Pet Project | Sevmione

29. O caminho para o inferno

Uma vida inteira aprendendo a se concentrar nos estudos contra todo tipo de distração fez com que Hermione passasse pela festa de boas-vindas. Ela conversou educadamente com os que estavam sentados ao seu redor. Ela se mostrou adequadamente indignada com o choque de todos com o plano de Dumbledore de colocar o Professor Snape no comando da Defesa. Ela acenou com a cabeça nos momentos apropriados durante as discussões sobre a canção do Chapéu Seletor.

Seu senso de dever e responsabilidade para com Hogwarts e o distintivo de monitora preso na frente de sua túnica a ajudaram a ver os novos alunos do primeiro ano serem reunidos, levados para a Torre da Grifinória e acomodados em segurança em suas novas camas.

A determinação pura e simples e um punho com um nó - escondido com segurança nas dobras de sua túnica - a ajudaram a superar o ritual anual de se instalar em seu quarto com Lavender e Parvati.

Mas agora, neste exato momento, Hermione estava concentrada em um objetivo: chegar à segurança de sua cama de dossel e suas cortinas fechadas.

Foi só quando ela estava envolta em seu interior escuro, com seus amuletos silenciadores no lugar, que ela percebeu que havia se retirado para o abrigo da sede da S.T.P.N.R. Ela abaixou a cabeça sobre os joelhos dobrados. "Puta que pariu."

Ela nem mesmo se reprovou por ter dito em voz alta as palavras que, até aquele momento, estavam mais ou menos contidas em sua cabeça.

Defesa Contra as Artes das Trevas era a primeira aula da manhã. Hermione mal tinha engolido algumas garfadas de torrada seca, a comida estava parada como chumbo em seu estômago. Como ela iria encarar Snape? Será que ele saberia de seus sentimentos? Será que ele conseguiria ver isso em seu rosto? Hermione respirou fundo. E se ele fizesse Legilimência nela e visse isso?

"Hermione, você está bem? Ou você escolheu um blush muito ruim para o seu tom de pele ou está muito pálida."

A mistura de insulto e preocupação de Lavender fez com que Hermione soltasse uma risada de susto. Foi o suficiente para que ela voltasse a se concentrar e deixasse sua natureza mais sensata entrar em ação. Tenho certeza de que o professor já teve de lidar com outras garotas que tinham paixões bobas por ele. Mesmo que ele soubesse - e provavelmente não sabe - ele não vai me chamar para sair porque, independentemente de quão embaraçoso seria para mim, seria ainda mais para ele. Respire fundo, Hermione Jean. Não ouse se envergonhar.

"Estou bem, Lavender." Ela fez questão de sorrir docemente para a outra garota. "Só não estou me sentindo muito bem esta manhã. Tenho certeza de que não é nada." Ela fingiu uma pequena tosse e depois observou divertida Lavender se afastar e atravessar o corredor, embora não muito longe, pois os Sonserinos estavam todos encostados na parede mais distante.

A maioria dos Grifinórios estava olhando para os Sonserinos com o mesmo tipo de curiosidade que as crianças pequenas geralmente reservam para insetos com muitas pernas.

Não que Hermione culpasse muito seus colegas de classe. Os Sonserinos não estavam agindo como de costume - estavam em silêncio, todos e cada um deles. Hermione, no entanto, tinha a vantagem de já ter visto esse comportamento antes. Ela já tinha visto Snape fazer isso - ele se retirou em silêncio e contemplação - calculando as probabilidades e planejando contingências futuras. Esse tipo de avaliação calma e aparentemente fria era completamente estranho aos Grifinórios e os Sonserinos estavam, para dizer o mínimo, deixando os Grifinórios extremamente nervosos. Não menos importante, porque eles não sabiam por que os Sonserinos estavam agindo de forma tão estranha.

Hermione suspeitava fortemente que tudo isso estava relacionado à canção do Chapéu Seletor e, provavelmente, a alguma conversa que o Professor Snape teve com sua Casa após a Festa de Boas-Vindas. Na verdade, ela se divertiu um pouco com a reação de sua Casa. Infelizmente, o divertimento com sua Casa estava repleto de preocupação. Em breve, ela sabia, os Sonserinos chegariam a uma decisão sobre seu curso de ação. Eles não chegariam a essa decisão em massa, como os Grifinórios, ou com um consenso declarado, como os Corvinais. Eles fariam isso de forma silenciosa e individual, e manteriam seu próprio conselho sem que ninguém soubesse de suas escolhas.