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Souza

Paro de prestar atenção mais uma maldita vez quando Lisandra sussurra algo no meu ouvido, a verdade é que desde que essa filha da puta chegou, eu não tiro o foco dela, parece até imã, mermão. Observo Gabriela conversar com a amiga e fingir que nem aqui eu tô, tá pagando de maluca e isso tá me deixando num ódio fudido por ela. Desço meu olhar e analiso o vestido no corpo pequeno, os saltos que deixam ela gostosa demais e a bunda grande que fica bem visível e marcadinha no pano.

Ela me olha como quem não quer nada, e depois disfarça olhando pra outro canto e fica sorrindo de lado com aquela cara sonsa que ela tem.

Aperto a cintura de Lisandra com minha mão e tiro o foco da Gabriela de novo, olho pro meu lado direito vendo Leni puxar uma cadeira pra sentar do meu lado, falou que tinha uma ideia pra trocar comigo e chegou faz uns minutos atrás.

Leni: Dono do Cantagalo tá com suspeita de X9- levanto uma sobrancelha pro comentário sem nexo, porque eu não tenho vínculo nenhum com os de lá- deixa eu explicar, pô, tá me olhando com essa cara séria.

Eu: A merma de sempre- mexo no nariz e olho vagamente pra Lisandra que eu já tô na intenção de mandar vazar.

Leni: Posso continuar?- ajeito minha corrente e olho pra ele serinho- o dono de lá é meu parceiro, tá ligado? só que ele tá meio travado em descobrir quem tá de má fé com ele, só os de confiança pra ele tem acesso ao dinheiro das bocas, mas ele não tá botando fé que eles fizeram isso, aí vim pedir uma opinião tua, sei que tu é esperto pra caralho e vou ganhar uns ponto com ele, pelo seu ponto de vista.

Passo a língua no cantinho da boca e diminuo um pouco os olhos encarando ele. Pego o baseado da mão do Paco e dou o primeiro trago.

Eu: Fazendo de tudo por teu interesse.. como sempre- confirmo e olho pra Lisandra no meu colo, dou dois tapinhas na bunda dela, fazendo ela perder o foco da conversa que tava tendo com G e os da roda.

Lisandra: Oi?

Eu: Vai dar uma volta- mando e ela me olha confusa, mas logo confirma e levanta do meu colo. Ela ajeita a bolsinha no ombro e melhora a postura quando chega perto da Gabriela e Rebeca, que agora conversam com Marinho, membro da facção.

Analiso o cara serinho e passo a língua nos lábios fitando a Gabriela, ela se entretém na conversa com o moleque e passo o dedo nos lábios quando ele chega perto dela pra falar algo no seu ouvido, ela olha pra ele com os olhos brilhando e eu nego com a cabeça e confirmo serinho, palmeado essa parada. Jogo o restinho do cigarro no chão e piso em cima.

Volto a atenção pro Leni que já entrou na conversa dos menor, ele percebe que já mandei Lisandra sair pra gente continuar a conversa.

Leni: Vai me dar uma ideia do que fazer? o cara pode até comandar uma favela forte, mas administra mal pra caralho- se refere ao dono do Cantagalo.

Eu: Manda ele convocar só os que recebem a grana e os que fazem a contenção pro dinheiro chegar até ele. O foco tem que ser nesses, o resto tu se vira pra pensar- encaro ele que confirma e se levanta pegando o celular e fazendo uma ligação.

Dei a faca e o queijo na mão, vagabundo conseguir um cargo com os da alta na minha custa, não vai mermo.

Olho pra minha direita, quando ouço uma discussão se iniciar, vejo Rebeca jogando algum tipo de bebida na cara da Lisandra e ela limpar no mesmo segundo, mas parte pra cima da Rebeca e as duas começam a iniciar uma briga, me levanto e ajeito minha arma na cintura, abaixo a blusa e me aproximo delas girando a dedeira. Paro de andar e observo as duas que se agridem sem postura nenhuma, olho vagamente pra Gabriela que chama pela amiga, mas não se mete na briga.

