Capítulo 3

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Emily

Passo as mãos em meu rosto soltando um grunhido de frustração e bato com o lápis mais uma vez na mesa onde estou tentando desenhar uma nova coleção de verão para Laila.

- O que você acha da cor flanele? - pergunto à Lucien, que está sentado no sofá atrás de mim e tomando whisky - é o funcionário mais folgado que eu já vi.

Tento focar no desenho e não na sua colônia masculina misturada com whisky que me deixa inebriada à cada segundo que passo perto dele, me perguntando como seria abraçá-lo, o cheiro ficaria em mim depois?

- Eu nem sei que diabos é isso.

- Eu acabei de dizer que é uma cor - reviro os olhos passando a mão na minha plantinha - Tem gente que é burra mesmo, né, Clodovaldo?

- Tu sabe que essa planta não te escuta, não sabe?

pego o pequeno jarro de planta colocando-o na frente do meu rosto e afino a voz.

- Olhe só para mim, eu sou o Clodovaldo e estou falando - digo e Lucien nega com a cabeça.

- Você é a criatura mais esquisita que eu já vi, garota.

- Ah - dou de ombros, voltando a rabiscar o papel - Muita gente me diz isso.

- Certo.

- Mas você ainda não disse o que ach-

- Nada, mierda! Eu não acho nada! - diz ríspido e suspiro.

- Nem parece o mesmo homem que comprou doces para mim ontem - ele se engasga e começo a rir - Achou mesmo que eu não fosse perceber?

- Não precisa ficar procurando coisa onde não tem, tu tava aí toda brocoxô.

- Oi?

- Mocoronga, sei lá, cabisbaixa.

- Ah, sim.. obrigada por falar na língua de gente.

- Santo Dios, cómo una cosa tan pequeña puede hablar tanto?

- Alguém já disse para você como é feio usar de outro idioma para insultar o próximo?

- Não estou insultando ninguém, se quiser entender, aprenda.

- Você não quer me ensinar - retruco.

- Emily, sou pago para ser segurança.

- Infelizmente.

- Não me culpa se você não gosta de alguém o tempo todo protegendo você.

- Não gosto, posso fazer isso muito bem sozinha.

- Eu vi bem como você pode - diz, me fazendo virar para olhá-lo.

Desde que Lucien entrou em minha vida, tento de todas as maneiras possíveis fazê-lo desistir de ser meu segurança, de irritá-lo de alguma forma.

- Sabe, Luluzinho.. - começo - Para alguém que se passa de durão, você é bem mole por dentro.

- Se você ainda está se referindo aos doces, pare, e meu nome é Lucien.

- Oh, tudo bem, docinho.

- Não me chame assim - rebateu, a voz grave e rouca me deixando arrepiada.

- Assim como, docinho?

- Desse troço esquisito, garota.

- Tudo bem, queridinho - o provoco e Lucien rosna - Que isso? é cachorro agora?

- Foca na sua pintura e me esquece, por favor.

- Gostei de chamar você de docinho..

- Não começa com isso, Emily.

HERDEIROS #3 - TENTAÇÃO IRRESISTÍVEL Where stories live. Discover now