Acima Do Oceano [Concluído]

sentimentos

– Eu não pensei direito, só achei que seria melhor. Sua mãe ou até mesmo o policial iriam começar a suspeitar que algo tá estranho nessa historia, também tem a minha família, tenho certeza que estão preocupados comigo, preciso voltar. – Explica Ban os seus motivos de querer partir.

– Pode pelo menos esperar até amanhecer, duvido que consiga ver algo se entrar no oceano a noite. – Diz Jeovan tentando fazer Ban ficar pelo menos aquela noite.

– Eu moro no mar desde que nasci, óbvio que consigo ver mesmo de noite e sei o que tá tentando fazer, não é uma boa ideia. – Percebe Ban voltando para atravessar a janela até sentir pingos fortes de chuva molharem suas pernas que rapidamente voltam a ser uma cauda o derrubando para dentro do quarto novamente por falta de equilíbrio.

– Acho que não tem escolha. Você passa a noite aqui, eu prometo levar você pra casa amanhã. – Promete Jeovan pegando Ban em seus braços o levando até a sua cama.

– Eu vou ficar com você o resto da noite. – Decide Jeovan o ajeitando na cama.

– Não precisa... – Ban é interrompido.

– Eu vou! Espera um pouco, não some, por favor. – Pede Jeovan saindo do quarto enquanto tinha esperanças de que Ban não fugiria após as suas pernas voltarem.

Jeovan aparece na sala com um sorriso grande de orelha a orelha pra sua melhor amiga que logo o estranha.

– Qual o motivo do sorriso bizarro? – Pergunta Elena.

– Acho melhor a gente encerrar a noite de filmes, por hoje. – Sujere Jeovan.

– Oi? Agora que deu onze horas, você quer encerrar a noite de filmes? A gente sempre fica até tarde e depois vem as nossas conversas falando de besteiras. – Reclama Elena chateada com a situação.

– Desculpa tá, é que eu tô meio cansado! – Inventa Jeovan para não dizer o seu real motivo.

– Eu sei quando tá mentindo... Eu aposto que isso é coisa daquele Ban, eu não fui com a cara dele desde que o vi de manhã com você. – Confessa Elena que não fica surpreso.

– Devia saber! Você não vai com a cara de nenhum dos amigos que faço desde que viramos amigos no primeiro ano do ensino médio. Eu fazia de tudo pra você se enturmar com o pessoal, me deixava mal ver você sozinha pelos cantos da escola quando eu conversava com outras pessoas. Sabia que odiava mais eu não podia deixar de falar com outras pessoas por causa de você. – Reclama Jeovan já irritado com Elena.

Elena não conseguia conter aquelas palavras que a magoam. Sem fazer mais drama, ela sai rapidamente da casa de Jeovan que já se sentia mal pelo que tinha dito. De uma certa forma aquilo estava preso em sua garganta tanto que estava aliviado, mais com o coração apertado por anos de amizade.

– Os barulhos estavam bem altos. – Comenta Ban ao ver Jeovan entrar no quarto suspirando.

– Não foi nada, vai ficar tudo bem. – Fala Jeovan sentando na cama.

– A chuva ainda não parou... Mais vou ficar até amanhã. – Decide Ban com um sorriso pra Jeovan que fica feliz pela notícia.

O silêncio gira em torno dos dois por minutos até Jeovan tentar quebrar o gelo.

– Você não quer repensar? Eu percebo no seu rosto que você quer ficar, conhecer mais desse mundo. – Jeovan tenta fazer Ban pensar melhor sobre a sua partida mesmo não tendo muito sucesso.

– Eu já me decidi sobre isso! Não posso, mais cedo ou mais tarde eu vou trazer o caos por aqui, prefiro evitar desarmonia e confusão! – Ban fica mais firme em sua decisão do que antes mais também tristonho.

– Mais quero que saiba que você é uma das coisas, ou humano mais legal e gentil que conheci. –  Confessa Ban.

Aquilo fazia o coração de Jeovan palpitar mais forte que o normal, só ficava assim quando se irritava mais esse não era o sentimento que sentia no momento. Parecia que seu corpo queria pular em cima de Ban, não sabia se era o certo ou o quê ele ia achar, pois se conheciam a pouco tempo, naqueles certos minutos de nervosismo já sabia o que estava sentindo.

Logo Ban se via sendo beijado por Jeovan que segurava o seu rosto cuidadosamente. Ban conhecia aqueles movimentos, já tinha visto em algum lugar, aquilo o deixava animado, sabia que dos hábitos humanos que acabou conhecendo aquele com certeza era o seu favorito. Ban não satisfeito pelo tempo curto já retribuía o beijo com outro mais forte e denso quase deixando Jeovan sem ar.

– Há, calma lá! – Pedia Jeovan rindo de seu ato dominante deixando Ban envergonhado.

– Foi mal! Acho que me empolguei um pouquinho. – Se desculpa Ban com um rosto um pouco malicioso.

– Você sempre se empolga demais... Acho que é isso que eu mais gosto em você! – Confessa Jeovan pegando na mão de Ban e o deitando em sua cama aproveitando aquelas últimas horas que tinha com ele.