açaí

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– Jeovan, ¿qué estás haciendo? – Perguntava Guilhermo com um certo medo de seus fregueses irem embora de sua sorveteria após o surto.

– Ah... Não foi nada demais, não se preocupem, eu só  me preocupo demais com o meu amigo, ele é... Sensível! – Jeovan tenta dar uma de suas explicações convincente sobre seu surto.

A dúvida girava em torno da sorveteria, se perguntavam se era verdade ou não, depois de uns segundos acabam acreditando voltando a se dedicarem aos seus sorvetes. Guilhermo fica aliviado.

– Foi mal Guilhermo. Vem comigo Ban. A gente volta já Elena. – Avisa Jeovan pegando Ban pelo braço o levando até os fundos da sorveteria onde ficavam os banheiros.

– Por que gritou? Fiz algo de errado? – Pergunta Ban confuso.

– Desculpa gritar com você, mais não podia tomar o açaí, eu acabei me esquecendo que também é água. – Explica Jeovan seu real motivo, ele segurava o copo na mão, Ban entende o seu surto mais ainda sentia vontade de provar o açaí.

– Que tal você tomar no banheiro, se esconde em uma das cabines e fica lá até acabar. – Sujere Jeovan dando o copo e a colher pra Ban o colocando para dentro do banheiro masculino.

– Você vai me esperar? – Pergunta Ban com medo de acabar sozinho e perdido.

– Claro que vou, não se preocupa! – Diz Jeovan fechando a porta do banheiro voltando a mesa com Elena.

– Por que levou ele pro banheiro com o copo de açaí? – Pergunta Elena curiosa.

– Ah... Ele tem vergonha, acho que ele acabou esquecendo disso. - Responde Jeovan qualquer coisa que vinha a cabeça.

– Hmm... Ele é algum amigo seu de fora? Eu sei que não é da sua família. – Pergunta Elena.

– Acho que eu posso te falar... Encontrei ele na praia hoje de manhã, logo depois que sai do restaurante. Eu parei na praia e o encontrei. Ele é um garoto naufragado, o policial Denver achou melhor ele passar um tempo em casa até ele achar a família de Ban. – Explica Jeovan tudo o que aconteceu da manhã pra tarde deixando Elena com mais dúvidas.
– Umas horas não é o suficiente pra conhecer uma pessoa de cabo a rabo. – Exclama Elena voltando a tomar o seu açaí um pouco emburrada.

– Você sabe que eu tenho essa mania de me preocupar demais com os outros, mais do que comigo mesmo. – Exclama Jeovan enquanto comia o seu açaí ainda olhando de vez em quando o banheiro masculino esperando Ban sair.

Em uma das cabines do banheiro masculino estava lá Ban sentado acima da tampa do vaso sanitário se deliciando com o seu açaí enquanto sua cauda turquesa balançava de um lado para o outro se debatendo entre as paredes apertadas da cabine.

– Isso é tão bom! Quanto mais eu como mais gosto da superfície! – Pensa alto enquanto se entupia de açaí, sua boca estava lambusada como a de um cachorro raivoso. Logo ouvia um barulho na porta do banheiro, alguém tinha entrado fazendo ele se encolher de medo. Queria dar uma espiada esperando que fosse Jeovan mais tinha um mal pressentimento então decide só esperar para ver se o estranho saía, o que não foi o caso. Ban via a sombra do tal andar pela frente da cabine de um lado para o outro, algo o fazia querer entrar alí onde ele justamente estava.

O QUE ELE QUER? VAI EMBORA! – Mandava Ban em pensamento até notar que suas barbatanas passavam pela brecha abaixo da porta, ele não pensa duas vezes em levantar a sua cauda se o estranho não o pegasse primeiro abrindo em seguida a porta da cabine sem cojitar o constrangimento. Os olhos de ambos se encaram mesmo em alturas de diferentes, Ban agora olhava sem piscar para um pequeno garotinho que o olhava boquiaberto.

– Puta Merda! – Despeja o garoto não desviando o olhar de Ban, assim como Jeovan pensou o garoto também pensava 'Não é todo dia que vemos um homem sereio no banheiro de uma sorveteria'.

– An... dá pra fingir que você nunca me viu na vida garotinho? Se acabar contando para outras pessoas sobre mim, posso acabar me dando mal! – Pedia Ban com gentileza para o garotinho.

– Cara, tú é um sereio. Foi mal mas... MÃE CORRE A... – Tentava gritar o garoto que no exato momento é puxado pela camiseta para dentro da cabine.

Enquanto isso Jeovan ainda esperava na mesa. Elena percebia a sua preocupação com o garoto estranho que já estava irritando ela.

– Relaxa! Ele não morreu no banheiro. – Diz Elena.

– Ele tá demorando. – Exclama Jeovan.

Ele se levanta da cadeira em direção ao banheiro para ver como Ban estava até ver o tal saindo do banheiro as pressas nervoso. Jeovan estranha seu comportamento dessa vez, então pergunta:

– O que houve com você? – Pergunta Jeovan curioso.

– Nada não. – Responde Ban – Só quero ir embora! – Complementa.

– Acho que é melhor. – Concorda Jeovan voltando a mesa para se despedir de Elena.

– A gente já vai, nos vemos depois Elena. – Se despede Jeovan saindo da sorveteria logo em seguida com Ban colado em seu braço.

Foi o único jeito de controlar aquele garoto irritante. - Dizia Ban em pensamento sobre o que tinha feito com o garoto que iria denunciá-lo.

Prender o garoto na porta da cabine e encher a boca do pestinha com papel higiênico não parecia ser de todo o mal.

Acima Do Oceano [Concluído]Where stories live. Discover now