Capítulo 30- Eu vou voltar

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- Oficial, Fernando, encontramos algo que pode levar às vítimas.- Tanto eu como o policia que me estava a interrogar viramo-nos para ver o que o outro tinha encontrado. Era um simples envelope, um pouco amachucado mas dava para perceber o que estava la escrito.

- Isto é uma ameaça. O envelope é demasiado grande para conter só uma carta com duas linhas. Falta aqui alguma coisa.

-Talvez a arma que encontramos.- Faz sentido. Ele queria ver a mãe da Mags presa, porque que não armar isto tudo? Faz sentido! Ele plantou as provas todas para a polícia encontrar mas esqueceu-se de um pormenor, livrar-se da carta. A carta pode não levar diretamente a ele como suspeito mas leva a probabilidade de que havia alguém que sabia da situação toda e ser considerado cúmplice no crime.

- Eu sei quem mandou isso.

-Jovem, não sei se sabes, mas fazer acusações dessas é muito grave.

-Estas acusações tem fundamento. Tanto que sei quem fez isso como sei quem levou a Margarida e a Samanta Sousa.

- Tem mesmo a certeza no que está a dizer?

-Absoluta. - Dei os dados todos que sabia em relação a ele ao polícia responsável pelo caso.

- Avisem as autoridades. Quero a cidade virada de pantanas á procura desse homem. Lancem um alerta, não queremos que ele saia do país.

#MargaridaPov#

Senti-a me fraca. A minha pele estava fria do contacto com o chão frio. O armazém também estava frio o que não ajudava muito a evitar os tremeliques pelo meu porco. Tentei abrir os olhos mas a intensidade da luz era demasiado grande para os abrir assim de uma vez só. Fui abrindo devagarinho para me começar a habituar àclaridade do espaço. O pequeno corpo da Sam encontrava-se encostada a mim, mas acho que ela não reparou que tinha acordado. Tentei falar mas um sabor estranho a ferro fez-me grunhir de desagrado. Aquele tipo tinha-me batido com tanta força que tinha sangue pisado na boa. Cabrão! Assim que me tentei endireitar a Sam salta.

- Mags, estás bem? Estava tão preocupada, tu nunca mais acordavas.- Não demorou muito para ela me abraçar e começar a chorar. Ela já estava a precisar de deitar tudo cá para fora.

-Um pouco dorida mas estou bem. E tu, como estás?

- Até à pouco estava em desespero por não acordares. Sabes que deves ter estado uma meia hora desmaiada não sabes? Deixaste-me preocupada.

-Desculpa Sam...tu sabes por tudo.

- Sabes que eu não te consigo odiar. Mesmo que o diga, eu não te odeio. Como se isso fosse possível, és minha irmã e eu sei que me querias proteger apenas não aceitei a tua forma de resolveres as coisas sem me consultares. Desc-

--Não te atrevas a desculpar Sam, aqui quem se tinha que desculpar por ter feito porcaria sou eu não tu.

-Mas eu fui horrível contigo... Aquilo que te disse à pouco tu não merecias ouvir.

-Tu também não merecias estar a passar por isto Sam. – Ela suspirou e abraçou-me contra o seu peito. Senti que aquilo poderia ser um abraço de que estava perdoada. - Algum daqueles porcos de merda voltou a aparecer?

-Não, mas acho que deve haver confusão para aqueles lados. Ainda não pararam de discutir. Provavelmente estão a falar do julgamento.- O julgamento da mãe.

-Que horas são?- Pergunto sobressaltada.

- Não sei, mas pela claridade que passa pela janela pequena já deve ser fim de tarde.

Green eyes ∞ Ashton IrwinWhere stories live. Discover now