Capítulo 9

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A uma da tarde, pouco antes de sair para fazer faxina na casa da família Hong, Seokjin recebeu um telefonema: era o sr. Hong cancelando o compromisso, depois de informá-lo de que o filho mais velho estava pintando a cozinha e a sala de jantar. Assim, de nada adiantaria fazer a limpeza.

Com a tarde livre pela frente, Seokjin pensou em podar as roseiras do jardim. Vinha adiando aquele serviço havia alguns dias, esperando que Soobin o fizesse. Mas, já que tinha tempo, trataria disso.

Pegou a tesoura de podar e estava saindo da casa quando viu um carro estacionando do outro lado da rua. Reconheceu Kim Taehyung, que acenou-lhe ao sair do veículo. Parado junto ao portão, Seokjin esperou que ele se aproximasse.

Taehyung era o ômega mais belo e elegante da cidade. Mas ainda que vivesse num grande centro, seria capaz de chamar a atenção. Tinha vinte e nove anos e a segurança característica dos Kim. Voltara a cidade fazia cerca de dez meses, depois de divorciar-se de um capitão do exercito com quem vivera por dez anos. Voltara a usar o nome de solteiro e criara uma fundação com objetivos sociais e artísticos.

Seokjin o admirava, e não era para menos, pois Taehyung, além de possuir um caráter forte e decidido, tinha uma bondade nata. Era o único dos Kim que, desde antes, gostava minimamente.

Embora o ômega lúpus não fizesse nenhum alarde dos serviços que prestava gratuitamente às pessoas necessitadas, seu nome sempre aparecia por trás dos projetos humanistas, ecológicos, artísticos. Onde quer que acontecesse algo criativo e dinâmico, Taehyung estava presente.

— Boa tarde — saudou. 

— Como vai, Taehyung?

— Bem... Diga-me, Seokjin, você está muito ocupado?

— Não. Eu deveria trabalhar na casa dos Hong, mas eles estão pintando uma ala da casa, por isso me dispensaram. Resolvi então aproveitar para podar as roseiras. — Ele mostrava a tesoura. — Vamos entrar — convidou, dando passagem a Taehyung.

— Obrigado.

— Sente-se — disse Seokjin, apontando o sofá. — Se você me der licença por alguns minutos, guardarei a tesoura e farei um chá para nós.

— Importa-se se eu acompanhá-lo até a cozinha? — Taehyung indagou.

— Oh, claro que não. Venha, por favor.

Minutos depois, ambos saboreavam um chá de hortelã e conversavam sobre vários assuntos referentes à comunidade, num clima de sincera simpatia. 

Seokjin estava curioso. Sabia que seu futuro cunhado não era do tipo que fazia visitas de cortesia ou fofocas. Taehyung só se relacionava com os habitantes da pequena cidade através do seu trabalho na fundação. Fora isso, mantinha uma vida bastante reservada.

— Você deve estar se perguntando o porquê de minha visita... — comentou, num dado momento. — Certo?

— Exato — Seokjin aquiesceu, com sinceridade.

— Meu irmão me contou que você resolveu me convidar para ser seu padrinho de casamento.

Seokjin reagiu tão embaraçado quanto surpreso:

— Ora, eu mesmo queria lhe falar sobre o assunto. Não era preciso que Namjoon se adiantasse...

— Creio que ele tentou facilitar as coisas — Taehyung argumentou. — Viu que você estava receoso de me fazer o convite e resolveu intervir.

— Deve ter sido isso — Seokjin concordou. — Ele é sempre muito eficiente e rápido.

— Esta é a marca registrada de Namjoon — Taehyung comentou, com um sorriso. Em seguida, fixando em Seokjin os olhos que eram negros como os do irmão, indagou: — Por que você me escolheu?

Casamento por conveniência | NamjinOnde as histórias ganham vida. Descobre agora