Quero você do jeito que quiser

Sentimento seu nenhum - Parte III

{Maraisa}

...eu estou sempre aqui para o que precisar.

Aquelas palavras de Danilo nunca fizeram tanto sentido.. Pouco tempo depois, eu acabei perdendo uma pessoa muito próxima a mim, uma irmã.. e nesse dia quando tudo aconteceu, ele foi o primeiro a me mandar mensagens de apoio e de carinho. Ele não estava no Brasil, na época, e disse que assim que chegasse iria me visitar. Mas isso não fez com que ele estivesse presente na minha vida. Ele fazia questão de me mandar mensagem todos os dias pela manhã e no final da noite ele sempre mandava mensagem com os dizeres: eu estou sempre aqui para o que precisar.

Os dias foram passando e eu fui me levantando com o apoio de amigos, familiares, fãs e dele.

Um novo ano começou.

Eu e Maiara estávamos tentando processar tudo que tinha acontecido. Não sabíamos muito bem o que fazer.. a gente só ia só automático.. um dia após o outro.

— Maraisa.. — Paulinha apareceu na sala e eu a olhei. — Eu vou sair rapidinho, vou resolver umas coisas no escritório e não demoro.

Concordei com a cabeça.

— Tudo bem. Eu preciso ir? — Perguntei só por perguntar pois eu não queria sair de casa.

— Não. Não precisa. — Ela se aproximou de mim e beijou minha cabeça.

Ela saiu e eu fiquei na mesma posição.

Esse era um de muitos dias em que eu acordava e queria ficar quietinha.

No dia anterior eu e Maiara fizemos show e sempre tentávamos mostrar para os nossos fãs que estávamos tentando seguir em frente, levando o legado da nossa Rainha. Mas eu não queria seguir, não sem ela.. e eu preferia ficar quietinha no meu canto.

A campainha tocou e eu não estava nenhum pouco a fim de me levantar daquele sofá.

A campainha voltou a tocar e eu lembrei que não tinha mais ninguém em casa.

Com muito esforço eu me levantei e fui atender a porta. Abri a porta e lá estava ele.. Danilo. Meus olhos se embaçaram no mesmo instante e eu sabia que eram as lágrimas. Eu não consegui falar nada e Danilo entendeu... apenas se aproximou e me abraçou bem forte.

— Pode chorar, minha pequena.. — Essas foram últimas palavras que eu escutei quando eu caí no choro.

Não sei por quanto tempo eu fiquei ali naquele abraço.. eu sentia as mãos de Danilo fazendo um leve carinho nas minhas costas e escutava suas palavras de carinho e conforto.

O choro foi cessando e então eu me afastei limpando o rosto.

— O que você está fazendo aqui? — Perguntei ainda na porta.

— Eu prometi que vinha, não prometi? — Ele disse passando o dedo no meu rosto secando a lágrima que acabara de cair. — Cheguei ontem no Brasil e vim direto para cá.

Tentei esboçar um sorriso em forma de agradecimento.

— Você não existe. — Falei baixinho e dei espaço para ele passar. — Entra, Dan..

Ele passou por mim e eu fechei a porta.

— Como você está? — Ele perguntou mais por protocolo pois sabia que eu estava mal.

— Estou levando.. um dia após o outro. — Eu não tinha por que mentir para ele. — Não está sendo nada fácil.. tem dias que eu acordo e acho que vou ficar bem, mas tem dias que parece que o caminhão passou em cima de mim e eu não tenho forças para levantar e confesso que nem quero. — Falei enquanto caminhava com ele para o sofá.