Pet Project | Sevmione

27. Partida de xadrez da desgraça

Hermione estava ansiosa para voltar a conversar com o Professor Snape depois do encontro com Ron, mas entre a sopa quente, as poções da tarde e, com sorte, os lençóis dela, Snape havia cochilado na sua ausência. Como fazer com que Snape descansasse era um dos principais objetivos da S.T.P.N.R., Hermione não lhe negou o sono.

Voltando para a cozinha, ela pegou um pouco do almoço tardio para si mesma e voltou para o quarto de Snape. Ela poderia ter ido até a biblioteca, mas acabou ficando no quarto de Snape com frequência, da mesma forma que ficava na sala comum da Grifinória. Snape nunca havia mencionado que ela passava suas horas de folga em seus aposentos, mas também nunca a expulsara de lá. Uma ação que ela sabia que ele não hesitaria em realizar se estivesse incomodado com sua presença.

Então, acomodando-se em sua cadeira com um sanduíche de salada de ovo, ela pegou seu livro do momento. Era um tratado sobre Teoria da Magia: o mesmo assunto que a Professora Vector havia sugerido como material de leitura para Snape. Na verdade, ela pretendia dar o livro a ele, mas não conseguiu resistir ao impulso de abri-lo e ler algumas páginas primeiro. Ela foi imediatamente fisgada pelas informações fascinantes. Ela até encontrou referências anotadas sobre o conceito de afinidade. Depois de terminar o livro, ela planejava procurar as obras originais mais antigas.

Com os pés enfiados embaixo dos pés, Hermione pensou em se perder nas palavras, mas descobriu que sua mente estava inquieta demais para se concentrar no livro. Depois de ler o mesmo parágrafo três vezes, ela finalmente desistiu. Colocando um marcador de página, ela fechou o livro e o deixou descansar em seu colo, rindo baixinho de si mesma. Ela conhecia a fama de lerda que tinha. Será que seus colegas de classe não ficariam surpresos ao encontrar Hermione Granger com muita coisa na cabeça para ler?

Não que ela não tivesse muito em que pensar, no entanto, com a oferta do Professora Vector de um estágio. A oferta a surpreendeu e a entusiasmou. Era tudo o que ela poderia esperar para seu futuro. Bons Aritmantes eram uma mercadoria rara no mundo mágico e Hermione sabia, sem arrogância, que poderia ser uma excelente Aritmante. Aprender as coisas que Vector poderia lhe ensinar garantiria seu lugar no mundo mágico, dando-lhe acesso a quase todas as carreiras disponíveis, incluindo a maioria dos ramos do Ministério, se ela estivesse inclinada a essa direção.

Sua decisão foi fácil, e ela quis dizer "sim" imediatamente quando Vector fez a oferta. Ela sabia que houve um tempo em que teria dado esse salto sem hesitar. Agora, ela se conteve. Queria dar a si mesma tempo para considerar, avaliar e pensar adequadamente.

Não sou mais a Grifinória adequada, não é mesmo, pensou ela com um sorriso irônico. Grifinória adequada, de fato. Olhando para o homem adormecido à sua frente, ela sabia que ele era o motivo pelo qual ela não era mais adequada. Ela também não podia dizer que se importava. Ele havia lhe ensinado muito. Ela não tinha dúvidas de que ele poderia lhe ensinar ainda mais.

Deixando o olhar fixo em Snape, ela avaliou o estado dele, algo que não podia fazer quando ele estava acordado e a observava com aqueles olhos escuros. O repouso forçado na cama e as refeições regulares estavam obviamente fazendo bem a ele. As olheiras pareciam mais manchas agora do que hematomas, e os locais afundados abaixo das maçãs do rosto começaram a se preencher, embora ele ainda tivesse um olhar tenso e estressado.

Seu tom de pele estava melhor: mais pálido como de costume, em vez da palidez doentia que ela o via usando há muito tempo.

Enquanto ela observava, ele se mexeu levemente em seu sono e murmurou algo ininteligível. Seus movimentos, no entanto, eram os de um sono normal e não os do homem atormentado e atormentado pela noite que ela vira nos primeiros dias, antes de mandar Rink buscar os lençóis que ela havia feito.

Observando-o agora, as palavras de Vector de antes ressoaram em sua cabeça.

Não espere que ele seja seu amigo, você acabará se enrolando em nós.