Capítulo 5 - Desculpas

680 48 17
                                    

Sinto-me mal por ter tratado daquela maneira tanto a Sam como o Ashton. A Sam só estava a agir como uma irmã preocupada e o Ashton a agir como um amigo. Eu simplesmente não acredito naquelas amizades que se constroem em uma questão de dias, eu acredito nas amizades que mesmo passado anos e anos as pessoas continuem a apoiar-se mutuamente, a rir-se das suas parvoíces, a limpar as suas lágrimas quando algo de mal acontece, essas sim são as verdadeiras amizades construídas com o tempo.

Mas independentemente da maneira como penso eu sei que não fui correta com ambos. Hoje sem falta vou resolve isso. 

O despertador fez-se ouvir pelo quarto mas rapidamente desliguei-o para não acordar a Sam. Conseguia ouvir a minha mãe na cozinha a mexer nos pratos. Provavelmente estava a comer alguma coisa antes de ir para o trabalho. Fui em direção à casa de banho e tomei um duche rápido. Como ritual vim a pingar o chão ate ao quarto. Hoje o dia estava chuvoso por isso decidi usar algo mais quente que o normal. Como tinha deixado o meu uniforme na loja, quando lá chegasse vestia-o. Visto que a maioria da minha roupa é de verão pelo simples facto que odeio roupa com mangas, ou golas ou até casacos farfalhudos. Tudo isso não entrava no meu armário, mas eu sabia que a minha mãe tinha. Vesti a minha roupa interior e embrulhei-me num robe. Sequei o chão rapidamente para não chatear a minha mãe e fui até ao quarto dela. Ouvi a porta a bater e calculei que a minha mãe tinha acabado de sair.

Vesti umas calças de gaga escura com uma camisola de manga comprida branca com uns números à frente. Calcei umas botas e vesti um casaco verde-escuro. Quando voltei à casa de banho meti um pouco de eyeliner e um batom rosa. Agarrei na minha mochila e meti o meu almoço lá para dentro. A Sam ainda estava a dormir por isso logo quando chegar a casa falo com ela. Sendo assim primeiro vou falar com o Ashton, provavelmente à hora de almoço. A minha barriga contraiu-se e o meu cérebro entrou em parafuso quando o nome deste era prenunciado. Vou ignorar estes sintomas estranhos. Provavelmente é a fome a atacar mas depois como alguma coisa.

Fiz o meu caminho habitual até à loja e como calculava Michael já lá estava  a planear o que fazer hoje.

- Bom dia alegria!- O que caracterizava o Michael era definitivamente a sua alegria logo pela manhã. Eu cá parecia que tinha vindo de um filme de terror.

- Bom dia Michael.- Posei a mala atrás do balcão e despi o casaco. Fui a divisória da loja onde estavam dois cacifos para os funcionários e algumas coisas de limpeza. Fui ao cacifo e vesti o uniforme rapidamente. O frio fez-se sentir quando troquei as minhas calças e a minha camisola quentinha pelos calções e a t-shirt do uniforme. Tenho mesmo que falar com o Michael se não à maneira de inventarem um uniforme mais quente. Saí daquela divisão e fui ter com o Michael.  - Então como queres fazer hoje?

- Eu estava a pensar durante esta semana fazermos como fizemos ontem e na outra alteramos, que achas?- Acenei afirmativamente e ele registou no computador as tarefas e quem as fazia.- Ah já agora quero pedir imensa desculpa por ontem. Eu sinto mesmo que interrompi alguma coisa. E hoje passei pelo Aslon e ele estava em baixo.- Sorri pelo facto de ele não saber o seu nome o que o deixou confuso.

- O nome dele é Ashton não Aslon- Sorri fracamente.- E tu não estragaste nada, muito pelo contrario, quem acabou por estragar fui eu.

- Tu? Como assim?

- Oh, eu às vezes sou parva. Estava enervada e acabei por dizer o que pensava mas de uma forma não muito apropriada e acho que acabei por o magoar. Eu simplesmente não acredito numa amizade de dois dias. Essas amizades não costumam durar muito e nem são verdadeiras na maioria das vezes.

- Todas as amizades começam assim, do zero, e depois vão evoluindo. Não podes pensar que só por se conhecerem à uns dias não possam ser grandes amigos no futuro. Eu sei que lá no fundo tu pensas o mesmo que eu. Acho até que estás a criar esta situação de "amizade não verdadeira" porque não o queres deixar entrar. A grande questão é porque não o queres deixar entrar.- Baixei o olhar para o balcão. Poxa porque é que ele tinha que ter razão? - Eu não te quero forçar a falar disso mas acho que não devias ser assim com ele. Se queres uma opinião o tipo até que é boa pessoa e eu sei que o achaste bem atrativo, se é que me entendes. - Começou a mexer a sobrancelha direita numa maneira estranha e eu sorri com a sua afirmação.

Green eyes ∞ Ashton IrwinOnde histórias criam vida. Descubra agora