Seokjin terminou a faxina quarenta minutos antes do previsto. Despediu-se do sr. Han e foi para casa. Soobin o esperava com o jantar já pronto: filés de peixe grelhados e purê de batata.
— Olá. — Seokjin beijou seus cabelos ainda úmidos do banho recém-tomado. — Passou bem a tarde? — indagou, tentando não demonstrar a ansiedade que o consumia.
— Sim. — Foi a resposta simples do garoto.
— Sim? — ele repete, tomando-lhe as mãos entre as suas. — É só isso que você tem a me dizer?
— Não. — Ele o fitava nos olhos, mas parecia relutante.
— Fale, Soobin — Seokjin encorajou-o.
Ele levou um longo momento para responder:
— Sabe, omma, estou cansado de ser uma espécie de bicho estranho nesta cidade. Não que as pessoas me tratem mal... — apressou-se a esclarecer. Sabia que o seu pai não deixaria barato qualquer um que ousasse destratá-lo — Não se trata disso. Mas o fato é que nós dois somos considerados uma... — Soobin hesitava, como se procurasse as palavras adequadas para expressar-se. — Uma...
— Exceção? — Seokjin tentou ajudá-lo.
— Sim. Jamais consegui me sentir integrado nesta sociedade. É como se eu fosse um eterno estrangeiro, embora tenha nascido e crescido aqui. — Soobin fez uma pausa. — Você entende o que estou dizendo?
— Perfeitamente, filho — Seokjin aquiesceu. E admitiu em seguida: — Creio que meu orgulho o impediu de ter uma verdadeira família em todos esses anos. Talvez, com eles presentes, tivesse sido mais fácil...
— Pai... — Soobin abraçou-o com força. Acariciando-lhe os cabelos, levemente ondulados, acrescentou: — Você tem sido o melhor pai do mundo e eu o amo por isso.
— Também amo você, filho — afirmou, emocionado.
— E agora os Kim querem que nós dois façamos parte da família. Estive conversando com o tio Namjoon e...
— O que você sentiu? — Seokjin o interrompeu, desvencilhando-se delicadamente do abraço para fitar o filho nos olhos.
— Acreditei na sinceridade da proposta dele.
— Eu também, filho.
— Fiquei feliz por sentir que o tio Namjoon é uma pessoa em quem se pode confiar. Tenho certeza de que ele manterá a palavra, de que respeitará sua vontade, omma, e que não o obrigará a nada.
Seokjin assentiu, dessa vez em silêncio.
— Você... Vai aceitar mesmo a proposta?
— Eu já lhe disse que sim — respondeu com um suspiro.
Um sorriso radiante estampou-se nos lábios de Soobin.
— Obrigado, omma — ele exclamou, tornando a abraçá-lo, com uma intensidade que só poderia traduzir-se numa palavra: gratidão.
E se Seokjin até o momento havia tido dúvidas quanto a aceitar a proposta, agora ele sabia que deveria dizer sim... Pelo bem e pelo futuro de seu filho.
Quando Soobin saiu para dar um passeio, logo depois do jantar, Seokjin refletiu longamente sobre a conversa que acabara de ter com o filho.
Também estava cansado de ser uma espécie de pária naquela cidade. Mas não tinha ilusões: os Kim o aceitariam no seio da família por causa de Soobin... Nunca por ele próprio.
🪐 💫
Na noite seguinte, Namjoon foi à casa de Seokjin e levou uma série de documentos que precisavam ser preenchidos e assinados. Tal como havia prometido, estava cuidando de tudo pessoalmente.
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Casamento por conveniência | Namjin
RomanceUma pacata cidade... com segredos ocultos entre as colinas e os rios. Anos atrás, Choi Seokjin foi expulso de casa e marginalizado... tudo porque estava grávido e não revelara o nome do alfa responsável por engravidá-lo, dando-lhe uma fama de promís...