Capítulo 55

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Emily

Salento é um cidade pequenina localizada na Colômbia, mas de aparência totalmente agradável, chamando atenção pela sua bela arquitetura colonial e pelo cada vez mais famoso Vale do Cocora, com suas palmeiras gigantes espalhadas pelas ruas.

Depois de algumas horas de viagens, estamos agora dirigindo em um carro alugado por Christopher até a antiga casa de Lucien, estamos todos em silêncio e ninguém se atreve a dizer uma só palavra agora. Christopher, que ainda está em choque com o passado de Lucien, está atordoado, mas sabia onde ele morava antes por conta dos dados necessários para trabalhar em sua empresa – glória por isso.

Hawk, que é bem mais expressivo, está deixando totalmente nítido sua preocupação exasperada em chegarmos logo ao local e, principalmente, acabar com Agnus. Eles não sabem que eu os ouvi conversando, mas os dois tiveram uma mini discussão de quem vingaria Lucien, acabou com cada um fazendo alguma coisa.

E há eu, que estou um poço de emoções e com as mãos trêmulas, não conseguindo nem mesmo parar para pensar um pouco em toda a situação sem desabar em choro. Eu devia me manter forte e firme por Lucien, mas como fazer isso quando ele é tudo que importa para mim? parte de mim?

Observo as ruas vazias na madrugada, a noite fria entra pela janela e bate em minhas bochechas arrepiando meu corpo e embrulhando meu estômago, quero vomitar, quero gritar. O martelar do meu coração fica cada vez mais alto conforme Christopher me atualiza que estamos chegando perto.

fique comigo, Lucien, fique comigo.

Puxo meu celular mandando uma rápida mensagem para papai avisando ele que estou bem e que em breve retorno para casa e engulo em seco, meus olhos estão marejados o tempo inteiro e a única coisa que eu quero é me encolher nos braços de Lucien e nunca mais deixá-lo ir para longe de mim.

O carro entra em um bairro mais afastado do centro e mais acabado estruturalmente, as casas estão, na grande maioria, abandonadas e detonadas. A última no final da rua me dá arrepios, e sei que é para onde estamos indo.

Suas paredes são de tijolos e a porta é de madeira, de dois andares, mofo sobe por elas e o cheiro é podre. Eu engulo a bile em minha garganta e desço do carro, caminhando com Christopher e Hawk.

Hawk passa na frente fazendo a vistoria da casa e se afasta, derrubando a porta de madeira apenas com um chute. O estrondo alto faz com que a poeira suba e tampe nossa visão por alguns segundos. Assim que a névoa se dissipa, caminhamos em passos lentos até a porta principal e meu coração para por alguns segundos quando Christopher a derruba.

Há um homem jogado no chão, com o rosto completamente ensanguentado e irreconhecível murmurando palavras ilegíveis. Ele é baixo e concrudo, com cabelos escuros como o de Lucien e os olhos castanhos.

Seu olhar cai sobre nós três quando entramos apressados para dentro, meu peito se enche de esperança por saber que Lucien ainda pode estar vivo. Hawk sobe para o andar de cima procurando por ele, enquanto Christopher vasculha pela cozinha e o banheiro.

– Onde está Lucien? – indago, ele abre um sorriso demoníaco que logo some quando eu o chuto como se ele fosse um cachorro morto – Fale de uma vez antes que eu o mate!

– Faça isso – ele cospe o sangue no chão próximo ao meus pés – Faça o que aquele idiota não teve coragem de fazer!

ele grita quando Christopher enfia a faca em sua coxa e a torce, ele parece estar se alimentando da dor dele.

– Você vai voltar comigo – ele murmura, fazendo Agnus estremecer de medo e arregalar os olhos – Hawk e eu vamos nos divertir bastante com você.

– Ele não está lá em cima – Hawk diz, derrotado. Seu olhar cai sobre Agnus que está rindo e, em um piscar de olhos, ele desmaia quando Hawk o chuta com força na cabeça.

HERDEIROS #3 - TENTAÇÃO IRRESISTÍVEL Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt