26 | Insônia?

183 32 1
                                    

Estive chamando você de amigo, talvez precise desistir
Eu estou doente e estou cansando também
Eu posso admitir, não sou à prova de fogo
Eu sinto isso me queimando
Eu sinto isso queimando você
Eu espero não me matar
Espero não te incomodar
Se eu o fizer, se eu o fizer
The Beach | The Neighbourhood

Estive chamando você de amigo, talvez precise desistirEu estou doente e estou cansando tambémEu posso admitir, não sou à prova de fogoEu sinto isso me queimandoEu sinto isso queimando vocêEu espero não me matarEspero não te incomodarSe eu o fizer,...

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Durante nosso primeiro dia na praia, Freddie passou mal enquanto estávamos na água, o Colin e Sebastian tiveram que o arrastar até a areia, e ele chorava muito, ofegava e tremia enquanto mal conseguia falar o que estava sentindo. Seu ataque de pânico preocupou a todos nós. Quando Freddie se acalmou nos contou sobre os pesadelos que ele tinha, em que ele está no mar muito profundo e vê sua irmãzinha afundando e não pode fazer nada porque seu corpo está inerte, e então ela vai afundando cada vez mais, até desaparecer naquela imensidão de água. Chloe chorou muito abraçando ele, porque ela não sabia sobre esse trauma e explicou que se soubesse jamais teria insistido tanto para que ele entrasse na água.

''Às vezes eu gosto de pensar que ela é uma sereia, que sua vida não acabou quando ela caiu dentro do mar, que ela cresceu, se tornou uma mulher adulta, mas que em sua cabeça ainda habita centenas de sonhos exatamente como quando era apenas uma menina. Eu sei que parece loucura pensar isso, mas isso me acalma em momentos como os de agora.''

Foram as palavras de Freddie enquanto soluçava de chorar e tentava puxar o ar para seus pulmões.

À noite jantamos, eu comi um pouco, depois jogamos conversa fora e quando a maioria de nós sentimos sono, fomos todos para nossos quartos. Ambar com Sebastian e Chloe com Freddie. Os únicos que ficaram em quartos separados foram Colin e eu, claro.

Eu não estava conseguindo dormir pois pela minha cabeça só passava o nome de Colin, e eu queria passar mais tempo com ele. Sentei na cama, olhei o horário em meu celular e o relógio marcava duas horas da madrugada, saí do meu quarto, desci os degraus; talvez uma caminhada na praia me fizesse bem.

— Que susto! — Levei minha mão ao peito ao ver Colin sentado no sofá da sala enquanto passeava silenciosamente pelos canais da tv. Ele virou a cabeça devagar. — Achei que todos estivessem dormindo. — Expliquei.

Tentei conter minha felicidade em vê-lo.

— É, eu também achei. — Seu tom foi sério.

— Não consegue dormir porquê? — Sentei ao seu lado e coloquei meu celular na mesa de centro. — Qual o motivo?

— Isso deveria ser da sua conta? — Havia dureza em seu rosto agora.

Às vezes eu tinha a impressão de que algo o impedia de ser legal comigo, ou talvez fosse só a minha cabeça tentando achar uma desculpa mais plausível para o jeito desequilibrado de agir dele.

— Zero paciência, ok! — O tom de minha voz soou cheio de veneno. — O Colin desequilibrado está na área? — Alfinetei.

— Não, mas o Colin com insônia sim.

— Quer conversar?

— Não...

Respirei fundo e me levantei do sofá com certa rapidez, ficar ao lado dele era uma missão quase impossível quando ele se comportava assim. Perdi até a vontade de caminhar.

Subi um degrau da escada, mas me virei para ele.

— Dormir com um cobertor pesado por cima de você faz com que você pegue no sono mais rápido. — Avisei. — Diminui o estresse e ansiedade, você deveria testar.

— Está falando sério? — Ele virou seu rosto para me olhar.

— Estou. — Apoiei minha mão no corrimão. — Eu li isso na Internet, pesquisa aí se não estiver acreditando.

— Onde eu vou achar um cobertor pesado agora?

— Se cobre com uns três, deve funcionar.

— Você faz isso, não é?

Provavelmente ele viu na minha cama na noite em que eu estava bêbada.

— Em noites de ansiedade, sim.

Quase todas as noites. Meu subconsciente completou.

— Você não está afim de ser meu cobertor essa noite? — Perguntou ao apoiar um dos braços no encosto do sofá.

— Colin...

— Estava brincando, madame.

Mordi a boca.

— Na verdade, a pergunta é séria.

Colin! — Chamei sua atenção, rindo.

— Estou brincando! — Ele deu um sorriso safado.

Minha vontade foi de falar:

Me convida mais uma vez e eu aceito.

Mas aí eu disse:

— Você é detestável!

Balancei a cabeça, revirando os olhos, subi os degraus, entrei em meu quarto, pensei em assistir algum filme no meu celular, mas notei que havia esquecido na sala, então eu saí do quarto.

Dei de cara com Colin no corredor, ele me empurrou na parede com o seu corpo, me encurralando, segurou meu rosto com as duas mãos e me beijou com vontade. Eu não o beijei de volta, apenas fechei meus olhos enquanto ele mordia meu lábio inferior e acariciava minha bochecha com o polegar, quando ele afastou seus lábios dos meus, eu abri meus olhos e fitei os dele, sua respiração quente e pesada sobre mim, ele parecia tentar ler o que se passava em minha cabeça e a resposta era que nem eu sabia.

Eu dei um leve tapa em seu rosto, tentando fazer parecer que odiei seu beijo. Mas se eu fosse uma Laura diferente, sem um coração partido, eu teria o beijado com toda a vontade acumulada aqui dentro.

— Madame, eu já disse, você não me machuca fazendo isso. — Um breve arquejo escapou de seus lábios.

— O que pensa que está fazendo? — Ofegante, pus a palma da minha mão no seu abdômen para empurrá-lo, mas não tive força de vontade o suficiente. Porque uma parte de mim queria ele ainda mais perto enquanto a outra dizia para eu afastá-lo imediatamente. Ele colocou as mãos na parede atrás de mim e inclinou seu rosto em direção ao meu pescoço, sua boca próxima do meu ouvido, sua respiração ainda mais pesada. Seu quadril roçou o meu.

Fechei os olhos novamente, tentando conter a vontade incessante de beijá-lo.

— Você! — Sussurrou em meu ouvido, afastou seu rosto do meu pescoço, nos olhamos, ele pareceu esquadrinhar minhas expressões. — A resposta da porra da sua pergunta é essa, o motivo da minha insônia é você. — Revelou contra meus lábios.

Ter que fingir que eu não o queria, era a pior parte.

— Nunca mais faça isso. — Proferi, dessa vez empurrando com força seu abdômen na tentativa de afastá-lo. Sua respiração áspera era como um suspiro me reivindicando, retirou as mãos da parede, seu olhar alternou entre meus olhos e minha boca duas vezes antes de me dar as costas e descer a escada. 

 

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
APRICITYOnde histórias criam vida. Descubra agora