Capítulo 14

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A primeira semana de casados fora tranquila, sem mais desentendimentos entre Seokjin e Namjoon. Os dois estavam se esforçando para terem uma boa convivência, por Soobin e por eles mesmos. Seokjin e o filho se adaptaram com facilidade a rotina da casa do alfa, e durante as refeições, os três conversavam e tentavam conhecerem-se um pouco mais.

Eram dez e meia da manhã de uma segunda-feira quando Seokjin começou a preparar o almoço. Não havia consultado Namjoon sobre o menu, diferente dos outros dias. E Soobin só chegaria por volta das duas horas da tarde. Assim, Seokjin resolveu optar por uma refeição simples mas saborosa, composta por uma nutritiva salada e carne grelhada. Um purê de abóbora completava e coloria a mesa.

Seokjin arrumou a mesa para duas pessoas, já que Soobin voltaria um pouco mais tarde para casa naquele dia. Aquela seria a primeira refeição a sós com Namjoon, e isso o deixava um pouco nervoso.

O alfa chegou pouco antes do meio-dia, coberto de poeira, com o chapéu stetson jogado para trás.

— Vou tomar um banho e já descerei para o almoço — anunciou, de passagem, a caminho das escadas que conduziam ao segundo andar da casa.

Com um olhar atento, Seokjin observou o marido afastar-se pelo corredor, com seu andar altivo e porte imponente. Por um momento, o ômega lembrou-se do garotinho que era tão magrinho e menor que ele na infância. Sempre tão quieto e observador, o pequeno Kim foi por um tempo objeto de sua curiosidade, mas, pela proibição do pai para que não chegasse perto de qualquer Kim, Seokjin nunca se aproximou do outro garoto.

Contudo, uma coisa poderia afirmar, Namjoon nada mais lembrava aquele pequeno garotinho assustado e tímido da infância. Agora, um homem completo, exalava tanta confiança e segurança que era difícil relacioná-lo àquela imagem fofa e frágil que o alfa tinha quando criança, a qual despertava em Seokjin tanto desejo de se aproximar e cuidar dele, mesmo sendo apenas um ano mais velho que o Kim.

Namjoon retornou em dez minutos, usando calça de algodão bege e camisa branca de malha. Dos cabelos negros, ainda úmidos do banho, exalava um perfume suave. Nos olhos, a expressão determinada de sempre.

Seokjin chegou a invejar sua disposição, o vigor com que ele encarava a vida. Perto de Namjoon, tudo parecia adquirir uma importância maior.

O almoço transcorreu em silêncio, quebrado vez ou outra pelo canto dos pássaros nas árvores próximas ou pela conversa dos trabalhadores lá fora.

Namjoon saboreava os pratos com uma expressão compenetrada, como se quisesse perceber cada ingrediente, cada sutileza de tempero.

— Estava muito gostoso — disse, no final da refeição. — Há café na garrafa térmica?

— Sim, mas é o mesmo da manhã. Não quer que eu passe outro?

— Por favor.

Enquanto punha a água para ferver, Seokjin percebeu o olhar de Namjoon percorrer seu corpo. Estaria avaliando se o ômega com quem se casara era realmente digno de estar ao seu lado? perguntou-se. Ou estava olhando-o com alguma espécie de segundas intenções?

Fosse como fosse, o fato era que Seokjin sentia-se pouco à vontade na presença do marido. E foi com um intenso alívio que ele o viu terminar o café e sair para a varanda, onde sentou-se numa espreguiçadeira para ler uma revista especializada em criação de cavalos.

Pouco depois, enquanto tirava a mesa, Seokjin ouviu-o subir para o andar de cima, de onde desceu logo em seguida, usando as botas de trabalho.

— É hora de retornar — Namjoon comentou de passagem. E saiu.

Casamento por conveniência | NamjinOnde as histórias ganham vida. Descobre agora