19 - Busca implacável

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Fernando cavalgou na mesma intensidade em que seu coração batia até a estação de trem. Aquela era uma cavalgada de cerca de uma hora se feita de forma lenta, mas ele fez em trinta e cinco minutos, de forma rápida. Sabia que Elisa certamente havia ido devagar, e que optaria pelo trem já que a viagem até Vargem a cavalo seria um dia inteiro e ela não suportaria. O transporte ferroviário na cidade ainda era algo novo, então certamente ela acreditou também ser uma opção de fuga.

No caminho Fernando avistou dois homens viajando sobre seus supostos animais na contramão, ele analisou detalhadamente e reconheceu o puro sangue de crina escura caracteristico dos animais de sua fazenda. Apesar da dupla se tratar de um homem adulto de meia idade e um rapaz ainda jovem, Fernando não pôde deixar de pensar que tivessem feito algum mal a Elisa e furtado o animal. Tomado por uma grande coragem ele parou o seu cavalo bem a frente da dupla impedindo a passagem os deixando um tanto assustados.

— Onde conseguiram este cavalo? — falou se forma autoritária.

Naquele momento Fernando nem ao menos conseguia pensar com clareza, sobre qualquer tipo de perigo.

O homem mais velho segurou o mais jovem pela mão como se tentasse proteger enquanto ele resmungava:

— Eu disse que era perigoso, esse cavalo na certa foi roubado.

O mais jovem então os defendeu:

— Uma mulher nos vendeu por algumas moedas. Ela disse que precisava apenas comprar uma passagem de trem.

Ao ouvir a versão dos fatos, Fernando sentiu um pouco mais de alívio.

— Faz quanto tempo que a viram?

— Cerca de dez minutos, próximo a estação. Moço eu juro que não roubamos o cavalo — o rapaz insistiu.

Para Fernando o que menos importava era aquele cavalo. Além do mais em sua fazenda tinha muitos outros e até mais caros, ele desejava apenas encontrar logo e Elisa. Então ele virou o animal que montava seguindo em frente galopando o mais rápido que podia enquanto os dois homens o analisavam confusos ficando para trás.

Perto da estação, deixou o cavalo com um colcheiro de aluguel, pagou algumas moedas e entrou rapidame. Aida era cedo, haviam poucas pessoas por ali, mas o suficiente para fazê-lo ter que procurá-la. A imensa máquina de ferro estava parada bem alí e pessoas embarcavam com seus servos e bagagens.

Ele procurou por todos os lados. Esbarrou de forma indelicada em algumas pessoas e quando a máquina apitou anunciando que breve partiria ele ficou em desespero, tomado por uma grande angustia. Fernando simplismente ficou parado com as mãos na cabeça aflito, então, de repente, seus olhos a viram. Ela estava embarcando no último vagão do trem, não o vira, mas ele sim. Seus olhos se perderam na mulher vestida com roupas simples, ela nem ao menos usava as roupas caras que a modista havia feito, apenas suas roupas humildes que havia chegado na fazenda, ainda sim, estava linda. Seus cabelos castanhos tinham ondas e estavam presos sob o chapéu de abas largas, com pequenos cachos de flores e uma delicada fita de cetim rosa formando um laço por debaixo do queixo.

— Elisa! — ele gritou e ela olhou imediatamente.

Os olhos meigos e grandes de Elisa o encararam surpresa.

Na sequência Fernando viu o funcionário a bordo pressioná-la a entrar pois estava atrapalhando o embarque. Elisa respirou fundo e se virou à frente ignorando Fernando. Ela não queria vê-lo, estava magoada demais para isso. Ela só não esperava que ele a seguisse até ali.

Já dentro do trem, Elisa se ajeitava em seu acento, felizmente estaria sozinha durante a viagem, não haviam mais passageiros, assim não precisava segurar as lágrimas. Deixar tudo para trás não era difícil, afinal vivera um inferno desde que chegara àquela cidade, porém deixar as meninas e Fernando, era doloroso demais, nunca havia se sentido assim por algum homem.

