Capítulo 2

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Nicolas

-Alô.

-Nicolas?

-O próprio.

Pressiono o celular entre o ombro e o ouvido para limpar minhas mãos sujas de graxa.

- Sou do hospital Nossa Senhora... - Meu coraçao gela só de pensar no que aconteçeu.

- O que houve?
-Sua mãe... Ela está muito mal, a uma hora atrás ela ligou pedindo uma ambulância, sugiro que você venha ve-la.

Não penso mas em nada, nem aviso para o seu Adão, pego a moto que eu acabei de consertar e mesmo sem permissão saio em disparada ao hospital.

-Bom dia, posso ajudar?

-Sim, quero ver a paciente Natália Assis.

-Você é o que da paciente?

-Sou filho, por favor da pra adiantar ai ou tá difícil? - Falo com grosseria.

-Quarto 302. - Ela fala sem olhar para mim.

Pego e elevador para o terceiro andar e vou correndo para o quarto, lá me deparo com minha mãe deitada na maca com soro em suas veias, me sento ao seu lado e meus olhos enchem de lágrimas.

-Mãe?

Ela abre os olhos devagar.

-Oi meu amor...

O médico chega.

-Bom dia, sou o dr° Otávio.

-Bom dia, o que aconteçeu?

-Sua mãe teve princípio de ataque cardíaco, por sorte ela conseguiu chamar a ambulância, ela passará o dia em observação e ganhará alta a noite.

-Mãe... - Passo a mão nos cabelos ralo dela. - Algo tem lhe preocupado?

-Não Nicolas... - Ela olha para o Dr° que na mesma hora se retira do quarto.

-Fala mãe, é o papai? Dívidas?

-Você sabe Nicolas, eu ainda não superei isso, e são tantas dívidas, tanta coisa para pagar e eu sem trabalho - Uma lágrima escorre por sua face. - Me perdoa filho...

-Para mãe, eu sei que não tá fácil mas olha, as coisas estão se resolvendo pouco a pouco, Deus está conosco maezinha...

-Mas...

-...Ah propósito vou marcar psicólogo para a senhora

-Ta bom meu amor, vai pra casa se arrumar pro colégio.

Passo na mecânica para deixar a moto que peguei escondido, Não comuniquei a meu chefe o que aconteçeu, mas com certeza ganharia um belo esporro se ele souber que peguei a moto de um cliente.

Chego no colégio, paro a bike no muro e vou entrando direto para a sala, como de costume Pilar e a ruiva Aurora juntas, Yasmin e as amigas vinheram falar comigo mas eu não dei muito papo.

Aurora

-Bom dia filha. - Minha mãe fala enquanto eu me sento a mesa.

Não respondo nada e começo a tomar café, mas ela continua.

-Vamos almoçar num restaurante depois da escola?

-Quando eu sair vou no shopping com Pilar, comprar um vestido para a festa que vou Sábado.

-Que festa? - Meu pai se mete na conversa.

-Uma que eu vou.

-Você não deveria pedir permissão?

-Não! A opinião de vocês não valem de nada para mim.

-Aurora sobe pro teu quarto agora! -Ele grita.

-Não! -Mamãe se mete. - Quer dizer, Aurora pode ir a festa, não vejo problemas nisso.

Isso mesmo, não os respeito, quando eu era mais nova lembro-me que minha mãe pegou o canalha do meu pai na cama com outra, o grande empresário Jonathan Bravo com a sua secretaria, e ela somente aceitou, claro que por dinheiro.
Agora como podem me pedir respeito, minha mãe não se dar valor e meu pai é só mais um canalha.

Vou para o meu quarto e começo a me arrumar para o colégio, o garoto/homen novo que chegou na sala atraiu todos os olhares e ganhou corações, Yasmin e sua turminha já estavam atacando e Pilar também, eu me divertia olhando a cara de tristeza que elas faziam quando ele não reparava nos seios delas ou na calça jeans que realçava o bumbum, o motivo disso é um só : O menino é crente!
Isso mesmo, quem hoje em dia é crente? Já fui a missa algumas vezes mas nada a sério, cruzes.

Promete pra mim •Concluido•Where stories live. Discover now