Pet Project | Sevmione

19. Realmente apenas o capítulo 18b

Em retrospecto, Hermione achava que deveria ter previsto isso. Na verdade, aquilo vinha se formando há muito tempo e, com o temperamento cada vez mais explosivo de Harry, ela deveria ter previsto, principalmente porque tinha visto a foto no Profeta primeiro. Mas ela não havia pensado no futuro, não havia previsto as consequências. Se o professor Snape estivesse presente, certamente teria recebido um comentário desdenhoso e um olhar severo por sua falta de raciocínio.

Mas ela não pensou no jornal quando os outros entraram no escritório para a segunda parte do ritual de correspondência da noite. Ela estava pensando no que o Times noticiaria e se mencionaria a Marca Negra que pairava sobre os arredores de Londres. Ela não estava pensando nas conexões e em como os outros veriam as notícias do Profeta, então, em vez de pensar no futuro, ela simplesmente entregou o jornal a Harry e pegou o exemplar do Times dele.

Ela realmente deveria ter esperado o que aconteceu em seguida.

O Profeta Diário foi arremessado violentamente para o outro lado da sala, com partes do jornal caindo no chão com o arremesso.

"É isso!" anunciou Harry.

Todos os outros na sala pararam o que estavam fazendo, seus próprios jornais ou revistas foram esquecidos diante do pronunciamento de Harry.

"Harry..."

"Não, Ron", interrompeu Harry com raiva. "Estou cansado disso. Ele atravessou a sala e pegou uma das páginas espalhadas, segurando-a para que os outros na sala pudessem ver. A Marca Negra olhou para eles, erguida no punho cerrado de Harry. "As pessoas estão morrendo e nós ficamos sentados nesta casa, sem fazer nada. Estou cansado de ficar sentado. Estou cansado de esperar. Estou cansado de ver Voldemort matando pessoas, enquanto nós ficamos sentados lendo os jornais da noite e jogando."

Harry foi até onde Moody e Lupin estavam sentados em uma pequena mesa de jogos. "Cansei de ficar quieto e fazer o que me mandam. Estou cansado de ver as coisas sendo escondidas de mim. Estou cansado de que mintam para mim e..."

"Ninguém aqui mentiu para você, Harry", disse Dumbledore, sua voz calma e grave em contraste direto com os tons altos e estridentes de Harry. "Na verdade, ninguém aqui fez nada além de tentar protegê-lo."

A súbita aparição do diretor na porta fez com que várias pessoas na sala pulassem de surpresa. A aparição repentina e conveniente do diretor fez com que Hermione se perguntasse sobre o lampejo de movimento que ela percebeu em um dos retratos dos ancestrais Black. O velho Phineus Nigellus poderia ter avisado Dumbledore sobre a tempestade que estava se formando e que era Harry.

Hermione trocou um olhar com Ron. Diante da expressão de olhos arregalados de Ron, ela sabia que ele também estava sentindo isso. Algo estava prestes a acontecer. Mantendo o foco nas duas pessoas no meio da sala, Hermione colocou cuidadosamente o livro em seu colo no chão.

Os outros obviamente também sentiram isso, pois Moody e Lupin se afastaram da mesa e viraram suas cadeiras para o meio da sala. Tonks havia se movido para ficar um pouco atrás da cadeira de Lupin. Arthur não se mexeu de seu assento no sofá gasto, embora Molly tenha se levantado, com as mãos entrelaçadas nervosamente.

"Proteger-me?" Harry se enfureceu. "Como é que alguma coisa do que você fez me protegeu? Como isso ajudou? Vai se resumir a eu matar Voldemort ou ser morto por ele e nós dois sabemos disso!"

"Harry!" disse Dumbledore, sua advertência era clara.

"Não!", gritou Harry, com as bochechas ficando vermelhas de raiva. Ele estendeu a mão, indicando Hermione e Ron de uma só vez. "Eles sabem. Eu lhes contei sobre a profecia."

Do outro lado da sala, Moody soltou uma bufada, enquanto seu olho mágico percorria de um lado para o outro entre Dumbledore e Harry. "Então não é apenas uma fixação porque você o derrotou antes", disse ele com uma espécie de satisfação. "Eu sempre soube que deveria haver algum outro motivo para ele estar mirando em você. Então, o que diz a profecia, garoto?"