Capítulo 15

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Tamlin gritou quando a lâmina que a humana segurava perfurou sua carne, partindo o osso. Por um momento nauseante, quando o sangue de Tamlin escorreu em sua mão, ela achou que a adaga de freixo o atravessaria. Mas, então, ela ouviu um leve estampido, e uma reverberação lancinante na mão quando a adaga atingiu algo duro e resistente.

Tamlin inclinou o corpo para a frente, o rosto ficou pálido, e Feyre arrancou a adaga de seu peito. Conforme o sangue escorria da madeira polida, ela ergueu a lâmina. A ponta estava quebrada, dobrada sobre si mesma. Tamlin segurou o peito enquanto ofegava, e o ferimento já cicatrizava.

Feyre olhou para a plataforma onde ao lado de um Rhysand, estava Alya, e seus olhos queimavam em sentimentos.

Amarantha ficou de pé. Os feéricos murmuraram uns para os outros. Feyre soltou a adaga, fazendo com que quicasse pelo piso de mármore vermelho.

- Ela venceu - disse alguém na multidão.

- Liberte-os - ecoou outro. Mas o rosto de Amarantha ficou pálido, as feições se contorcendo até se tornarem verdadeiramente viperinas.

- Vou libertá-los quando achar que devo. Feyre não especificou quando eu precisaria libertá-los, apenas que eu precisaria. Em algum momento. Talvez quando você estiver morta - terminou Amarantha, com um sorriso de ódio. - Presumiu que quando falei de liberdade instantânea com relação ao enigma, ela se aplicava às tarefas também, não foi? Humana tola e burra.

Feyre andou para trás à medida que ela descia os degraus da plataforma. Os dedos de Amarantha se contraíram em garras, o olho de Jurian estava desesperado dentro do anel, as pupilas se dilatavam e se contraíam.

-Mas você - sibilou ela para a humana. - Você. - Os dentes de Amarantha reluziram, ficaram afiados. - Vou matar você.

Muitos gritaram, mas ela não conseguiu se mover, não conseguia sequer tentar sair da frente quando algo muito mais doloroso que relâmpago a atingiu e ela caíu no chão.

- Vou fazer com que pague por sua insolência - grunhiu Amarantha.

Feyre gritou. Seus ossos se despedaçavam conforme seu corpo se ergueu e se chocou contra o piso duro, ela foi esmagada sob mais uma onda de agonia torturante.

- Admita que não o ama de verdade, e vou poupá-la - sussurrou Amarantha, - Admita que é um pedaço de lixo humano covarde, mentiroso e inconstante.

Feéricos começaram a gritar que aquilo era injusto, exigiram que Tamlin fosse libertado da maldição, e chamaram Amarantha de ardilosa e trapaceira. Em meio à névoa, Feyre viu Alya agachada ao lado de Tamlin. Não para ajudá-lo, mas para pegar a...

- São todos porcos, todos porcos imundos e ardilosos.

Feyre chorou entre gritos quando o pé de Amarantha atingiu suas costelas quebradas. De novo. E de novo.

- Seu coração mortal não é nada para nós.

Então, Alya se levantou, com a faca da humana ensanguentada nas mãos. Ela disparou contra Amarantha, ágil como a velocidade da luz, a adaga de freixo apontada para a garganta dela. Amarantha ergueu a mão, sequer se incomodando em olhar, e Alya foi atirado para trás por uma parede de luz branca.

Alguém rugiu, não alguém: Rhysand.

Se Alya ouviu, não demonstrou reação ao atingir o chão e se levantar de novo, avançando contra Amarantha, com mãos que agora brilhavam em garras douradas. Ela se chocou contra a parede invisível que Amarantha tinha erguido em volta de si.

- Sua imundície traidora - disse Amarantha, fervilhando, para Alya - Você é tão ruim quanto essas bestas humanas.

Alya exibiu os dentes, um a um dos seus dedos foram retorcidos e quebrados, deixando rastro de sangue quando a pele rasgava.

Invencível | ʳʰʸˢᵃⁿᵈWhere stories live. Discover now