Vejo G passar por mim e tentar puxar Rebeca pelo braço, mas é inútil e ele tenta usar a força com ela, olho por cima do meu ombro e dou sinal pro Paco apartar as duas e tirar o G de cima, sem que ele machucasse ninguém. Paco segura no braço de Lisandra e puxa ela pra trás, fazendo ela quase perder o equilíbrio dos saltos, mas não cai.

Paco: Chega, caralho, tão pior que galo de briga- Lisandra passa as mãos no rosto arranhado e Paco solta ela.

Rebeca: Tira essa vagabunda daqui, G- fala pro irmão que olha pra mim.

Eu: Paco, desce com ela e me espera no carro- dou a ordem pra ele levar ela e segurar até a hora de eu ir.

Ele desce atrás e Lisandra sai arrumando os cabelos bagunçados.

Eu: Qual foi da parada?- pergunto pra Rebeca me referindo a briga e ela se recompõe, foi a que menos apanhou.

Rebeca: Esquece isso, assunto nosso, mas coloca ela no lugar dela, quer vir crescer as asinhas de frango dela aqui, não vai mesmo- confirmo serinho e passo a língua nos lábios. Se não quer falar o proceder, particular dela.

Olho pra Gabriela que me encara, mas dessa vez não desvia pra me provocar igual antes. Mas isso logo acaba quando ela levanta uma sobrancelha e vira o rosto passando a língua pelos dentes.

Maldita do caralho.

Desço as escadas e sigo pra rua, vendo ela quase vazia por conta do horário, vou até meu carro e enterro meu boné na cabeça e olho serinho pra Lisandra, aponto com a cabeça pro lado, pro Paco se afastar da gente e ele confirma saindo com o fuzil.

Eu: Te convido pra uma parada só com os íntimos e tu dá um vacilo desse- coloco minhas duas mãos no bolso e passo a língua nos lábios encarando ela, nego com a cabeça e dou um sorrisinho de lado. Que porra eu fui inventar.

Lisandra: Ela quem começou, eu juro, ela já tava me olhando torto desde que eu cheguei aqui- mexo no nariz e olho pro lado na rua, tirando os olhos dela.

Eu: Não quero saber, caralho, agora sai daqui e eu não quero ouvir teu nome por uma semana- dou sinal pro Paco e ele se aproxima montado na moto, foco no rosto dela mais uma vez antes dela subir na moto e virar a rua mais pra frente.

Escuto vozes atrás de mim e vejo Marinho, saindo com a Gabriela no portão, me aproximo deles lentamente ajeitando a gola da minha camisa e o meu rolex no pulso, e escuto ele mencionar que levaria ela pra casa.

Eu: Pode voltar, eu levo- aponto com a cabeça lá pra dentro e ele olha pra Gabriela.

Não tiro meus olhos dele, que mostram que ele quer me contrariar, mas não tem a porra de coragem.

Marinho: Suave, depois me passa teu número?- ele pergunta pra ela, levanto uma sobrancelha e passo a língua no cantinho do lábio ao ouvir.

Gabriela: É claro, se quiser, eu passo agora- ela tenta se aproximar dele, que está perto do carro e eu puxo seu braço, levando ela até minha Audi estacionada.

Gabriela: Cara, me solta!- seguro mais firme e travo ela parada do lado da minha porta.

Seguro seu rostinho e aperto sentindo o ódio que eu tava segurando desde que ela apareceu nessa porra de resenha.

Eu: Não me testa, Gabriela, porra- falo perto da sua boca e ela segura meu pulso, por conta do meu aperto- da a volta e entra na porra do carro.

Mando falando pertinho da sua boca e solto seu rosto entrando no carro e deixando ela ali, parada por alguns segundos. Depois ela entra no banco calada e coloca a bolsa no colo, dou partida com o carro e os vidros pretos fechados.

Gabriela: Me deixa em casa- nego serinho e me encosto no banco.

Eu: Vamo trocar uma ideia primeiro- passo por algumas ruas e saio da Penha.

Minha LuxúriaOnde histórias criam vida. Descubra agora