fragilizado

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Após um dia de diversão intenso até Jéssica chegar, os meninos resolvem descansar sentados no sofá para aproveitar o resto da noite assistindo filmes, aperitivos, histórias engraçadas e piadas bobas de acompanhamento, sendo suas risadas o ápice da emoção boa.

– Acho que a gente já assistiu uns quatro filmes de terror seguidos, tem certeza que está tudo bem? Eu estou sentindo sua mão tremendo! – Perguntava Jeovan segurando a mão de Ban enquanto estavam deitados no sofá.

– Não... Eu tô bem! Acho que me acostumei com corpos pra todo lado na maioria dos filmes que assistimos.
– Responde Ban fingindo coragem mesmo sendo nítido em seu rosto que estava morrendo de medo.

– Acho que minha mãe já dormiu... – Deduzia Jeovan se esgueirando pra olhar o quarto de sua mãe ao fundo do corredor. Ela não saía de lá faz um bom tempo.

Mesmo de longe conseguia ouvir alguns roncos dela, obviamente de cansaço. Logo Jeovan aproveitava pra ser um pouco mais grudento com Ban colocando seus braços contra o corpo dele o abraçando fortemente como um urso de pelúcia fofo.

– O que tá fazendo? – Pergunta Ban mesmo sabendo.

– Só quero ficar agarrado em você! – Responde Jeovan beijando sua bochecha.

– Sabe que amanhã eu tenho que ir!? – Lembra Ban triste ao falar.

– Por que seu pai tem que ser tão protetor? Eu posso te proteger aqui, talvez se eu falasse com ele...

– Iria fazer isso como? O meu pai não sai da água desde que... Minha mãe se foi... – Revela Ban mal ao mencionar sua falecida mãe.

Ban se separa de Jeovan se sentando no chão da sala esperando que ele fizesse o mesmo. Estava afim de contar um pouco da sua infância trágica mesmo que fosse difícil. Jeovan se senta no chão ao seu lado o olhando diretamente.

– Pelo que falei antes, parece impensável, mas, os meus pais quando jovens subiam para superfície, as poucas coisas que eu sei sobre os humanos eu aprendi com a minha mãe, acho que minha curiosidade veio dela. Meu irmão mais velho Glover é um pouco sério, mais haver com meu pai. Um dia a minha mãe se meteu numa confusão, uns pescadores estavam tentando capturar um tubarão branco que estava na enseada, minha mãe mesmo sendo impedida pelo meu pai não aguentou ficar sem fazer nada, meu pai tinha que nos proteger, ela até que conseguiu soltar o tubarão que irritado acabou... – Aquele era o limite de Ban. Sua boca só tinha parado para não falar.

Jeovan mesmo sem a resolução imaginou o final, ficava sem falas, aquilo era assustador para ele, imaginava para uma criança.

– Você é bem mais forte do que eu imaginava... Conseguir superar o medo do seu pai e subir a superfície por um sentimento forte de conhecimento mesmo depois de tudo. Você é incrível! – Diz Jeovan com um sorriso que aquece o coração de Ban.

Aquilo era tão gentil de sua parte.

– Eu também perdi o meu pai, há dois anos atrás, por causas naturais. Sei que minha mãe sente muita saudade dele pois ouço ela chorando às vezes durante a madrugada. Muitas dessas vezes é por ela não conseguir me entender. O futuro me assusta, não sei nem dar o primeiro passo pra chegar nele, eu tenho medo! – Aquilo era um desabafo real de Jeovan para Ban que o via soltar uma lágrima sem querer, era o suficiente para Ban o abraçar forte.

– Eu gosto muito de você Jeovan!.. E... Eu não quero ir embora! Não quero ficar longe de você! – Falava Ban desabando em lágrimas.

Jeovan só concordava, juntos choravam em um silêncio úmido e triste no meio da sala.

***

Após uma noite complicada, a manhã chega novamente na casa dos Miles. Ban e Jeovan ambos se encontravam juntos no quarto se entregando olhares após acordarem. Era como se nenhum dos dois tivessem desabafado suas tristezas, seus rostos ainda mantinham marcas escuras das lágrimas, seus corpos estavam suados pelo calor que a noite trouxe, mais nada disso parecia tão ruim para eles que sorriam um para o outro como dois jovens apaixonados. Sua mãe os chamava da cozinha.

– Aff!!! Minha mãe não costuma gritar tanto, você tá melhor? – Pergunta Jeovan beijando sua bochecha.

– Um pouco. E você? – Responde Ban devolvendo à pergunta.

– O meu sorriso responde a sua pergunta? – Pergunta Jeovan sorrindo de orelha à orelha.

Ban não se contém, beija os seus lábios pegando no seu maxilar. Jeovan retribui o pegando pela cintura para uma melhor sincronização. Eles levantam da cama após o canto de um canarinho acima da janela ressoar no quarto, até que combinavam com os gritos de dona Jéssica. Saindo do quarto dão de cara com um total de gente na sala os esperando.

– Mãe? O que o policial Denver tá fazendo aqui? – Pergunta Jeovan soltando rapidamente a mão de Ban que olhava surpreso para quem estava na sala o esperando.

Acima Do Oceano [Concluído]Where stories live. Discover now