sozinho com a Carla, ela costuma gritar um pouco quando fica nervosa).





Logo estou no meu carro, ansioso para ver se a Carla foi para o trabalho, ou chegar à conclusão que a situação está ainda pior do que eu pensava. Abro a garagem e estaciono meu carro, sigo para a porta de entrada, e percebo pelas luzes apagadas que ela não chegou ainda. Um certo desânimo me abate, algo me diz que ela não virá.




Começo minha rotina, despacho alguns e-mails, leio outros, as horas passam rapidamente e logo está no horário de entrada dos funcionários, me levanto, sigo até sua sala, está vazia e do jeito que ela deixou no dia anterior. Ok, ela não vira, é isso! Ligo rapidamente para a recepção, o rapaz atende.




Arthur: Bom dia, Alexandre! — falo sem muito ânimo.




Alexandre: Bom dia, Doutor Arthur! — Ele, ao contrário, fala com energia, animação.





Arthur: Por acaso a Carla ligou para você, avisou alguma coisa?  Ela não chegou ainda!





Alexandre: Sim, ela me ligou a pouco, disse que não virá hoje, assuntos particulares — ele diz em tom de fofoca. — Ela pediu para ajudá-lo, então, assim que eu terminar algumas coisas que estou fazendo, subo a sua sala.




O Advogado Irresistível 🤤Where stories live. Discover now