Capítulo 19

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Emily

Hawk carrega o corpo grande de Lucien em seus braços até o quarto e corro até a cozinha buscando o kit de primeiros socorros com meu coração em mãos, voltando para o quarto para vê-lo deitado na cama e sangrando.

- Eu posso fazer isso - Hawk diz e nego na mesma hora.

- Não, Hawk. Eu faço.

- Você sabe como fazer?

- Sim, eu fiz um curso preparativo para isso - coloco a maleta encima da escrivaninha marrom escura, que se encontrava ao lado da cama de Lucien e pego a tesoura rasgando sua camisa. Meus olhos se arregalam quando o peito de Lucien ficou exposto para mim pela primeira vez, minhas mãos estavam trêmulas e meus olhos arderam com lágrimas que lutavam para sair.

Lucien não tinha apenas a cicatriz em seu rosto, seu peito era coberto de cicatrizes que desciam até o seu abdômen. Eram vários tipos, algumas iguais ao do seu rosto, outras já eram queimaduras profundas e mal cicatrizadas, as linhas grossas como se ele tivesse apanhado de alguém com chicote e ogefo exasperada.

- Ai meu Deus.. - sussurrei.

- Vou telefonar para Christopher - Hawk avisa, mas nem me atrevo a olhá-lo.

Pois estou petrificada com as cicatrizes no corpo do homem na minha frente.

- Quem fez isso com você, Lucien? - digo baixo para mim mesma, molhando o gaze com a água oxigenada para limpar o ferimento que graças à Deus não era tão profundo, apenas precisava ser tratado da forma correta para cortar o sangramento.

ele solta um grunhido baixo quando toco no machucado que escorria mais sangue agora e paro o que estou fazendo para acalmá-lo.

Depois de limpá-lo e conseguir arrancar sua camisa para fazer o curativo, percebendo que Lucien também tinha as mesmas cicatrizes em suas costas. Corro até a cozinha novamente para preparar um chá que o ajudaria com a dor e a febre, mas a minha mente ainda estava preocupada com ele.

e mais, eu queria matar seja quem fosse o responsável por tudo aquilo.

Entro no quarto com o chá e antibióticos para Lucien e tento acordá-lo apenas um pouco, fazendo-o tomar os remédios e o chá, logo, Lucien cai na cama outra vez com o efeito rápido e cochila, soltando alguns murmúrios de vez em quando.

Longas horas se passaram enquanto o observo dormir e checo sua temperatura de minutos em minutos, sua febre diminuindo e voltando durante todo o tempo.

- Você pode ir dormir, Emily - Hawk diz - Eu fico aqui até ele acordar.

nego com a cabeça - Vai dormir, Hawk.

- Emily..

- Eu só saio daqui quando Lucien estiver bem - falo firme - Não vou sair de perto dele.

- Você tem certeza?

- Pode descansar, qualquer coisa eu chamo você.

ele assente e suspira, derrotado, porém, sai sem dizer mais nada e fecha a porta atrás de nós.

Meus olhos correm pelo corpo de Lucien, suas cicatrizes eram misturadas uma na outra, como se alguém pegasse um lápis e um papel e o rabiscasse diversas vezes, tantas que você não saberia onde uma começa para terminar a outra.

O corpo de Lucien sacode na cama e levanto, caminhando até ele para tocar sua testa.

- Céus! você está queimando de febre! - busco uma vasilha com água gelada, fazendo uma compressa com uma toalha de algodão e a molho, começando a passar delicadamente pelo seu corpo. Repito o processo mais três vezes, até sua temperatura abaixar e guardo a vasilha logo mais no chão.

Decido ir até seu guarda-roupa pegar uma camisa de frio para ele, porém tomo um susto quando sua mão agarra a minha, fazendo virar para olhá-lo, que está com os olhos abertos e me encarando com intensidade.

Tempestades.

Lucien não diz nada, apenas continua em silêncio por quinze minutos contados e não me deixa sair, sua mão aperta firme a minha e ele abre a boca para falar algo.

- Olhos.. - disse baixinho.

- O que você disse?

- Olhos lindos.. - murmurou.

Ele me puxa com força para ele e espalmo as mãos na cama me impedindo de cair em cima do seu corpo e machucá-lo. Meu cabelo cai em seus ombros e abro a boca buscando por ar, mas nada vem, eu me sentia travada aqui, e não queria sair.

Estamos tão próximos que nossos lábios se encontram à centímetros um do outro, ofego contra a sua boca e Lucien sorri abertamente, explodindo meu coração de felicidade.

Lucien está sorrindo para mim, sorrindo de verdade. Foda-se se ele precisa estar meio fora de si para isso!

Eu puxo o banco que está próximo da cama e me sento mais perto, meu braço direito desliza pelo seu peito em um abraço desengonçado e sorri boba fazendo um carinho pelos fios escuros do seu cabelo.

- Eu senti tanto a sua falta, garota.. - ele murmurou baixo e com dificuldade, ainda meio grogue pelos remédios que havia tomado e o chá também.

Meu pulso acelera e prendo o ar, não consigo acreditar em suas palavras. Mas Lucien me olha com tanta admiração e ternura que enche meu peito e me deixa ofegante.

- Achei que não fosse mais voltar - sussurro, preferindo confessar agora e saber que amanhã ele não se lembraria de nada, provavelmente - Senti sua falta, Lucien.. - digo.

Ele estica sua mão até meu rosto fechando-a em minha bochecha e fecho os olhos, descansando em sua mão, seu toque e sua presença. O calor que ele emana entrando direto em minhas veias e os abro devagar, para vê-lo me admirando com suas pupilas dilatando cada vez mais.

- Pensei em você todas noites enquanto olhava para a lua, sabia? - ele diz rouco, acelerando meu coração dentro do peito e sorrimos juntos - Ouvi todos os seus recados, você não tem ideia de como escutar sua voz me salvava, Emily.. eu adoro a sua voz, eu te escutei como um viciado desde o acordar até o anoitecer, me certificando de que eu tinha que voltar para você.

- Lucien.. - sussurrei, sua mão me puxando mais para ele e roçando nossos lábios quentes um no outro, seu hálito quente aquece minhas bochechas e arfo baixo sentindo a textura áspera de seus lábios apenas com o roçar dele ao meu.

- Mi amor.. - ele diz baixo - Fica aqui comigo, por favor.

- Nada me fará sair daqui, Lucien.. - respondo de volta para ele, que assente e encosta a cabeça em seu travesseiro, voltando a dormir.

Me inclino até ele beijando sua bochecha demoradamente e suspiro baixinho, relembrando de suas palavras que faziam uma festa em meu estômago agora. Sua mão agarrava a minha com força e deito da maneira que posso, não querendo ficar longe dele.

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Boa leitura! ❤

HERDEIROS #3 - TENTAÇÃO IRRESISTÍVEL Kde žijí příběhy. Začni objevovat