Capítulo 24- Isto é o fim...

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-Mãe desculpa, volta para a cama, eu vou lá. -Corro apressadamente para a entrada quando oiço pancadas fortes.- MAS O QUE PENS- - Antes que pudesse continuar sou surpreendida. Não era o Ashton. Mas neste caso preferia. Isto não é bom sinal.



- S-sim?- Pergunto de voz tremula. O carro da polícia encontrava-se em frente á minha casa. Um guarda estava dentro do carro e outros dois estavam á minha frente.

- A sua mãe está em casa?

-Sim mas o que passa?- Antes que pudesse obter resposta, a minha mãe aparece por detrás de mim sendo atacada por um dos polícias.- Ei mas o que- Antes que pudesse reagir ao que estava a acontecer o outro policia agarra-me pelos braços fazendo-me cair no chão, totalmente imóvel e incapaz de fazer o quer que fosse para ajudar a minha mãe.

- A senhora está presa pelo homicídio de Duarte Simões. Tem o direito de permanecer calada, tudo o que disser poderá ser usado contra si em tribunal.

- MÃE?? -Gritei uma última vez.

-Desculpa filha, desculpa...

- O que é que se está a passar?- Pergunto com dificuldade. O que é que isto tudo significa?- Vocês não a podem prender, ela não fez nada!- Grito em pelos pulmões.

A Sam entra nesse momento e fica de olhos colados ao que se estava a passar. Vejo o seu olhar confuso e ao mesmo tempo perdido. Num sussurro ela chama a minha mãe e depois olha para mim como se perguntasse o que se estava a passar.

- A sua mãe vai pagar pelo crime que cometeu. Homicídio leva ainda a uns belos anos de prisão.

-O que está para aí a dizer? A minha mãe não fez nada!- Riposta Sam cheia de lágrimas.

- Temos uma acusação bastante forte, sem falar que também temos provas.

-Como é que pode ter provas de uma coisa que ela não fez?- Pergunto tentando soltar-me à força do gorila do polícia.

-Talvez a arma que ela usou para o matar. Está aqui algures e nós temos um mandado de captura para levar esta senhora agora mesmo. Gadriel, avisa a polícia portuguesa que a suspeita está presa. Quero esta casa virada do avesso. A arma está aqui algures. -Dito isto o polícia que agarrava a minha mãe puxou-a com força para fora de casa. O outro polícia estúpido soltou-me bruscamente fazendo-me cair no chão, devido à força que eu fazia para me soltar.

- Mãe! Mãe!- Corri para a minha mãe assim como a Sam.

-Meninas vai tudo ficar bem. Por favor Margarida toma conta da tua irmã. - A minha mãe vertia lágrimas que pareciam não ter fim.

Outro carro estaciona à frente da minha casa ficando apenas um polícia à espera que alguém chegasse para começar a busca. Eu nem acredito que isto está mesmo a acontecer. A minha mãe era incapaz de matar alguém e muito menos o meu ex-namorado. Ele morreu, eu cheguei a saber dessa historia. Não fui ao funeral, não tinha nenhuma vontade de ir se querem a verdade. Mas uma coisa eu sei, a minha mãe nunca fez isso, é impossível. Ela é a pessoa mais humana e com um coração gigante. Porque é que ela ia logo matar o Duarte? Porquê? Eu nunca falei com ela sobre qualquer problema que tivesse com ele. Tudo que acontecia entre mim e ele permanecia entre nós os dois. É impossível!

A minha irmã estava agarrada ao Calum que entretanto tinha vindo a correr para ver o que se passava, afinal a minha irmã telefonou-lhe a chorar, ele quase que não percebeu nada do que ela dizia ao telefone.

