Capítulo 11

1K 175 14
                                    

Mais magra e mais pálida estava Alya. Em frente ao espelho ela ajeitava suas roupas e fechava botões, ela odiava esses malditos botões, mas era melhor do que encarar seu corpo cheio de ossos aparentes.

Alya se tornou mais do que uma guerreira, agora era um doce brinquedo. Claro, seu espírito corajoso e forte parecia ter queimado uma fagulha dentro de Amarantha, Rhysand era a puta e Alya, Alya era só um brinquedo.

Anos após anos, na mesma data que antes era incrível, hoje se tornou nada mais do que miserável. Antigamente Alya amava se imaginar com Rhysand, gostava de fechar os olhos e visualizar em sua mente maliciosa como seria quando ele tomasse seu corpo com todo desejo que tinha guardado, mas agora, a cada vez que ele a toca no dia da Queda das Estrelas, Alya só deseja que ele saia de dentro dela.

Alya só deseja seus abraços, ela faz o ato sexual com Amarantha assistindo, esperando apenas que acabe, para que assim possa ficar a noite toda abraçada com seu rei, e assim, ele limpando suas lágrimas que já não caiam mais.

Naquele dia, o mesmo dia que Alya lutou ao lado da Corte Invernal e outras cortes em busca de liberdade, Amarantha se divertiu os assistindo e logo depois, se divertiu matando 20 crianças da invernal. Alya mal conseguia olhar para Kallias, mesmo depois de tantos anos, e ele, tampouco conseguia olhar para ela.

Amarantha estragou tudo, sua vida, seu amor e sua amizade.

Alya se lembra da vergonha que sentiu quando tentou falar com Kallias, ela de engasgou com suas próprias lágrimas, sendo consumida por soluços dolorosos e sons deprimentes de choro, ela não conseguia formar nenhuma frase clara quando gaguejava tanto quanto era criança. Kallias não disse nada, ele tinha a frieza e tristeza no olhar, de luto pela luta que perdeu e seu povo que morreu. Pelo menos Viviane estava à salvo, o que sua grande amiga pensaria dela? Alya que começou essa rebelião.

A illiryana estremeceu quando o tecido se apertou em suas costas mal cicatrizadas. Um maldito brinquedo, é isso o que ela era para Amarantha, o maldito brinquedo que destruiu a família de Tamlin, ela não se arrependia. Seria chicoteada mais mil vezes se pudesse matar novamente os irmãos e mãe daquele maldito Grão-Senhor.

Com a costumeira raiva que queimava em sua pele, Alya saiu de seu quarto. Encontrando Rhysand a esperando no corredor.

- Vamos para a Corte Primaveril - ele disse, olhando para a parede atrás dela.

- Por que? - Ela pergunta, olhando para o chão.

- Apenas dar uma olhada em Tamlin.

- Amarantha deu mais alguma ordem? - Ela levanta um pouco os olhos, olhando o peitoral de Rhysand escondido por roupas.

- Não, só verificar Tamlin.

Alya assentiu, fechando a porta e saindo para o corredor, se Amarantha não deu ordens, isso significava que ela queria que Alya espalhasse terror, queria que Alya mostrasse mais do seu título como degoladora. Amarantha sabia da luz selvagem de vingança que Alya ainda tinha dentro de si, e usava isso para amedrontar Tamlin.

Uma mão grande se enrolou em seu pulso, Alya sentiu seu corpo se arrepiar e suas costeletas congelarem.

- Não faça o que está pensando, Alya.

Alya não o olhou, puxando seu braço para fora do aperto, ela responde:

- Você não sabe nada sobre o que eu penso.

────────⊹⊱♡⊰⊹────────

Rhysand e Alya estavam na escuridão, observando os feéricos livres que ainda tinham a oportunidade de festejar.

A illiryana torceu a boca em desgosto ao observar como eles viviam e festejavam como se todas as outras cortes não estivessem sofrendo com mortes e desgraça.

Seu Grão-Senhor odiava esse lugar, mas Alya de certa maneira gostava. Era aqui que fazia suas vítimas, cortava pescoços, desmembrava corpos e fazia Tamlin estremecer. Rhysand sabia o que ela estava pensando em fazer.

- Não, Alya.

- Não o que, Rhysand? - Murmurou, ainda falava mais devagar do que queria.

- Você sabe.

Alya revirou os olhos, ela sabia muito bem.

- Não tente mentir dizendo que só está aqui por Tamlin, sei que tem algo mais do que isso. Então vá, faça seus negócios, eu farei os meus.

A guerreira começava a partir e se afastar.

- Ainda vai continuar? - Ele pergunta, nem mesmo Rhysand entendia a profundidade do que Alya sentia. - Depois de tantos anos?

- Tamlin ainda não devolveu o que foi roubado. - Com isso dito, ela saiu.

Além das vidas de sua mãe e irmã, Rhysand não sabia o que tinha sido roubado, mas, essas vidas Tamlin nunca poderia devolver, mesmo se quisesse, e Rhysand sabia bem que ele não queria.

O que ele roubou?

────────⊹⊱♡⊰⊹────────

Alya procurou rapidamente por qualquer animal grande na floresta da primavera. Ela não mataria um feérico, sabia bem que era isso o que Amarantha desejava, então, não faria.

Agora, ao lado da mansão de Tamlin, ela usava uma faca ruim que roubara de um bêbado qualquer, o veado já estava morto, e agora ela cortava sua cabeça.

A illiryana parou quando viu algo saindo da mansão, ou melhor, alguém. Suas mãos sujas de sangue animal não se moveram, mas seus olhos ágeis acompanharam a humana. Alya observou até que ela sumisse, até que minutos passassem e ela se lembrasse do que estava fazendo.

Balançando levemente a cabeça, ela se levantou e começou a arrastar seus dedos sujos na parede ao lado de fora.

Uma mensagem.

Devolva o que foi roubado. E ao lado dessa mensagem, estava o corpo do animal destruído, junto da cabeça.

────────⊹⊱♡⊰⊹────────

Alya voltou, procurando por Rhysand, ele provavelmente já viu o que queria, e ela tinha feito o que desejava.

Quando o encontrou, viu e sentiu a mesma presença que saia da mansão.

- Ah, você está aí. - Rhysand parece aliviado quando Alya aparece. - Estive a sua procura.

Alya não diz nada, e se coloca ao lado de seu Grão-Senhor, encarando a humana levemente assustada.

- Eu... Tenho que ir - fala a humana.

- É melhor. - Murmura Alya, a iluminação mostrando o sangue quase seco em suas mãos e braços.

A garota some. Restando somente Alya e Rhysand.

- Então, quem é a garota? - Ela pergunta.

Rhysand dá de ombros, mais perdido em pensamentos do que nunca.

- Não sei.

- Não sei

Ops! Esta imagem não segue as nossas directrizes de conteúdo. Para continuares a publicar, por favor, remova-a ou carrega uma imagem diferente.
Invencível | ʳʰʸˢᵃⁿᵈOnde as histórias ganham vida. Descobre agora