Capítulo 28-Heart by Heart

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-Mags tu sabes quem eu sou, e eu era incapaz de te magoar. Tudo o que eu quero é curar-te. Juntar cada pedacinho solto e construir-te de novo. Eu sei que o momento é horrível mas tu sabes o que sinto por ti, eu nunca te escondi. Eu amo-te Margarida, desde o primeiro dia que te vi, naquele supermercado.

-Ashton eu -

-Eu sei, não precisas de dizer nada, eu apenas precisava de dizer o que sentia de uma vez por todas.

-Não é isso é que eu nunca fui capaz de voltar a dizer essa palavra depois do Duarte. É como se o amor para mim tivesse deixado de fazer sentido por isso essa palavra para mim também deixou de ter significado. Eu não sei se um dia ou voltar a conseguir dize-la, mas quero que saibas que não é por não a dizer que eu não am-gosto de ti, muito

- am-gosto de ti parece-me bem. Eu também am-gosto muito de ti Meggy.

- Eu nem acredito que isto está mesmo a acontecer.- Digo ainda junta ao peito de Ashton. Este estava com uma mão na minha cintura e outra passeava ao longo da minha cara, tirando aqueles cabelos teimosos que insistiam em voar-me para a cara.- No meio de tanta coisa má finalmente uma coisa boa.

-Mags? - Chama-me com voz sumida. Olhei-o nos olhos e consigo ver perfeitamente o que é que ele me ia perguntar. Acho que nos conhecemos tão bem que nem precisamos de falar nada para que nos percebamos um ao outro.

-Eu sei o que estás a pensar Ashton...nem quero pensar nisso por favor.

-Mags é inevitável, temos que falar sobre isso. Por favor não vás embora, não vás com o teu pai para Portugal, não me deixes aqui sozinho.

-Ashton por favor não tornes as coisas mais difíceis...Sabes que se eu pudesse eu ficava mas é a vida e a liberdade da minha mãe que está em jogo. Há muita coisa em jogo.

-Eu sei, peço desculpa por ter insistido. Mas não o estou a fazer por crueldade ou de querer ver a tua mãe na prisão,  porque acredita não quero mesmo que isso aconteça,  mas aquele homem não é nada a ti a não ser o teu progenitor. Ele não te criou, não sabes o que gostas e o que odeias, não teve na tua mesa-de-cabeceira a noite toda quando estavas com febre ou lia-te livros quando tinhas pesadelos. Ele não teve presente quando mais precisavas, achas que consegues aguentar tanto tempo com um homem que quase nem conheces?

-É a única salvação da minha mãe, mesmo que isso me custe muito, eu tenho que fazer por ela Ashton.

-Tu ainda tens tempo para mudar de ideias. Só quero que penses no que te vou dizer, à mil e uma maneiras de as coisas se resolverem e ir com o teu pai é uma das soluções que encontraste.

-Ashton, eu já me decidi, eu vou para Portugal...hoje.

-Hoje?- Perguntou com uma tristeza tão grande. Custa-me tanto vê-lo assim, ainda por cima sou eu que o estou a magoar. Só sei fazer porcaria. - Quando?

- Ele vem ter aqui a casa à uma da tarde para tratar do nosso acordo. Mal eu saiba que a parte do acordo dele foi cumprida partimos.

-Hmm. - Olhou para o relógio que trazia ao pulso e sorriu. Um sorriso forçado. Ele estava a sofrer eu conseguia ver nos olhos dele e o pior de tudo é que não à nada que possa fazer para o consolar, dizer que tudo vai ficar bem quando na verdade eu nem sei como vai ser a minha vida daqui para a frente. - É meio-dia e meia...

-Eu devia ir arrumar as minhas coisas.- Ainda estávamos de mãos dadas à espera que o silencio nos dessem respostas. Ele levantou levemente o meu queixo fazendo-me olha-lo nos olhos.

-Vamos, eu ajudo-te a fazer as malas.

-Obrigada Ash. Por tudo.

Afastei-me um pouco de Ashton para poder procurar as chaves de casa na minha mala. Depois de as encontrar começamos a caminhar para a entrada principal da casa. Mal abri a casa um calafrio fez-se sentir pela minha espinha acima.

Green eyes ∞ Ashton IrwinNơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