Como não nos davam permissão para entrar dentro de casa a minha irmã estava no alpendre sentada num banquinho pequeno que havia junto do canteiro de rosas. O Calum estava a dar-lhe festinhas na cabeça e espalhava pequenos beijinhos na cara para a tentar acalmar. Quando o seu olhar cruzou-se com o meu senti como se ele estivesse a ver a minha dor a trespassar-lhe pelos seus olhos. Não estava tão chorosa como a minha irmã, eu evito ao máximo chorar. Não porque sinto vergonha de ser humana e mostrar que sinto dor mas sim porque odeio mostrar parte fraca. Não sei se isso é defeito ou não mas por vezes as pessoas tomam-me como uma pessoa fria.

Ele perguntou num pequeno sussurro" Está tudo bem?" acenei afirmativamente que sim com a cabeça mesmo que o Calum saiba que não é verdade.

Um carro de vidros fumados aparece minutos depois. Levantei-me das minhas escadas de madeira, ignorando qualquer aviso que os policias me davam. Dentro do carro sai um homem vestido a rigor. Não conseguia ver bem quem era devido ao facto de ser de noite e o homem estava de costas voltadas para mim. Ouvi ele a falar com o inspetor encarregue do caso, não sei porque mas havia algo familiar na maneira como o homem agia.

O homem tinha uma postura rígida e até um pouco assustadora. Vestia um pólo preto e óculos escuros a tapar-lhe os olhos. A sua atenção passou do polícia para a minha irmã e depois para mim. Fiquei quieta no alpendre enquanto este caminhava para mais junto de mim. Não podia negar que estava como sangue congelado. A cada passo que ele dava mais arrepios passavam pelo meu corpo. Ele tira os óculos um pouco antes de chegar a mim revelando quem era.

- Não acredito. - Disse incrédula a olhar para a figura masculina parada à minha frente.

- Então já não se dá as boas vindas ao teu pai. -Disse com um sorriso ordinário na cara.

-Tu não tens o direito de ser considerado pai. Que pensas que estás aqui a fazer?- Pergunto irritada. Levantei-me com força chamando a atenção da minha irmã e do Calum. Mal os olhos da Sam pararam nele eu tenho a certeza que vi o seu mudo desabar bem à frente dos seus olhos. Ela fez como eu, levantou-se bruscamente e correu para junto de mim com os olhos em sangue.

-QUE PENSAS QUE ESTÁS AQUI A FAZER?? - Grita aproximando-se cada vez mais dele. O Calum agarra a minha irmã, tentando ao máximo impedir que mais algum desastre aconteça nesta noite.

- Então, vim visitar as minhas filhas. É isso que um pai faz.

-Já vens tarde.- Disse grosseiramente.

-O que é que queres afinal?- Pergunta Sam soltando-se do Calum.

-Esse ai é o teu namorado?- pergunta apontando para o moreno que estava estático com tudo que se estava a passar. Sam revira-lhe os olhos, tentando ao máximo controlar-se. - Vê lá se cuidas da minha filha, estou a confiar em ti rapaz.

- Mas o que é que pensas que estás a fazer? Depois de anos é que te lembras que és pai? Digo-te já, esse discurso de pai preocupado não funciona comigo e muito menos com a minha irmã. Ela podia ser mais pequenina que eu mas ela sabe muito bem merda de pessoa que és seu canalha.

-Acho que a vossa mãe não vos deu educação suficiente.

-ATREVE-TEA FALAR DA MÃE OUTRA VEZ QUE PARTO-TE A CARA TODA!!- Um polícia vem a correr na nossa direção e agarra-me antes que conseguisse arrancar aquele sorriso cínico da sua cara. -LARGUE-ME!!

- Se a menina não se acalma agora ainda vai passar a noite à esquadra. Já a estou a avisar à muito tempo.- Solto-me bruscamente do polícia sem desviar os meus olhos raiados de sangue da direção do meu suposto "pai".

- Agora vamos ao que interessa, já fizeram as malas?- Do que é que ele está a falar?

- Nós não vamos viver contigo, é que nem penses que isso algum dia pode acontecer. -Disse Sam com os olhos em lágrimas.

- A mim parece-me que esse dia chegou e adivinha lá, é hoje!



Green eyes ∞ Ashton IrwinNơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