Capítulo 5

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A primeira bola de neve atingiu um sifão vermelho de Cassian, em seu braço esquerdo e desprotegido, o illiryano correu para se esconder atrás de uma grande árvore, logo estudando o local com os olhos a procura de seus inimigos.

Alya riu baixo vendo o illiryano se esconder, não percebendo que foi ela quem o atacou. Seu contato com a luz a fazia ter certa velocidade que era invejada por muitos guerreiros, agora, com seus sete sifões dourados, seu poder bruto era filtrado e transformado em força maior. A guerra anual de bola de neves, ela considerava isso um assunto sério, Cassian e Azriel também achavam isso daquele encontro anual dos amigos e irmãos, afinal, também usavam seus sifões e toda a brutalidade illiryana que tinham.

Alya era uma verdadeira guerreira illiryana com seus 18 anos de idade. O rito de sangue foi difícil, quase monstruoso, ainda lembra de como foram separados, nada de armas ou comida, apenas a roupa do corpo. Mas, Alya tinha uma grande chance, nenhum de seus oponentes era acostumado a ter suas asas atadas, Alya não tinha asas para serem presas, Alya sempre soube viver sem isso. Ela sabia que alguns illiryanos matavam um ao outro, mas ela evitou isso o máximo que pode, lutando até os adormecer, cansando seu corpo até não mais poder lutar, ela evitou o máximo mas não saiu sem nenhuma morte, ela não perderia essa luta e não pararia de lutar só por uma vida que foi tirada.

Foram dias subindo a montanha, sobrevivendo do pouco que a floresta nevada a oferecia, ela ainda não tinha conseguido encontrar nenhum dos garotos. Estava difícil, ela estava quase desistindo. Mas então, ouvirá um grito.

Ainda não! Alya! Ainda não!

Rhysand, Cassian ou Azriel, ela não sabia qual deles havia gritado tão profundamente e intensamente para a fazer levantar e correr para sua vitória. Alya os encontrou em poucos minutos, eles se juntaram e protegeram um ao outro, lutando juntos e sobrevivendo.

Ainda não? Sua mente se questionou, mas logo viu seu sucesso tão diante de seus olhos, tocar a joia. Sobreviver a isso e ter a joia, ela conseguiria, eles conseguiriam. Ainda não, tem razão. Ainda não chegou o momento de desistir.

Agora, eles tinham vencido. Darion, pai de Rhysand e Mira, ainda Grão-Senhor da Corte Noturna, tinha tentado separar os cinco, enviando Mira com sua mãe para Velaris, deixando Rhysand como general, Azriel como Mestre Espião, Cassian treinando novos guerreiros e Alya como a Mestre de Armas. Ele tentou, mas não havia conseguido, todos já eram adultos e sempre conseguiam arrumar um tempinho para se juntarem.

Alya se abaixou quando uma bola de neve partiu em sua direção, os farrapos de neve branca se juntaram ao seu cabelo assim que atingiu a árvore que a mesma se escondia, olhando para o lado, encontrou Rhysand. Suas sobrancelhas se arquearam em deboche para o príncipe, o provocando com seu intenso olhar luminoso.

Algumas coisas tinham mudado desde o dia em que Rhysand tinha visto Alya com outro. Ele se afastou, muito, a ponto de seus amigos e Adhara perceberem, mas de nada adiantava questionar o motivo disso, ele nada dizia. Alya se sentiu triste e frustrada no começo, vendo como o tratamento dele mudou drasticamente, se tornou difícil ele a tocar, beijar sua mão e acariciar seus cabelos, ainda mais difícil a chamar por apelidos os quais ela apreciava.

Mas estava tudo bem, ela sabia. Não era isso que a faria desistir de tudo.

Alya se abaixou rapidamente quando percebeu Rhysand se aproximando, encolhendo seu corpo atrás da árvore, enquanto ouvia as bolas de neve voando pelo ar.

— O que está fazendo? — Alya perguntou, com os anos, aprendeu a lidar melhor com seu problema de pronuncia, claro, ela ainda tinha seus momentos em que não conseguia impedir. Mas se respirasse fundo e falasse pouco, tudo iria funcionar.

Invencível | ʳʰʸˢᵃⁿᵈWhere stories live. Discover now