29 - Paixão impossível

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Depois de toda confusão no hall principal da casa grande, Antônia ajudou Elisa a levar Joaquim para seus aposentos mesmo sobre a recriminação de sua mãe.

Ele resmungou por várias vezes que estava bem, mas era nítido que estava mentindo, talvez sentisse vergonha de que Antônia o visse naquela situação, porém quando finalmente conseguiram colocá-lo na cama, ele levou a mão a altura do ferimento que há pouco tinha sido cuidado.

— Ah meu irmão, eu sinto muito... — lamentou Elisa com voz de choro.

— A culpa não é sua... — falou entre um gemido e outro.

— Não mesmo, meu irmão quem é um monstro! — Antônia manifestou indignada.

Elisa levou a mão a altura da camisa e antes de retirá-la olhou para Antônia, não sabia ao certo se deixar o corpo do irmão a mostra próximo de uma donzela fosse algo certo, e sabia muito bem que não era, no entanto, a situação era necessária, eficou surpresa com a naturalidade que Antônia agiu, a menina realmente não era mais uma adolescente, se tornara praticamente uma muher.

Ambas ficaram preocupadas ao ver o ferimento aberto.

Elisa falou:

— Vou chamar os servos para auxiliarem e ver se alguém chama o médico.

Ela estava atordoada com tudo, então saiu do quarto sem pensar que deixar os dois jovens sozinhos também não era nada apropriado.

Quando estavam a sós, Antônia retirou um lenço do bolso do vestido e naturalmente levou até o ferimento. Joaquim gemeu e tocou a mão da jovem. Naquele instante seus olhos ficaram um no outro.

— Me perdoe, isso deve doer — Antônia falou.

Ele cerrou os lábios e gemeu novamente, entretanto não permitiu que ela retirasse a mão dali.

— Obrigado... — sussurrou ainda com as mãos sobre as dela.

Por algum motivo ele não desejava soltá-la, em meio a tanta dor era bom ter ela ali, sua delicadeza o acalmava mesmo ainda envergonhado por ela ter lhe assistido levar uma surra.

— Você vai ficar bem, eu sinto muito mesmo — ela afirmou com certeza, no entanto, naquele instante Joaquim se sentiu confuso, talvez a jovem estivesse mesmo era sentindo pena dele. Aliás foi a única coisa em que ele acreditou, pois não havia outro motivo para que ela estivesse ali. Então a soltou e evitou olhar em seus olhos.

Antônia se sentiu confusa com a mudança de comportamento dele, no entanto, quando pensou em dizer alguma coisa, Elisa entrou no quarto mais aflita do que antes e segurando uma pequena bacia por cima de tolhas limpas.

Antônia soltou Joaquim para ajudá-la e deixou seu lenço ali sobre ele.

Ao se aproximar Elisa sussurrou baixinho de forma que apenas Antônia a ouvisse.

— Céus, Manuel é um verdadeiro monstro, ele proibiu os servos de cuidarem do meu irmão, e também de chamarem o médico.

Antônia ficou mais irritada com as atitudes do irmão e praguejou baixinho, Elisa ficou surpresa, a menina a surpreendia mais a cada instante.

Depois se mostrou ainda mais solicita.

— Vou ajudá-la a limpar os ferimentos.

Elisa franziu a sobrancelha, depositou as coisas que havia trazido num móvel ao lado e segurou firme as mãos da jovem entre as suas.

— Olha, Antonia, sou imensamente grata por seu apoio. Mas eu acho melhor você se retirar e voltar para seu quarto, sua mãe não está nada satisfeita, ameaçou comunicar a Manuel que está aqui.

RAZÕES PARA NÃO TE AMARDonde viven las historias. Descúbrelo ahora