Como você pode sentir falta de
alguém que nunca conheceu?
Porque eu preciso de você agora,
mas ainda não te conheço
IDK You Get | Alexander 23Depois de mais uma manhã lotada de atividades, descemos as escadas da faculdade para irmos até a hamburgueria retrô, porque Sebastian tinha combinado de todos nós irmos, e então vimos que Chloe estava nos esperando na saída como costumava fazer algumas vezes depois que saía do trabalho.
— Vocês vão para casa? — Chloe perguntou.
— Não, vamos nos encontrar com os meninos, Ambar não consegue mais ficar longe do Sebastian. — Falei em tom de brincadeira.
Ela riu.
— Amanhã queria a sua ajuda e a do Felix para eu tentar tirar a foto do concurso. — Ambar falou, olhando para Chloe enquanto andávamos.
— Tenho certeza que você consegue se virar sem mim. — Ela respondeu em baixo tom.
Chegava a ser estranho ver Chloe mal humorada, já que geralmente era Ambar que estava assim.
— Era só dizer que não queria me ajudar, não precisava ser grossa. — Ambar rebateu.
— Chloe, o que houve? — Perguntei, preocupada.
— Vocês tem noção do que é se sentir sozinha a vida toda e esse sentimento se intensificar todo ano na semana do seu aniversário?
— Só não precisa sair descontando em mim. — Ambar falou.
— Desculpa. — Sussurrou.
— Esse ano você não vai ter motivos para se sentir sozinha. — Falei, colocando a mão em seu ombro, a fim de confortá-la. — A gente está aqui.
— Meu pai não, ele sempre está viajando por aí, agindo como se não tivesse uma filha.
— O que ele te diz? — Perguntei.
— Eu sei que nunca fui importante para ele. Ele diz que não me deixa faltar nada, mas ele nunca me deu o mais importante, eu nunca tive o amor dele, nem a presença. — Chloe respondeu.
— Eu consigo te entender...
Por mais que eu morasse com meu pai quando estava no Brasil, e ele sempre estivesse perto de mim, eu também nunca tive o amor dele, nunca me senti importante.
— Eu sinto tanta falta da minha mãe, e eu nem a conheci! Mas eu tenho certeza que se ela estivesse viva, eu jamais estaria sozinha. — Ela parou de andar, abriu o relicário em ouro velho que sempre estava pendurado em seu pescoço e com os olhos cheios de lágrimas nos mostrou uma foto, a foto de sua mãe.
Aquela foto poderia facilmente ser uma capa de revista, ela tinha uma aparência de glamour, um colar de brilhantes em seu pescoço, e na mão em que seu rosto estava apoiado, um lindo bracelete, os cabelos escuros com leves ondulações dividido de lado, na altura do ombro contornavam aquele rosto anguloso, sobrancelhas marcantes e arqueadas, olhos verdes imensos e redondos, nariz arrebitado, e uma boca delicada, pintada de um vermelho fechado quase vinho, com um arco do cupido bem definido.
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APRICITY
RomanceApós uma grande decepção, Laura decidiu recomeçar a vida e se mudar do Brasil, país onde nasceu, para estudar fotografia em Londres, e depois do que passou, ela prometeu a si mesma que não daria uma nova chance ao amor, e de todo modo tentaria deixa...