10 | Caipirinha, risadas e discussões

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Dizem que depende do que fazemos
Eu digo que depende do destino
Está marcado na minha alma
Tenho que deixar você ir
Seus olhos, eles brilham tanto
Quero guardar esta luz
Não consigo fugir disso agora
A menos que você me mostre como
Quando você sentir o meu calor
Olhe nos meu olhos
É onde meus demônios se escondem
Demons | Imagine Dragons

Dizem que depende do que fazemosEu digo que depende do destinoEstá marcado na minha almaTenho que deixar você irSeus olhos, eles brilham tantoQuero guardar esta luzNão consigo fugir disso agoraA menos que você me mostre comoQuando você sentir o me...

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Nada era tão libertador e relaxante como fazer o que eu amava. Todos os dias, eu passava de quatro a cinco horas nessa academia, treinando e ensinando outras pessoas a se defenderem e lutarem também. Enquanto eu ultrapassava a porta e caminhava pelo corredor, via ao fundo pessoas levantando peso, pulando corda, correndo na esteira. Fui em direção ao vestiário masculino, encontrei Freddie e Sebastian trocando de roupa ao fundo do cômodo. Me aproximei deles, abri uma das cinco portas do armário cinza, peguei uma camiseta de manga curta e uma bermuda, quase todas as roupas do meu armário eram pretas, a cor que eu mais usava, com exceção nos dias em que eu premeditava alguma briga, nesses dias eu costumava usar camiseta branca, o motivo talvez fosse óbvio, ver com clareza as manchas de sangue de machucados que me causaram ou que causei em alguém, e isso de alguma forma me motivava. Talvez porque em uma briga em que o sangue era visto, demonstrava que ambos os lados se empenharam.

E por falar em sangue, fazia um tempo que eu não participava de lutas clandestinas, daquelas sem luva, onde a única regra era não matar ninguém, de resto, tudo era liberado. Eu nunca entrava em lutas que fossem fáceis o bastante para eu saber que ganharia antes mesmo de tentar. Era da dificuldade que eu gostava, mas também nunca entrava em uma luta duvidando de mim, independente do adversário e de como estava meu condicionamento ou foco naquele dia, eu lutava com todas as minhas forças, porque era o desafio que me movia, o suor, o sangue, a batalha, a adrenalina. Era disso que eu gostava, era o que estava entranhado em mim e o que fazia eu me sentir vivo.

Quando nós três finalmente saímos do vestiário e fomos até o andar de cima, nossos alunos já estavam praticando boxe nos sacos de pancadas, alguns deles precisavam de mais aulas do que outros. Eu gostava de observar essa diferença de tempo de aprendizagem entre eles, uns demoravam meses para pegar o embalo, outros pareciam ter praticado anos de boxe mesmo sem nunca ter tido uma aula.

Freddie ficou com os alunos, enquanto eu e Sebastian colocamos as luvas e andamos até o fundo, e subimos no ringue. Ah o ringue... lugar onde eu descontava a maioria das minhas frustrações.

Hoje foi mais um dos dias em que eu treinava Sebastian. Ele não gostava muito de violência, mas brigava quando necessário. Sendo assim, eu e Freddie estávamos treinando ele para justamente quando esses momentos ocorressem. Sebastian era quase dez centímetros mais alto que nós dois, o que era uma vantagem em questão de alcance dos golpes, o que poderia significar vantagem para nosso grupo quando fossemos brigar, o que era comum.

— Agora que Ambar e eu estamos namorando, acho que seria bom fazer algo junto com vocês, quero que vocês dois gostem dela tanto quanto eu gosto. — Falou enquanto mexia os braços, se aquecendo. — Pensando bem, não é para tanto, quero que gostem pelo menos um pouquinho. — Ele disse, rindo.

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