Capítulo 10

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A semana transcorreu rápido. Como Namjoon havia se encarregado dos preparativos para o casamento, Seokjin pôde dedicar-se a arrumar sua mudança. Havia dois móveis de que gostava muito. Pretendia levá-los para a Fazenda Sunshine e colocá-los em seus aposentos. Quanto aos outros, ficariam em casa, como a maioria dos seus pertences.

Com um olho no presente e outro no futuro, Seokjin não pensava em vender aquele imóvel que fora seu único lar por tanto tempo. A vida que levaria dali por diante era uma incógnita. E se algo desse errado, ele poderia voltar para a casa. Aprendera a ser prevenido ao longo dos anos. E não pretendia abrir mão disso agora.

Na sexta-feira, tudo já estava encaixotado e pronto para a mudança. O próprio Namjoon veio buscar a carga, em sua picape. Soobin o ajudava, mal cabendo em si de contentamento. A amizade entre ambos crescia a cada dia. E Seokjin alegrava-se por isso.

O casamento aconteceu no domingo pela manhã. O clima estava ótimo. Apesar do calor intenso, uma brisa fresca soprava.

O pátio da casa de Namjoon foi inteiramente tomado pelos carros e utilitários dos convidados, que em sua maioria eram fazendeiros e sitiantes. Um tablado de madeira fora montado para a cerimônia. Arranjos de flores ladeavam o caminho por onde os noivos passariam, depois de declarados casados. Os convidados assistiam a tudo sentados confortavelmente nos bancos de madeira que os Kim sempre reservavam para as ocasiões de festa.

Os noivos ocupavam o centro do tablado. Ao lado, os padrinhos: dr. Dong e Kim Taehyung próximos a Seokjin; Kim Minseok e Kim Yeji próximos a Namjoon. Um grupo de crianças e adolescentes da família Kim, lindamente vestidos de branco e azul, completava o quadro. Soobin destacava-se no grupo, por sua estatura elevada e rara beleza.

Os Kim compareceram em peso ao casamento. Alguns primos distantes tinham vindo da capital e até do Japão. Quanto aos Choi... Nenhum deles estava presente, como era de se esperar.

O sacerdote estendia-se numa longa preleção sobre os direitos e os deveres do casamento. Tanto Seokjin quanto Namjoon o ouviam com uma expressão atenta, mas sua mentes vagavam por paragens das quais o velho homem nem sequer suspeitava.

Seokjin perguntava-se o que o bondoso sacerdote diria se soubesse que aquele casamento era um arranjo de conveniência e não uma união baseada no amor. Namjoon, cujos olhos não se desviavam do rosto enérgico do ômega de cabelos grisalhos, pensava no irmão morto havia tanto tempo. A perspectiva de ter Soobin a seu lado, dali por diante, o confortava. 

Aliás, Soobin estava se revelando um fazendeiro nato, Namjoon notava, com um sentimento de satisfação. A rapidez com que aprendia cada lição era admirável. E a alegria com que desempenhava o trabalho, contagiante. A fazenda parecia ter adquirido uma nova vida com a presença do rapaz.

Mas o motivo pelo qual Namjoon sentia-se realmente feliz com o sobrinho era o jeito com que ele lidava com os cavalos. Soobin tinha um modo especial de tratá-los. Os animais entregavam-se de bom grado a seus cuidados. E isso vinha ao encontro de uma velha paixão de Namjoon, que já arquitetava planos ambiciosos para Soobin.

Namjoon sempre sonhara ter um haras, para criar cavalos árabes puro-sangue, mas nunca tivera oportunidade de desenvolver o projeto. As plantações, o gado e a administração da fazenda consumiam seu tempo integralmente. Agora que ele tinha o sobrinho como aliado, talvez realizasse aquele velho sonho.

O canto de um pássaro na copa de uma árvore próxima arrancou Namjoon das divagações... E foi na hora exata, pois o sacerdote agora lhe pedia que repetisse as palavras do juramento solene:

— Eu, Kim Namjoon, te recebo, Choi Seokjin...

Forçando a mente a concentrar-se no assunto, Namjoon obedeceu. Depois, foi a vez de Seokjin. Em seguida chegou a hora das alianças, que uma garotinha vestida de branco trouxe numa minúscula baixela de prata.

Casamento por conveniência | NamjinWhere stories live. Discover now