Capítulo 23

2.7K 258 61
                                    

Emily

Eu praticamente corro para fora da sala.
Minha mão apertando meu peito enquanto eu tento controlar minha respiração que se encontra descompassada agora.

Mas não dá, estou em chamas. Meu corpo está reagindo com mais intensidade que o normal aos toques de Lucien, eu quero mergulhar em seus olhos metálicos e gravar suas partes mais sombrias em mim.

Não estava me divertindo com Dylan lá, sabendo dos riscos que ele estava correndo. Mas Lucien estava com ciúmes. Ele nem se quer percebeu, mas estava com tanto ciúmes que mostrou-me seu lado vulnerável mais uma vez, e céus, eu quero me agarrar nele.

É como um ciclo vicioso, quanto mais eu provo do verdadeiro Lucien, mais eu o desejo.

Papai sempre me disse que ser justo é a melhor escolha na grande maioria das situações, mas que também devemos saber jogar como pessoas traiçoeiras quando a oportunidade nos aparece. Pode não ser correto, mas se para empurrá-lo eu preciso ir pelo seu ponto mais vulnerável, então eu farei.

Não me julguem, é um meio para um fim.
Eu quero Lucien, quero suas mãos tocando cada pedaço de mim e se para isso preciso jogar de forma suja, não me importo.

Como aconteceu? não sei. Mas esse homem tem controle sobre meu corpo e minhas ações, mas parece estar cego demais pela neblina em seus olhos. Porque eu o quero e, pela primeira vez, deixarei a determinação de Giana falar por mim.

E é exatamente por isso que estou caminhando até Dylan agora, meus saltos pretos fazem barulho no chão anunciando minha chegada e ele sorri, guardando seu celular em seu bolso.

- Oh, conseguiu acalmar aquela fera? - ele zomba e sorrimos.

- Não o teste - falo, Dylan da um passo para frente e o paro - Parado aí, companheiro.

- Por um momento eu realmente quis sonhar - ele brinca, mas logo fica sério - Por que eu sinto que você está prestes a me propor uma coisa que pode custar a minha vida?

- Porque eu realmente estou - digo passando uma mecha de meu cabelo para trás da orelha -Você sabe..

- Eu sei - interrompe - Eu percebi, é ele.

- Sim - eu suspiro e começo a caminhar pela empresa que aos poucos vai sendo construída, alguns homens trabalham ao redor e olho pelas janelas de vidro enquanto Dylan me acompanha com seus passos - O encontro ainda está de pé?

- Você ouviu as palavras dele por acaso, querida? - Dylan questiona humorado - Ele me quer morto.

eu ri rouca, meu peito vibrando e balanço meus ombros, minhas bochechas se aquecem com a forma que Dylan me olha.

- Estou mesmo interessado em você, Emily. Mas sei quando não há como competir e sou justo também.

- Mas? - arqueio uma sobrancelha.

- Mas eu não gosto quando recebo ameaças. Na verdade, eu odeio.

eu aceno - Então você está dentro?

- Topo qualquer maldita coisa que você quiser, mulher - ele diz calmo, um sorriso de canto em seus lábios se repuxa, mas agora é diferente.

Apesar de ter ficado muito mexida com Dylan, ele não me queima e me deixa em chamas como Lucien. Quanto mais estou perto de Lucien, mais ele me puxa para ele, mais ele toma um pouco da minha sanidade, e pior, eu não quero de volta. Já Dylan se torna intimidador por ser bonito, eu de fato nunca me senti atraída como sou por Lucien.

- Cuidado com suas palavras - digo humorada - Se ele te ouvir, você está ferrado.

- Preciso arrumar um segurança também. Mas sem toda a parada do romance, é claro.

gargalho.

- Você é louco, Dylan!

- Você desperta essas coisas em mim, querida..

- Dylan..

- Estou brincando, chefe - ele levanta as mãos em rendição - E então? qual o plano que irá cravar uma bala no meio da minha testa?

- Iremos fazer o seguinte...

Lucien

Saio da sala observando os dois pombinhos conversando em um canto mais afastado e cerro meus punhos. Emily ri e cora à medida que as palavras saem da boca daquele bastardo.

Talvez eu devesse ir lá.
Mas o que diabos eu faria? agarrá-lo pelo colarinho e jogá-lo daqui de cima por causa do meu ciúmes?

Não.

Além disso, eu sei exatamente o que Emily está fazendo. Ela está apenas jogando comigo. Porém, não sei qual o seu objetivo final disso tudo, não sei porquê ela está me empurrando quando não sabe do que sou capaz.

Ouço um pigarro atrás de mim e aperto as sobrancelhas, não era um pigarreio, era um soluço. Olho para a Thaís que enxuga as lágrimas com pressa para não ser pega, porém é tarde.

Ela é bonita. Seus cabelos são cor de castanhos, os olhos, alcançam um tom de mel reluzente e atrativo, a boca é carnuda e o corpo é magro, porém tem suas curvas bonitas também.

- Desculpe - ela sussurra - Não diga nada.

- Eu não ia - digo em meu tom mais calmo - Alguém fez algo com você?

- Ex-namorado idiota - diz, um sorriso triste em sua boca e só então noto a marca em seu pulso, meio arroxeada, quase preta.

- Quem é ele? ‐ pergunto sério, ela arregala os olhos.

- Você não o conhece.

- Ele está incomodando você?

- Sim.. - confessa.

- Então me diga quem é ele. Posso mandar algum homem resolver isso em questão de minutos - falo, suas bochechas alcançam um tom rosado e bonito até a ponta do nariz e ela engole em seco.

- V- Você vai matá-lo?

um sorriso escapa de mim, a deixando ainda mais nervosa e rosada.

- Não sei. Vai depender do seu ex-namorado, acredito que não seja a primeira vez que ele faça isso.

- Não, não é.

‐ Nome ‐ peço, pescando o celular do bolso.

- Lucas Brukovis – ela disse e aceno, mandando o nome para Christopher no mesmo instante.

- Tenha um bom dia, Thaís - ela acena em retirada de forma tímida e graciosa, para depois se afastar de mim e só então noto a coisa toda, a porra em que isso se transformou.

Emily.

Emily me olhando como se agora eu fosse o alvo e ela quisesse furar a minha cabeça com balas até que se torne uma peneira. Eu poderia tranquilizá-la, mas não. Mantenho minha cara de pôquer e sorrio, o sorriso mais escroto que tenho, seus olhos queimam em chamas e ela aperta as mãos.

Ótimo, acabei de despertar o pior da minha garota.

___________________________________________

Boa leitura! ❤

HERDEIROS #3 - TENTAÇÃO IRRESISTÍVEL Where stories live. Discover now