06 | Considere-se desconvidado

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Como você pode sentir falta de
alguém que nunca conheceu?
Porque eu preciso de você agora,
mas ainda não te conheço
IDK You Get | Alexander 23

Depois de mais uma manhã lotada de atividades, descemos as escadas da faculdade para irmos até a hamburgueria retrô, porque Sebastian tinha combinado de todos nós irmos, e então vimos que Chloe estava nos esperando na saída como costumava fazer al...

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Depois de mais uma manhã lotada de atividades, descemos as escadas da faculdade para irmos até a hamburgueria retrô, porque Sebastian tinha combinado de todos nós irmos, e então vimos que Chloe estava nos esperando na saída como costumava fazer algumas vezes depois que saía do trabalho.

— Vocês vão para casa? — Chloe perguntou.

— Não, vamos nos encontrar com os meninos, Ambar não consegue mais ficar longe do Sebastian. — Falei em tom de brincadeira.

Ela riu.

— Amanhã queria a sua ajuda e a do Felix para eu tentar tirar a foto do concurso. — Ambar falou, olhando para Chloe enquanto andávamos.

— Tenho certeza que você consegue se virar sem mim. — Ela respondeu em baixo tom.

Chegava a ser estranho ver Chloe mal humorada, já que geralmente era Ambar que estava assim.

— Era só dizer que não queria me ajudar, não precisava ser grossa. — Ambar rebateu.

— Chloe, o que houve? — Perguntei, preocupada.

— Vocês tem noção do que é se sentir sozinha a vida toda e esse sentimento se intensificar todo ano na semana do seu aniversário?

— Só não precisa sair descontando em mim. — Ambar falou.

— Desculpa. — Sussurrou.

— Esse ano você não vai ter motivos para se sentir sozinha. — Falei, colocando a mão em seu ombro, a fim de confortá-la. — A gente está aqui.

— Meu pai não, ele sempre está viajando por aí, agindo como se não tivesse uma filha.

— O que ele te diz? — Perguntei.

— Eu sei que nunca fui importante para ele. Ele diz que não me deixa faltar nada, mas ele nunca me deu o mais importante, eu nunca tive o amor dele, nem a presença. — Chloe respondeu.

— Eu consigo te entender...

Por mais que eu morasse com meu pai quando estava no Brasil, e ele sempre estivesse perto de mim, eu também nunca tive o amor dele, nunca me senti importante.

— Eu sinto tanta falta da minha mãe, e eu nem a conheci! Mas eu tenho certeza que se ela estivesse viva, eu jamais estaria sozinha. — Ela parou de andar, abriu o relicário em ouro velho que sempre estava pendurado em seu pescoço e com os olhos cheios de lágrimas nos mostrou uma foto, a foto de sua mãe.

Aquela foto poderia facilmente ser uma capa de revista, ela tinha uma aparência de glamour, um colar de brilhantes em seu pescoço, e na mão em que seu rosto estava apoiado, um lindo bracelete, os cabelos escuros com leves ondulações dividido de lado, na altura do ombro contornavam aquele rosto anguloso, sobrancelhas marcantes e arqueadas, olhos verdes imensos e redondos, nariz arrebitado, e uma boca delicada, pintada de um vermelho fechado quase vinho, com um arco do cupido bem definido.

APRICITYWhere stories live. Discover now