Capítulo 26- Adeus

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-Não quero perder já a esperança, mas não á muito que possa fazer, a tua mãe já confessou o crime.

-o quê?- A minha mãe matou...não acredito! A minha mãe não era capaz, porquê?? Porquê? - Ela disse o porque de o ter feito?

-Não, peço desculpa pelo que te estou a contar, mas se a tua mãe decidir no dia do julgamento confessar o crime, não á nada que possa fazer, nem reduzir a pena. Lamento muito.

-Para quando é o julgamento?

-No final da semana.

-Dentro de três dias?- Isso é quase tempo nenhum. Três dias que restam para saber o que vai acontecerá minha mãe.

Despedi-me do advogado e caminhei para junto da Crystal.

-Emprestaste o teu telemóvel?

-Sim claro, mas para que?

-Urgente.- Olhou desconfiada para mim mas não me pergunto umais nada. Olhei para o bolso do casaco onde tinha guardado o papel. Marquei o número no telemóvel da Crystal e esperei que atendessem.

-Sim?

- Aceito o acordo.

- Eu sabia que não ia demorar muito.- Disse sem deixar escapar a felicidade que estava a sentir no momento.

-Como vai ser então?

-Visto que a tua mãe já admitiu o crime não tarda muito para a notícia chegar aos ouvidos de algum oficial. Encontramos-nos à uma da tarde em tua casa, por enquanto aconselho-te a fazeres as malas, partimos ainda hoje para Portugal.- Não consegui desfazer o nó que sentia na minha garganta. Eu nem queria acreditar no que estava prestes a fazer. O bip ouviu-se como sinal que a chamada tinha sido desligada. Olho para trás e vejo Crystal de olhos postos em mim a interrogar-se para si mesma com quem eu estava a conversar.

-Mags, está tudo bem?

-Sim...preciso de falar com a minha irmã, será que podíamos ir para tua casa agora?

-Sim claro.- Pegou no casaco que estava abandonado numa das cadeiras de madeira e vesti-o à pressa enquanto me seguia em sentido à porta de saída.

Não demorou muito para chegarmos a casa de Crystal. As persianas da sala já estavam levantadas o que significava que alguém já tinha acordado, ou provavelmente nem conseguiu dormir. Como é que vou contar o que se está a passar á Sam? Como lhe vou dizer que vai ter que abandonar o amor da sua vida? Como ou dizer que a mãe tem que ficar para trás? Como? O que é que eu fui fazer? Eu sei que existe milhões de maneiras de resolver isto mas simplesmente não consigo ver uma escapatória melhor que esta. A minha mãe não pode ser presa. Eu não sei porque é que ela matou o Duarte mas pretendo vir a descobrir antes de partir. Não tenho ódio dela por mais estranho que pareça, o Duarte mereceu tudo o que lhe aconteceu. Sinto-me desiludida por ela ter descido tão baixo como ele e para alem disso acabou por estragar a vida dela...e a nossa.

Crystal faz aparecer as chaves de casa de dentro da mala e abre cuidadosamente a porta de madeira, dando-me total visão para a sala.

Deixei Crystal fechar a porta e caminhei devagarinho ate a sala. O corpo de Sam estava debruçado no do Calum enquanto este lhe mexia nos seus cabelos castanhos. Noutro sofá estava Michael, Ashton e Luke de cabeça baixa encarando o chão de pedra. Já a Aly estava encostada á parece agarrada ao telemóvel, bastante impaciente. Mal ela notou a minha presença correu até mim e abraçou-me. Não houve nada deste mundo que me fizesse doer mais o coração.

Green eyes ∞ Ashton IrwinOnde histórias criam vida. Descubra agora