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Gabriela

Fico parada enquanto olho ele dar ré com o carro e acelerar saindo da rua daqui de casa. Não nos falamos durante todo o trajeto de Rio das Ostras até aqui, chegando quase seis horas da manhã e não tenho nem mais o que dizer pra minha mãe, talvez agora eu deva falar a verdade de tudo. Contar todas as coisas que eu escondi e que não contei pra ela com medo dela me privar de sair, chega a ser sufocante. Eu conheço minha mãe e tenho certeza que ela não me entenderia se eu dissesse que tava aproveitando as coisas, me divertindo, e ficar com um bandido de alto patamar foi só consequência, ela não me entenderia! A real é que nem eu me entendo, não sei como me sentir depois de hoje. Meu corpo dói, meu pescoço chega arde pelo jeito que ele apertou e eu não vou detalhar nem a minha buceta.

Não sei como me sentir.. tipo, ele foi embora, mas não definitivamente, certo? daqui três semanas ele disse que volta. Então por que eu não tô feliz se eu queria isso? Eu queria tanto que ele me deixasse em paz que talvez, agora, eu não queira. Ou eu ainda quero e tô confusa, só pode ter sido o chá de pica que eu levei e ainda tô desnorteada, só pode ser isso.

Paro de observar por onde o carro saiu e me viro abrindo o portão, fecho em seguida e passo pelo quintal indo até a porta de entrada. Giro a maçaneta vendo que a porta tá trancada e bato esperando minha mãe vir abrir. Escuto a porta ser destrancada e fico confusa ao ver a Tânia abrir a porta.

Eu: Tá fazendo o que aqui? - pergunto entrando em casa. Dou uma rápida vistoria na sala, com a intenção de ver minha mãe, mas não vejo ela aqui e vou até o sofá me jogando nele, emcostando minha cabeça no encosto - cadê minha mãe?

Olho na direção dela e fecho um pouco as pernas, pra poder conter a pequena ardência entre elas, e volto a olhar pra Tânia que vem pra perto sentando na beirada do mesmo sofá que eu.

Tânia: É assim que você me trata? - ela olha pra blusa no meu corpo e franze as sobrancelhas - que roupa é essa? você tá toda molhada - me analisa toda confusa.

Eu: Peguei uma chuva intensa quando tava vindo - minto e disfarço não respondendo a segunda pergunta. Ela coloca o rosto sobre a mão que tá apoiada no encosto do sofá me encarando.

Tânia: Ah.. eu tava te esperando aqui desde uma da manhã - franzo as sobrancelhas pra ela - vim aqui pra te ver, ué. Só que cheguei aqui e ninguém me atendeu, liguei pra sua mãe e ela disse que tinha saído e você falou que tinha saído comigo e Rebeca.. só que não é verdade. Onde cê tava?

Eu: Decidi sair sozinha, Rebeca ainda tá na casa do irmão e não quis chamar ela pra sair - falo fingindo tirar alguma coisa da minha blusa, então volto a olhar pra ela - por que não me ligou?

Tânia: Eu te liguei, só olhar teu telefone aí - ligo meu celular e desbloqueio entrando nas conversas e vejo as ligações dela ali - tu podia ter me chamado pra ir contigo, tava atoa aqui mesmo.. tu tava onde que nem percebeu eu te ligar? ce sabe que é perigoso sair sem sua mãe saber - ela nega com a cabeça - as vezes você age igual criança que nem parece que tem 17 anos

Eu: Meu amor, você só é dois anos mais velha que eu, então nem tenta dar lição de moral pra mim, sério mesmo. Primeiro que não tô nem com disposição e, segundo - pontuo, mostrando dois dedos em gesto - tô tão cansadissima que só vou tomar um banho e ir dormir

Me sento no sofá, desencostando dele e bocejo olhando pros meus pés descalços e pouco sujo.

Tânia: Saiu com ele? - escuto ela perguntar baixo e tiro meu olhar dos meus pés e encaro ela - sabe que pode confiar em mim, né? pelo o que a Rebeca me contou, vocês já tão praticamente assumidos, pelo jeito que ele te trata quando cês tão na frente das pessoas - ela completa, mas continua falando - talvez ele esteja afim de você. Mas, quer um conselho de amiga mesmo?

Minha LuxúriaTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang