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Gabriela

Estranho o comportamento dela, mas eu me nego a pensar, mesmo que de forma mínima, que Tânia talvez não sinta por mim apenas o sentimento de amizade. Até porque em relação à amigas minhas, nunca tive que me preocupar com esse tipo de comportamento da parte delas, e espero que Tânia não seja exceção. Minha atenção se volta pro homem á minha frente, que eu noto ele perceber essa pequena interação minha e dela, mas ele ignora qualquer indício meu que eu tenha percebido e sinto sua mão esquerda apertar minha cintura e mudo totalmente meu foco quando ele faz isso e me aperta ainda mais contra ele quase me escondendo com seus braços em volta de mim e sinto ele dar uma leve mordidinha na parte de cima da minha orelha.

Eu: Você tá muito carinhoso esses dias, ein.. tá escondendo o que de mim? - pergunto sem outras intenções. Apenas no calor do momento e sinto ele tensionar o corpo ao meu redor. Levanto meu olhar pra ele, pela grande diferença de altura entre nós dois e ele me encara com a mesma intensidade.

Souza: Vai começar? - ele diz num tom de voz frio, querendo me colocar como a maluca da situação e eu me sinto ofendida mudando a cara pra ele.

Eu: Começar o que, cara? você quem tá aí de cara fechada pra mim atoa por uma coisa que eu nem citei na conversa. Tá no erro pra tá na defensiva assim, é? - jogo mais fogo na lenha, tentando arrancar alguma resposta dele, mas ele apenas me ignora e eu sei que deixei ele putinho. Mas a diferença aqui agora é que eu também tô.

Eu tiro meus braços ao redor dele mostrando indiferença. Mas, ao contrário de mim, ele ainda me aperta me deixando presa nele e eu tento tirar suas mãos de mim e me afastar, mas ele me impede e consigo ouvir ele abrir um sorriso ladino quase imperceptível.

Souza: Vai ficar de gracinha mermo? - ele pergunta me olhando com firmeza, agora um pouco mais sério, e eu fico quieta pra evitar confirmar, mas também por não querer que ele vá embora - eu tô falando contigo, filha da puta - ele diz, com a voz grossa, na medida certinha entre me intimidar e me persuadir, levantando meu rosto e fito seus olhos castanhos escuro.

Eu: Não é gracinha.. e eu nem sei porque a gente tá discutindo se nem sabemos do motivo, mas você é chato, gosta de ter razão e por isso a gente briga - expresso minha frustração, vendo ele ficar quieto e acho que pela primeira vez, ele vai me dar razão em algo.

Souza: É só tu parar de falar bobagem que a situação fica controlada - diz baixinho, e afasta um pouco o rosto do meu e sinto sua mão vir até meu seio passando o polegar de leve e ele disfarça conferindo se tem alguém por perto dando uma leve coçadinha na ponta do nariz com a outra mão e desce minha blusinha um pouco pra baixo pra poder ver o que ele fez em mim há umas duas noites atrás e sinto um leve calafrio assim que sua dedeira do anelar encosta na minha pele - deixa eu ver como ficou minha arte.. - ele passa dois dedos por cima da ferida, me fazendo arfar levemente. Não sinto dor igual antes, mas ainda sim é desconfortável pra caralho - dói?

Eu: Ainda sim, mas não igual antes - ele continua passando os dedos por cima, sentindo a casquinha que se criou pela ferida, que agora deixou com mais nitidez que são duas letras que têm aqui, na minha pele. Levanto meu olhar pra ele, assim que ele pressiona com mais força meu machucado e acabo fechando meus olhos pra tentar evitar sentir a dor que me pega desprevenida assim que ele se inclina na minha direção e passa a língua por todo ferimento que ele mesmo causou.

Souza: E agora.. dói? - pergunta, já sabendo claramente a resposta e abro meus olhos já vendo os seus fixos nos meus e apenas confirmo balançando a cabeça lentamente e solto o suspiro que eu tanto prendia sentindo ele soltar minha blusinha e se recompor, ficando bem acima de mim e deixando apenas o biquinho do meu peito tampado e nesse exato momento agradeço até mesmo á Deus pela rua estar praticamente vazia agora e nem minha mãe e nem Tânia estarem mais aqui fora - quero te ouvir dizer.. isso dói? - ele pergunta, e leva a mão até minha nuca, segurando com firmeza, apenas pros nossos olhares se cruzarem com mais intensidade enquanto aperta meu cabelo grudado na nuca.

Minha LuxúriaWhere stories live. Discover now