Capítulo 2- Irmã desaparecida

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Acordei com o som do despertador do quarto ao lado. Ouvia água a correr na banheira mas não me dei ao trabalho de me levantar. Uns minutos mais tarde a minha mãe veio me dar um pequeno beijo na testa e seguiu o seu caminho para o trabalho.
Acordei por volta do meio-dia e meia totalmente sozinha . Procurei a Sam por todo o lado mas ela não estava em casa. Talvez tivesse saído com a minha mãe. Mas isso não faz sentindo. Ainda por cima a minha mãe ia trabalhar. Então onde é que ela se tinha enfiado? Estava prestes a dar-me um piri paco. Liguei para o telemóvel mas este estava desligado.  Comecei a andar em círculos a volta da mesa pequena da sala. Mas onde é que ela foi sem me avisar?  
Vesti umas leggins pretas o mais rápido que consegui, vesti uma camisola dos Nirvana e um casaco de tropa e saí a correr  de casa. Nem tive tempo para me pentear. Parecia uma mendiga toda descabelada e de cara deslavada.  Procurei em todos os lados em que fomos ontem e nada. Estava preocupada e pronta a ligar a minha mãe mas não a queria preocupar e ainda a por cima era o seu primeiro dia de trabalho. A última coisa que ela precisava para se stressar era saber que tinha a filha mais novas desaparecida. Estava em total desespero. Comecei a pensar começar a ligar para todos os hospitais da zona e arredores mas provavelmente não ia entender patavina do que eles iam dizer. Merda para a minha burrice aguda. Sentei-me com a cabeça entre as mãos. Mas onde é que a miúda me foi se enfiar?
O meu telemóvel vibrou freneticamente no meu colo. O número era desconhecido mas mesmo assim abri a mensagem.
" Estou com a tua irmã.  Não te preocupes está tudo bem. Se quiseres podes vir ter ao café "East shore" 
Calum.
Ok percebi a palavra café, irmã, e o nome supostamente do rapaz. Espera aí?!
Mas o que é que a minha irmã faz com um gajo?  Ainda por cima nem me atende o telemóvel.  Menina Sam vamos ter uma daquelas conversar que andas a evitar ter com a mãe. 
Saltei do banco à procura feita maluca do café onde a minha irmã hoje ia derramar sangue. Tentei pedir indicações mas porque é que eu ainda tento se não entendo nada do que eles dizem? Apenas algumas palavras mas nem sempre é o necessário para compreender.  Acho que finalmente caí na realidade que tinha mesmo que aprender esta língua estúpida.
Ao fim de uma hora percorri o parque central e lá encontrei o café escondido por detrás de algumas árvores. Parecia ser um sítio agradável. Suspirei de alívio quando encontrei a cabeça castanha da minha irmã.  Ao contrário de mim ela era pálida e cabelo castanho claro como a minha mãe. Já eu era parecida com ignorante do meu pai. Tinha olhos pretos e uma pele morena. O meu cabelo também era preto mas porque assim o decidi pintar quando fiz 18 anos.
Corri até a esplanada. Mal a minha irmã me viu levantou-se e eu abracei-a como se não a visse a anos. Só ao fim de uns 5 minutos enquanto ela sorria e dizia que estava tudo bem eu larguei-a. Afastei-a um pouco de mim à procura de algum estrago mas estava bem, pelo menos aparentemente.
- SAMANTA SOUSA MAS O QUE TE DEU NESSA CABEÇA OCA PARA ME DESAPARECERES ???
Algumas pessoas olharam para mim e eu fiquei um pouco envergonhada por ter falado demasiado alto mas nestas alturas não conseguia mesmo controlar. 
- Desculpa Mags mas foi sem querer. Desculpa ter-te preocupada desnecessariamente. 
- A Sam e eu encontram-nos na rua e eu trouxe-a a passear e para ela conhecer alguns dos meus amigos.- Olhei para a mesa e o rapaz atraente do outro dia estava a falar comigo? Oh merda. Ele fala comigo e eu nem entendi o que ele quer dizer. Quando sair desta a Sam vai ter que me dar aulas.
- Se quiseres podes te sentar ao pé de nós.- Um rapaz moreno falou. Também era bastante giro mas parecia ser bastante mais novo que eu. A Sam olhou para mim e começou a puxar o meu braço na direção deles mas eu recuei deixando-os trocarem uns olhares confusos entre eles.

- Eu não quero ir, vou antes para casa.

- Porquê? Era uma boa maneira de te começares a integrar aqui. - Revirei os olhos e encostei-me a uma parede de pedra.- Qual é o teu problema? Sabes que se mostrasses um pouco de entusiasmo por estares aqui não te fazia mal nenhum.

-Ai é que está, eu não quero estar aqui! É muito difícil de entender?- A Sam olhava-me triste mas não liguei nenhuma. Virei costas tentando encontrar o caminho para casa novamente.

Green eyes ∞ Ashton IrwinWhere stories live. Discover now