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– Uma sorte que eu trouxe o avental do restaurante que trabalho, ou melhor trabalhava! – Dizia Jeovan abatido enquanto amarrava o avental no cara esbelto a sua frente que não tirava os olhos de sua direção.

Por que razão ele me olha tanto?Nunca viu outro garoto igual a ele na vida!? – Indava Jeovan em pensamento desviando o olhar dele incômodado.

– OK! Acho que podemos ir, pego o meu cell em casa, boto uma roupa em você para depois eu te levar para o posto de saúde para ver obviamente como está a sua saúde. – Explicava Jeovan passo a passo do que iria fazer para ajudar o garoto misterioso que cambaleava suas pernas ao mesmo tempo em que sorria sem motivos.

– Aliás o meu nome é Jeovan e o seu? – Pergunta Jeovan ao cara.

...

O silêncio do cara branquelo já tava incomodando Jeovan há um bom tempo, mais mesmo assim o desconhecido só fazia o olhar de forma tímida.

– Você é mudo? Eu sei que você me escuta mais por quê você não me responde? Eu preciso pelo menos saber o seu nome garoto! – Exclama Jeovan ao garoto misterioso que abaixava a cabeça assustado.

– Isso não tá ajudando... Eu mal te conheço e já tô me exaltando contigo, esquece, depois nós resolvemos isso, você deve estar com frio, vamos pra minha casa, vou botar umas roupas em você. Consegue andar? – Pergunta Jeovan o aponhando entre seus ombros após ver o seu equilíbrio desenfreado. Ambos vão caminhando até a caixa de pertences de Jeovan em seguida saindo para fora da praia em passos lentos.

– Mano! Parece que ele nunca andou na vida.

***

Jeovan chega em sua casa finalmente após os mil quilômetros de lentidão abre a porta da frente, colocando o garoto rapidamente no sofá que logo se descontraí pela maciez das plumas embaladas abaixo do objeto como se nunca tivesse sentido aquilo antes, a mesma coisa com os outros objetos instalados pela casa que via pelo seu olhar, tudo parecia novo para ele, parecia que via um mundo mágico e fantástico que para Jeovan era só a sua sala mal pintada e sem graça ao qual viveu por todos os seus dezenove anos de vida.

– Ué, você por aqui?! Filho, voltou tão cedo do restaurante! – Falava a mãe de Jeovan, uma mulher alta, morena e magra que saia do banheiro com os cabelos pretos encharcados do banho. Já vestida.

– Mãe, eu posso explicar... Sobre as duas coisas! – Sua mãe já esgueirava o olhar tentando entender o garoto em cima do sofá quase nu.

– Ah... Oi garoto, dentre os amigos do meu filho, você eu não conheço. – A mãe tentava ser o máximo educada naquela situação. Jeovan pega na mão de sua mãe puxando-a em direção a cozinha ao fundo da sala, longe dos ouvidos do "visitante" ao qual a mãe não conhecia.

– Rapidamente me diga, por quê tem um garoto branco e praticamente nu em cima do meu sofá? Olha, eu não me importo com quem faz amizades filho. OBS: 'Contanto que não seja um vendedor de drogas, maconheiro ou um psicopata que possa me matar.' Mais aquele garoto alí está literalmente com a BUNDA NO MEU SOFÁ! – Reclama Sra. Jéssica com os olhos esbugalhados para Jeovan esperando a sua explicação.

– Já disse que posso explicar... Eu acabei encontrando esse garoto desacordado na praia, estava sem roupa, ele parece não lembrar de nada do que aconteceu antes de eu encontrá-lo, mais pelo seu estado acho que ele veio de um barco que afundou no mar, não tenho a certeza, ele não me responde. – Explica Jeovan o ocorrido à sua mãe que estranha um pouco de início mais logo entende a situação.

– Hmm... Geralmente não acontece acidentes de barcos por aqui, é bem raro. – Dizia ela tentando entender a situação – Mesmo assim o que fazia na praia pela manhã? Não devia estar trabalhando no restaurante? – Pergunta a mãe ao filho que tentava desviar o olhar envergonhado.

– Então... Minha mãezinha querida do meu coração... – A mãe interrompe.

– Nem precisa desse seu teatro Jeovan, te conheço, aposto que você foi demitido. – Supõe a mãe acertando em cheio, ela sai da cozinha indo novamente para a sala em direção ao garoto desconhecido em seu sofá.

– Bom, acho que você precisa de um banho meu jovem, vou na delegacia falar sobre o seu problema. Jeovan, você leva ele pro posto de saúde, peço para o policial Denver encontrar ele lá para ajudá-lo – Explica passo a passo o seu plano de ajudar.

Sra. Miles pega sua bolsa na estante de um pequeno armário saindo em seguida de casa para a delegacia deixando os jovens sozinhos novamente.

– O que eu faria sem a minha mãe!?  Bom, garoto que eu não sei o nome... – Interrompido novamente.

– Ban. Meu nome é Ban. – Fala o cara finalmente deixando Jeovan surpreso.

– Há! Então agora você fala!? Por quê não falou comigo antes quando me apresentei lá na praia? – Pergunta Jeovan um pouco irritado.

– Meu pai me ensinou à nunca confiar em humanos. – Responde Ban.

– Seu pai não tá errado, mais mesmo assim entrou na casa de um estranho. – Retruca Jeovan – ESPERA... Então... Você se lembra das coisas que aconteceram antes de você parar naquela praia? – Pergunta.

– Eh... podemos falar sobre isso depois do banho? – Pergunta Ban tentando fugir da pergunta.

– Ash... Tanto faz, só vai pro banheiro ao lado e toma um bom banho, vou pegar algo pra você vestir. – Manda Jeovan saindo em direção ao seu quarto quando é parado por uma pergunta de Ban:

– O que é um banheiro?

A pergunta foi tão perplexa que fez Jeovan esbugalhar os olhos, ele realmente pensava no momento...

Com quem diabos eu estou lidando!

***

Acima Do Oceano [Concluído]Where stories live. Discover now