08 - Passeio agradável

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O resto da manhã passou rápido Elisa tinha pegado um livro na biblioteca, estava bastante envolvida em sua leitura sentada na sala, Antônia surgiu e foi logo perguntando:

–  Senhora Elisa, você lê romances?

Ela se sentou ao seu lado.

–  Me chame apenas de Elisa. E Sim, gosto.

Elisa analisou o título do livro de em suas mãos.

Antônia concordou com um sorriso e continuou aos suspiros:

– São lindas as histórias de amor dos livros.

Elisa sentiu tanta vontade de dizer a menina que na vida real era bem diferente, porém se calou.

–  Sim, são.

–  Elisa, será que algum dia vou encontrar um grande amor?

Ela engasgou com a pergunta, então pode ter certeza de que a jovem se vestia como uma criança, porém já havia se tornado uma moça.

Elisa fechou o livro e o colocou em seu colo delicadamente, se virando para a Antônia. Percebeu que a menina estava vermelha com a pergunta que tinha lhe feito.

– Antônia, quantos anos você tem?

A menina achou estranho aquela pergunta, porém respondeu com naturalidade:

–  Vou completar dezesseis em breve.

Então, Elisa percebeu o quão sério era aquela situação.

–  E por que ainda se veste assim, como sua irmã?

Antônia juntou as pernas tensa e colocou os braços sobre os joelhos desconcertada.

– Minha mãe exige que eu me vista assim. Ela diz que roupas mais adultas farão com que os homens me olhem de forma inapropriada.

Elisa bufou com aquela sandice.

–  E você gosta de se vestir assim?

–  Não –  a resposta da garota veio imediatamente e cheia de lamento.

–  Essas fitas me causam coceira, e os vestidos sempre estão apertados.

–  Já pensou em dizer isso a sua mãe ou com seus irmãos sobre isso?

A menina parecia ainda mais tensa.

–  Minha mãe não me ouve, sempre diz que sabe o que é o melhor pra gente. A senhora Mazé disse que é errado eu falar sobre tais assuntos aos meus irmãos, seria algo indelicado segundo ela.

Então Elisa apenas suspirou, mas desejava muito poder ajudá-la, só não sabia como.

As duas foram interrompidas pela chegada de Joana que estava saltitante, ela corria e Mazé vinha logo atrás, atrás gritando algo sobre o fato de meninas brincarem com terra ser algo selvagem.

As mãos de Joana estavam cheia de terra.

–  Essas meninas abusam quando a senhora Edna ou o senhor Manuel não estão! –  reclamou Mazé.

Joana ainda sorria de forma travessa.

–  Não tem mal nenhum brincar com terra, papai sempre dizia que a natureza é revigorante.

Elisa apenas riu da esperteza da menina.

Antônia a pegou desprevenida com uma pergunta:

–  Seu pai brincava com você Elisa, meu papai sempre ficava um tempo se divertindo com a gente?

Então uma nostalgia tomou a todas ali, Elisa se lembrou do carinho de sua família e de todas as vezes que seu pai levava ela e Joaquim ao rio para nadar.

RAZÕES PARA NÃO TE AMARWhere stories live. Discover now