um passo de cada vez

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Dia seguinte...

Era manhã no hospital, Ban acordava de seu sono, olhava o lado e não via mais vestígios de Jeovan no quarto, o sol estendia seu olhar decaído até ver uma mão misteriosa bater na porta já aberta. A mão se estende em Jeovan que aparecia com um sorriso largo no rosto

– Achei que já tinha ido embora! – Dizia Ban o vendo se aproximar.

– Eu fui logo cedo pra casa, são umas dez da manhã, dei uma descansada rápida e vim pra cá. – Explica Jeovan pegando sua mão.

– Achei que ficaria sozinho aqui! – Confessa Ban um pouco mais aliviado.

– A gente pode ter se desentendido um pouco ontem, mais ainda vou cuidar de você enquanto estiver por aqui. Iremos curtir cada momento! – Diz Jeovan deixando Ban com um sorriso constrangido no rosto.

– Que tal a gente treinar um pouquinho? Vamos ver se ainda lembra como anda. – Jeovan levantava Ban com ânimo.

– Não vai dar problema, se eu tentar? – Pergunta Ban com medo.

– Se você quer sair daqui em uma semana, precisa treinar às pernas um pouco. – Diz Jeovan que o levanta em um segundo.

Rostos frente à frente e Ban ainda não tinha caído novamente na maca. Jeovan o segurava pela cintura.

– Eu tô em pé! – Nota Ban com felicidade.

– Vamos um passo de cada de vez. – Jeovan começava à praticar com Ban pelo quarto.

Os olhos dele passavam confiança. Ban só queria acreditar que conseguiria, entrelaçava forte os dedos nos de Jeovan dando passos lentos de um lado para outro. Era como se estivessem dançando.

Do lado de fora às escondidas dos dois, observavam tudo Berilo e Jéssica.

– Sinto que Ban pode melhorar antes de uma semana com um pouco de ânimo. – Deduzia Sra. Jéssica com um sorriso no rosto ao ver os dois jovens interagindo enquanto Berilo os olhava atento.

– Jovens são tão teimosos! – Reclamava Berilo dobrando os braços.

– Realmente... Os dois parecem se gostar muito. – Notava Jéssica laçada no sorriso de seu filho ao longe – Fazia um tempo que não via Jeovan sorrir tanto.

– Ban parece gostar muito dele... Mas... Eu me preocupo com isso Sra. Jéssica! – Confessa Berilo respirando fundo.

– Então somos dois! – Confessa Jéssica também respirando fundo com toda a situação.

– Você foi muito bem! – Elogiava Jeovan à dentro colocando Ban novamente na maca após uns minutos andando com o tal.

– Obrigado por me ajudar! – Agradecia Ban se sentindo incrivelmente bem.

Dona Jéssica bate na porta do quarto entrando com Berilo.

– Como vocês estão? – Pergunta Jéssica.

– Nós estamos bem! – Responde Jeovan – Ban? – Repassa à pergunta pra Ban.

– Sim sim... – Confirmava Ban dando espaço pro seu pai sentar ao seu lado na maca.

"Aquilo até que era legal".

Pensava Ban encostado em seu pai enquanto via Jeovan perto de sua mãe com um sorriso descontraídos um pro outro. Nunca foi tão aproximado do pai, aquilo era um momento especial que não queria largar.

Nunca fui tão cuidado. Visitas e sorrisos que me agradavam enquanto os dias passavam rápido. Nunca me senti sozinho. O meu pai e o meu irmão, não saíam de perto de mim, eramos mesmo como uma família cuidando um do outro. Elena mesmo com a cara emburrada parecia se importar, dona Jéssica me trazia sempre nas tardes delícias que eu era apaixonado, Jeovan não saía do meu pé, lia histórias pra mim deitado comigo, ríamos juntos, me ajudava a andar com frequência, me deixando mais forte e consequentemente com mais medo de dizer aquela palavra da despedida!... A semana estava passando.

Seis luas depois...

– Ainda sente dor? – Perguntava Jeovan à Ban em cada passo que davam no quarto.

– Já tô cansado de responder! Eu tô bem melhor comparado há seis luas atrás. – Respondia Ban pulando de um lado pro outro.

– Você é a coisa mais fofa pulando! – Elogiava Jeovan o puxando para perto de sí.

Seu sorriso já era conquistado rapidamente enquanto se abraçavam entrelaçando olhares radiantes.

– Difícil acreditar que só falta um dia, a partir de amanhã tenho que... Deixá-lo partir... – Indagava Jeovan engasgando em suas palavras.

– Você está bem com isso? – Pergunta Ban.

– Tenho que ficar, eu vou ficar bem! – Responde Jeovan tentando exalar confiança.

– Meninos?! Que tal irmos lá fora tomar sorvete, parou um carrinho na frente do hospital. – Chamava Sra. Jéssica sem tempo pra permanecer no lugar.

Jeovan puxa Ban para fora do quarto seguindo a mãe para pegar sorvete até ver Berilo sentado na ala de espera no salão do hospital. Sentia uma necessidade de falar algo com ele.

– Ban, tenho que fazer uma coisa, pode ir na frente. – Pede Jeovan soltando sua mão.

– Pra onde vai? – Pergunta Ban confuso.

– Não é nada com que tenha que se preocupar. Ah! Vai com o Glover, ele parece um tanto entediado encostado no bebedouro. – Induz Jeovan, Ban a chamar seu irmão pra tomar sorvete.

Ban não descarta à ideia indo atrás de seu irmão enquanto Jeovan ia até Berilo. Seu nervosismo já tinha tomado todo seu corpo, mais sua vontade de botar certas palavras pra fora o faziam se mover sem cogitar dar meia volta.

Acima Do Oceano [Concluído]Where stories live. Discover now