Pet Project | Sevmione

26. A grande entrada de Ron

Hermione desceu as escadas com um passo muito mais pesado do que quando havia chegado mais cedo naquela manhã. Ela reconheceu a ironia cósmica disso. A maioria das pessoas teria entrado no quarto de Snape com pavor e saído com o coração feliz e os pés rápidos.

Ao contornar o patamar, ela ouviu a pintura da Sra. Black dar uma fungadela exagerada de desdém e murmurar: "Sangue-ruim desgraçada! Já era hora de perceber sua posição de servo".

Ela pensou: "Velha insana."

Revirando os olhos, Hermione fez sua melhor reverência. "Sim, senhora." Ela havia descoberto que, se fizesse humor com a pintura, reduziria tremendamente os gritos subsequentes. Ela também se divertia com o fato de que o quadro parecia não ter ideia de que Hermione estava zombando dele.

Suas ações lhe renderam mais uma fungadela, mas nenhum grito. Considerando isso como uma vitória, ela continuou descendo as escadas, onde percebeu o som de risadas vindo da biblioteca. Ela se lembrava vagamente de Tonks gritando sobre a chamada pelo correio mais cedo, mas estava tão concentrada na história que Snape estava lhe contando que não se importou.

Ela pensou em enfiar a cabeça para ver se algo havia chegado para ela, mas sabia que, se o fizesse, a sala ficaria em silêncio. Não era que todos ainda estivessem bravos com ela, apenas Harry. Só que ninguém parecia saber mais como falar com ela. Era uma circunstância que era tanto, se não mais, culpa dela do que de qualquer outra pessoa. Ela não havia realmente feito nenhum esforço para se integrar novamente à atmosfera social daqueles que iam e vinham de Grimmauld Place. No início, ela estava se concentrando no Professor Snape inconsciente. Mas agora que ele estava acordado e ela tinha mais tempo livre, era difícil voltar a se relacionar com todos.

Ela decidiu que não valia a pena o esforço e, de repente, se perguntou se era assim que Snape se sentia. Ela tinha certeza de que ele se sentia isolado às vezes. A maioria das pessoas não gostava dele, embora isso parecesse uma escolha deliberada de sua parte. Bem, ela emendou, talvez não completamente uma escolha, pois isso encobria muitas de suas atividades de espionagem. Mas, quando ele queria se aproximar e se conectar, era obrigado a lutar contra sua própria reputação.

Balançando a cabeça diante da injustiça de tudo isso, ela se virou para as escadas que levavam à cozinha.

Brolly e Pella, os dois elfos que haviam assumido o controle da cozinha, se aglomeraram perto dela quando ela passou pela porta. Como já havia passado por isso com todas as outras refeições de Snape, Hermione abaixou a bandeja o suficiente para que os dois elfos pudessem ver os pratos e o que ficava e o que não ficava neles.

Pella cacarejou com a língua, enquanto suas orelhas se dobravam para a frente no que Hermione passou a reconhecer como prazer. "Disse a Hermy que o Mestre gostaria mais daquele mingau com bananas do que com canela."

Hermione riu. "Pella, você é uma elfa da cozinha sem igual. Eu nunca deveria ter duvidado de você. E ele comeu a tigela inteira, o que é um grande avanço em relação à canela. Ele estava deixando um pouco disso para trás. Estou pensando que talvez amanhã possamos oferecer algumas frutas cortadas. Você tem alguma coisa que não seja muito ácida?"

As duas orelhas se inclinaram para trás antes de se abaixarem bruscamente. "Pella encontrará a fruta perfeita para o Mestre de Poções."

Desafio aceito, pensou Hermione com um sorriso escondido. Snape teria as frutas mais frescas e saborosas de toda a Grã-Bretanha amanhã de manhã.

Satisfeitos com o fato de Snape estar comendo a comida, Brolly e Pella voltaram aos preparativos do almoço e do jantar, deixando Hermione para lidar com a louça suja de Snape. É claro que eles só a deixavam fazer isso no papel de Hermy. Hermione descobriu que ser Hermy tinha aspectos bons e ruins. O bom era que ela podia fazer coisas para si mesma e para Snape sem escandalizar completamente os elfos. O ruim era que ela era chamada de Hermy, um hábito que os outros elfos tinham adquirido do Rink. Graças a Deus, eles só faziam isso quando ela estava "trabalhando". Ela realmente não queria ouvir a provocação que receberia se Ron, ou, que Deus a ajude, os gêmeos, a ouvissem ser chamada pelo seu nome de elfo doméstico. Não haveria como esquecer isso.