16- Beijo roubado

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No momento em que viu Fernando, Manuel ficou irritado, a presença do meio irmão sempre significou ameaça para ele

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No momento em que viu Fernando, Manuel ficou irritado, a presença do meio irmão sempre significou ameaça para ele. Manuel acreditava que Fernando era o filho preferido do pai, aquele que sempre se sobressaía em tudo, até em carreira militar havia sido aceito. Manuel tinha passado a vida toda o odiando, sentindo desejo de ser o filho "número um" pelo menos uma vez na vida. Mas ao ver os convidados que Fernando trouxera, entendeu que aquilo se tratava de uma afronta. Os Antunes haviam crescido com eles, Valentina sempre fora interessada em Fernando e Daniel... um grande amigo, sempre desinibido, e a frente de seu tempo, Manuel e eles nutriam uma amizade incomum, ao contrário dos outros rapazes que não aceitava nenhum tipo de toque físico entre cavalheiros, Daniel lhe segurava a mão em momento difíceis, não se importava em compartilhar afeto. Com o tempo ele foi para a Europa e quando retornou já adulto, trouxe novos costumes, juntos visitavam alguns lugares onde aconteciam coisas que para sociedade seria um escândalo, nestas festas das quais eles perticipavam, tudo era permitido e sigiloso, um lugar no qual ele poderia ser ele mesmo, e fazer o que desejava sem julgamentos ou culpa.

Mas Manuel não havia se encorajado para contar ao amigo sobre o casamento, sentia que ele se incomodaria com isso. Por isso havia achado invasivo da parte de Fernando em expôr seu matrimônio a ele. Precisou sair para respirar um ar puro, antes que expulsasse seu meio irmão dali aos socos.

Enquanto estava no jardim lutando contra a raiva e tentando respirar, Manuel ouviu uma voz soar bem as suas costas:

— Quer dizer então, que o imponente Manuel Valença se casou? Confesso que não acreditei quando ouvi.

Era Daniel, ele o tinha seguido até alí discretamente.

— Eu precisava fazer isso.

— Por que você precisava, por sua mãe?

— Você não entenderia...

— Não entenderia mesmo. Assim como não entendo essa sua vidinha ridícula. Não é isso que você quer.

Manuel encarou o rapaz irritado:

— Você não sabe nada sobre mim!

— Olha, você ainda faz tudo que sua mãe quer, quando terá vida própria?

Daniel estendeu o braço e tocou o ombro de Manuel. Ele respirou fundo empurrou a mão dele de forma brusca.

— Não me toque! Não sou mais assim... Agora sou um homem casado e que se deita com sua esposa em seu leito.

A expressão de descepção era notória em Daniel. Ele meneou a cabeça e conteve um sorriso abaixando a mão, sabia que Manoel estava mentindo, ainda mais, para si mesmo.

— Então é isso. Você tem certeza?

Daniel falou e enfiou as mãos no bolso.

Manuel o encarou, havia uma batalha interna dentro dele, Daniel havia notado.

RAZÕES PARA NÃO TE AMARWhere stories live. Discover now