Capítulo 15

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Emily

A minha empresa estava sendo construída pelos maiores e excelentes decoradores e arquitetos de Nova York, afim de que se torne, futuramente, uma das mais bem vistas tanto no quesito qualidade quanto na questão da estética.

Estar nesse novo recomeço da minha vida era diferente. Eu me sentia nadando sozinha em meio ao oceano sem saber para onde ir, e às vezes, sentia-me ansiosa e com medo do futuro. Sempre me mantive dentro da minha zona de conforto por achar mais seguro e saber que estaria longe de ameaças.

O novo é, e sempre vai será, assustador.

Não importa se você é a pessoa mais confiante do mundo inteiro, algo em algum determinado momento da sua vida irá deixar que sua insegurança fale mais alto por você, que fure aquela ferida que todos nós temos dentro de si mesmo e liberte os fantasmas que nos assombram desde que passamos a enxergar a vida como ela de fato é.

Frequentemente, eu costumo deixar de viver muita coisa pelo meu medo do desconhecido, por mais que eu saiba que no final tudo dará certo, se torna inevitável impedir que minhas inseguranças não falem mais alto do que a minha confiança.

Respiro fundo puxando todo o ar que consigo para os pulmões e lembro-me da minha conversa com Lucien, que ele não imagina o quanto vem me ajudando a me manter firme no salto.

Empurro a saudade que eu não fazia ideia de iria sentir dele para longe da minha mente e do coração, já se fazia três semanas sem respostas. Mas também, por qual motivo Lucien me avisaria sobre algo? não somos nada.

esqueça isso, Emily díaz.

A empresa estava sendo pintada em tons claros e com detalhes folheados em ouro, na entrada, tinha um enorme letreiro acima dos portões automáticos de vidro espelhado escrito Fashion díaz. Já o hall, ficaria cercado por cadeiras onde os clientes sentariam para a espera e um balcão onde caberia três secretários para que os atendesse. Com o elevador logo ao lado para levá-los até os próximos andares.

Entro nele junto ao Hawk depois de cumprimentar todos os homens que trabalhavam na construção do lugar com tanto esforço que tudo ficaria pronto dentro de um mês. O último andar seria todo meu, sem salas por perto e ninguém, apenas um enorme corredor com a minha sala ao fundo - onde poderia criar minhas coleções e avaliar as que meus futuros estilistas criariam em paz e privacidade.

Giro a maçaneta da minha sala, o metal frio dando um leve choque térmico em minha mão e prendo o ar ao abri-la.

Ainda não estava pronta totalmente, mas ao me deparar com as quatro paredes que iam do chão ao teto todas de vidros espalhados, dando-me a completa visão da cidade inteira para qualquer direção que eu olhasse, a euforia gritou em meu peito de forma devastadora.

No canto ao lado direito, seria o banheiro, que teria um box para eu tomar banho - é sempre bom ser precavida - em dias que não daria tempo de passar em casa. Ao lado oposto, um mini bar seria feito, com um balcão onde eu pudesse me sentar e tomar alguns drinks depois de um dia exaustivo, um pouco mais afastado, de costas para a parede do fundo da sala, um sofá branco em formato de L se posicionaria.

E, para completar, no centro ficaria a mesa de aço e a cadeira do chefe.

eu sou a chefe - penso e inspiro, ansiosa.

- Uau - Hawk olha envolta com um sorriso no canto dos lábios e torna seu olhar para mim - Já consigo imaginá-la mandando em tudo isso..

- Acha mesmo? - indago.

- Com certeza, sim - suas mãos entram em seus bolsos e ele relaxa na parede ao lado, cruzando suas pernas - Você vai ser uma grande chefe.

- Espero que meus funcionários gostem de mim.

Hawk coça a nuca sorrindo do meu nervosismo exposto e continua - Qualquer coisa você ameaça cortá-los a cabeça.

- É sério, Hawk? - arqueio uma sobrancelha em desdém - Tudo para você é isso?

- Bom, é isso que o Christopher faz com a gente - ele sacode os ombros e maneio a cabeça em negação.

- Me certifique de sempre manter distância do seu chefe.

- Por quê?

- Ele cortaria a minha língua por falar demais - zombo, arrancando uma gargalhada de sua garganta e sorri logo em seguida.

Uma batida leve na porta chama nossa atenção e meu sorriso só aumenta ao ver Merlia, papai e mamãe na porta com flores em suas mãos. Corro até eles sem pensar duas vezes, loucamente ansiosa para sentir o cheiro familiar e do conforto da minha família.

Lia abre seus braços me aceitando de bom agrado no meio deles e a aperto mais contra mim.

- Estou com saudades! - resmungo baixo, ela ri beijando a minha testa em seguida.

- Vim buscá-la para almoçar comigo e com as meninas.

- Eu aceito! você está sumida demais.. esqueceu da sua irmãzinha?

- Nunca, pequena. Apenas ocupada demais com as crianças e a empresa também.

Os dedos de mamãe deslizam pelos meus fios castanhos do cabelo e fecho os olhos aproveitando seu carinho.

- Está ficando tudo lindo, meu amor.

- A tia Maju está me ajudando bastante com a decoração - explico.

Apesar de estar aposentada, ela me deu bastante dicas de qual pessoa em específico procurar para ter o resultado perfeito que eu estava procurando.

- Você ainda dá ouvidos para aquela louca da soca narizes? - papai brinca e sorrimos, logo ele leva às mãos aos céu como se estivesse orando - Que ela nunca saiba que eu disse isso, amém!

- É bom mesmo, ou ela quebra seu nariz - mamãe diz - E eu não gosto de homens com narizes feios.

- O quê!? você casou comigo! tem que me aceitar do jeito que eu sou.

- Eu concordo com papai.

- Já eu, não - Lia diz, ele a olha chocado - Eu também não gosto de homens feios.

- Minha filha, você já viu seu marido?

- Do que você ri? - Lia questiona ao me pegar em flagrante tentando conter meu sorriso e nego freneticamente, caindo na gargalhada.

- Essa foi demais, confessa!

- Meu marido é lindo - diz sapeca, dando um olhar de vingança ao papai - Ainda mais nu.

- SOCORRO! - ele grita - Não quero saber sobre isso!

- Você quem começou - retruca.

- Tudo bem, já chega! eu também não estou afim de saber sobre isso.

- Eu estou - mamãe pisca com malícia - Posso dar umas dicas..

- ANA CLARA!

- O quê? você casou comigo porque quis, agora me aguente!

Lia sorri vitoriosa - Amo vocês, mas agora vou roubá-la para irmos almoçar.

- Não querem vir conosco? - interrogo e papai nega.

- Não, vamos ver nossa tropa daqui alguns minutos.

- Oh, sim.. a tropa dos vovôs.

- Menina..menina.. - caminho até ele beijando sua bochecha e depois de mamãe.

- Amo vocês, nos vemos em breve?

- Sim - mamãe diz - Me chamem para eu dar as dicas..

Papai revira os olhos e sai correndo da sala, deixando-nos sorrindo do seu drama.

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Boa leitura! ❤

Gente, esses dias provavelmente os capítulos serão poucos. Não sei o que anda acontecendo muito comigo, mas me sinto meio bloqueada, não vou deixar de postar, vocês terão capítulos, mas peço desculpas desde já se não forem tão bons assim como quero ser para vocês.

HERDEIROS #3 - TENTAÇÃO IRRESISTÍVEL Where stories live. Discover now