O sons dos maquinários do trem soaram, Elisa estava ansiosa, viu a imagem de Fernando ao lado de fora através da janela. Seu coração bateu mais forte, a expressão dele era de angústia e desespero, e Elisa sabia muito bem que era por ela. Então, evitou olhar para fora para não se comover. Ela desamarrou as fitas do chapéu e o colocou sobre o colo sobre uma tensão agonizante. Lutou contra a força que atraia seus olhos para fora, e por um instante não suportou. Elisa engoliu seco quando não o viu mais.

Alguns instantes depois, Elisa ouviu um barulho vindo da entrada, o transporte já estava em movimento, ela observou melhor e se surpreendeu ao ver Fernando dentro do trem em uma discussão com o funcionário que desejava expulsa-lo por não ter um bilhete. Elisa ficou chocada com a ousadia de Fernando, mas não pôde deixar de ficar temerosa que o lançassem para fora com o trem em movimento. Alguns instantes se passaram e ela pôde vê-lo cochichar algo ao funcionário e lhe entregar uma boa quantidade de moedas, imediatamente o homem se acalmou e com os olhos cheios de cobiça o deixou em paz. Fernando ajeitou suas roupas e ignorou os olhares de alguns passageiros curiosos, então ele a viu. Imediatamente a expressão de Fernando, tensa se transformou, havia expectativa em suas íris verdes como um lago. Suas sobrancelhas estavam levemente unidas como se pedisse permissão para se aproximar. O coração de Elisa já batia depressa, ela ainda não conseguia acreditar que ele estivesse ali.

— Posso?

A voz dele soou rouca capaz de preencher casa parte dela. Então, balançou a cabeça de leve permitindo. Havia uma tensão gigantesca entre eles, o coração dela batia tão forte que temia ser ouvida pelos outros passageiros.

Fernando se aproximou devagar e quando estava breve a sentar ao seu lado Elisa deixou o chapéu cair se seu colo e se lançou em seus braços de uma vez sem pensar em mais nada. Ele a recebeu com carinho, aquele gesto dizia muito mais que as palavras, Fernando pôde sentir todo peso que ela estava carregando, o corpo dela tremia em seus braços e ele pode ouvir gemidos agudos e baixos entre suas lágrimas. As mãos dele a envolveram como se ela fosse sua propriedade, seus corpos se uniram ficando colados. Nem um outro lugar no mundo era tão bom quanto aquele, os braços um do outro. Fernando a soltou apenas por um instante, pois precisava implorar por seu perdão, nada o daria sentir mais digno. Por isso, fitou seus olhos como se sua vida dependesse disto.

— Me perdoe, por favor...— implorou.— Fui um tolo, estava tomado pelo ciúmes... Céus... Sei que não mereço.

Elisa fungou. Ela não conseguiu dizer nem uma palavra.

Estavam próximos demais, além do que a etiqueta e o decoro permitiam, porém, ambos não se importar, tomado por uma paixão fulminante, Fernando tomou os lábios dela com os seu, sua boca gentil pressionou a dela com ternura, Elisa abriu a boca e o recebeu, não havia nada que ela desejasse tanto, ser beijada novamente por ele.

Fernando levou uma das mãos até a cintura dela e com a outra segurou sua nuca contra o seu rosto, sem pressa a invadiu com sua língua explorando a maciez, a doçura de cada parte

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Fernando levou uma das mãos até a cintura dela e com a outra segurou sua nuca contra o seu rosto, sem pressa a invadiu com sua língua explorando a maciez, a doçura de cada parte. Elisa era única, e naquele momento ele teve plena certeza de que a amava. Estar com ela em seus braços, em sua boca era a experiência mais esplêndida de sua vida, Elisa tinha o poder de fazê-lo se sentir completo, como se suas almas fossem apenas uma. Então não a soltou, a beijou ainda mais, com paixão, explorando o céu doce de sua boca, e quando finalmente soltou seus lábios, ele a abraçou, permitiu que ela enterrasse seu rosto em seu peito. Fernando a fizera se sentir protegida naquele instante, e toda aquele vazio e solidão que ela sentia desde a morte de seus pais, desaparecera.

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