Capítulo 24

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Aurora

-Se quiser nós voltamos depois, e você tem um tempo para pensar. - Nicolas fala na tentativa de me ajudar.

-Não Nicolas, já prolonguei de mais isso , esta na hora de enfrentar .

Solto nossas mãos, não queria ter que enfrentar isso agora, não agora. Começo a andar em passos lentos, uma angústia gigante cresce em meu peito ao lembrar daquele dia, Gustavo me deixando lá sozinha, as palavras de meu pai, o choro de minha mãe; Me aproximo e vejo dona Natália desfazendo o abraço das duas, meu pai sai de dentro do carro, na mesma hora ele me vê, congelo. Minha mãe vira e suas lágrimas começam a descer, eu a acompanho e deixo minhas lágrimas de saudade escorrerem também, limpo meu rosto com as mãos e continuo andando

-Mãe.- são as únicas palavras que consigo pronunciar. - Pai.

Corro para os braços dela, seus braços magros me envolvem e eu faço o mesmo com ela, sinto suas lágrimas molhando meu ombro, sei que sou o motivo daquelas lágrimas, a culpa é minha. Mas Deus me perdôo, agora preciso do perdão dela, do meu pai, e da Pilar. Quando nos separamos ela passa a mão em meus cabelos, olho por trás do seu ombro e vejo meu pai impecável, terno perfeito e cabelos arrumados, ele pigarreia e minha mãe entende o recado me soltando, vou até ele e dou-lhe um abraço apertado, no começo ele não retribui mas depois de alguns segundos ele me abraça de volta.

-Me perdoa minha filha. - Ele diz em meu ouvido, sei que seu ego e muito grande para que ele diga isso em alto e bom som, mas isso já é o suficiente.

-Eu que te peço perdão pai. -Ele apenas assente com a cabeça.

-Sua mãe está aqui a um bom tempo te esperando Aurora. - Diz Natália.

Olho para trás onde Nicolas está parado ao lado da mãe, minha mãe também caminha para perto de mim e meu pai que agora está de mãos dadas comigo, diferente eu sei. A sensação é estranha.

-Como vocês souberam que eu estava aqui? - Pergunto.

-A Pilar. - Ela responde. - Depois de rodarmos a cidade toda ela se lembrou que um amigo tinha te ajudado um dia e imaginou que você estaria aqui, e o diretor do colégio nos deu o endereço.

Então realmente elas se preocuparam comigo, repito para mim mesma " depois de rodar a cidade toda ". Talvez Pilar não estivesse com tanto ódio de mim assim, e nem meus pais se não eles não estariam aqui.

-Nos perdoe Natália por esse encomodo, vamos lhe pagar cada centavo que você gastou com a Aurora. - diz meu pai.

Minha mãe lhe repreende com o olhar.

-Que isso seu Jonathan, te-la aqui foi um prazer. Não é Nicolas?

Ele sorri um pouco e se apressa em falar.

-E sim, sua filha e incrível. - Sorrio e olho para o chão.

-Mãe, Pai, esse é o Nicolas, ele me ajudou bastante e me fez rever meus conceitos, se não fosse por ele não sei o que seria de mim.- Digo.

-O papo tá bom mas acho que vocês tem muito o que conversar. - Diz Natália vindo para perto de nós e me dando um abraço.

-Sim, pega suas coisas Aurora vamos para casa.

Pensei em perguntar se eu não estava mais expulsa, mas esse momento está perfeito de mais para isso.

-Vai lá Aurora, o Nicolas te ajuda. - Diz Natália.

Apenas sorrio e entro, Nicolas vem logo atrás de mim, assim que entramos ele pega minha mão e me vira para ele.

-Vai da tudo certo. - Ele diz em meu ouvido me abraçando. - Me promete uma coisa? -Concordo com a cabeça. - Você não vai mudar, vai continuar persistindo.

Promete pra mim •Concluido•Where stories live. Discover now