Capitulo 22

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Aurora

Ouço um barulho diferente, me viro para o lado, ouço vozes, reconheço a voz da Natália -como ela pediu que eu a chame- Ouço a voz do Nicolas, meu coração dispara.
Me sento na cama em um pulo, fico alguns segundos esfregando meus olhos até que o Nicolas me vê e vem até mim.

-Bom dia! -sorrio. - Você acordou cedo.

Olho para o relógio na parede e vejo que ainda são 7:34. Me chingo mentalmente por ter acordado a essa hora.

-Verdade. Pra onde você vai?

Ele usava uma bermuda cinza um pouco manchada, e uma camisa da mesma cor suja de gracha. Na hora me lembro do seu trabalho: Mecânico.

-Trabalhar.- ele senta ao meu lado na cama. - Como você pediu não vamos ao colégio hoje, quando eu chegar vamos sair.

Sorrio ao pensar onde iríamos, Nicolas não é do tipo misterioso, mas sua falta de detalhes sobre onde iríamos desperta minha curiosidade.

-Agora eu vou lá. Amanhã vamos ao colégio tá. - Ele beija minha testa.

-Sim. Até mais tarde Nicolas. - Me despeço.

Depois de alguns minutos tentando me arrumar dignamente eu decido ir para a cozinha, lá a Natália fazia algo com o cheiro muito bom.

-Bom dia, que cheiro ótimo! - Digo me aproximando.

-Estou fazendo um bolo, quer me ajudar?

Receio um pouco, não sei cozinhar, na verdade não sei fazer nada que precise se esforçar, para isso sempre tive empregadas, tive.

-Sim, o que posso fazer?

Ela me instruí a como fazer algumas coisas, eu como sempre faço uma bagunça na cozinha mas ela me entende. Sua bondade me faz lembrar da minha mãe antigamente, um dia nós resolvemos fazer o jantar juntas, por ser muito nova não tenho a lembrança muito nítida, mas lembro de como ela estava feliz naquele momento.

Quando acabamos ela mesmo lavou a louça e eu a ajudei em coisas mais simples, me senti bem em pela primeira vez arrumar minha cama, não foi fácil, depois Natália teve que arrumar de novo mas eu tentei.

-Você ainda tem muito a aprender menina. - Ela diz enquanto eu tento -TENTO- colocar algumas roupas na corda. -Seus pais, já te preocuraram?

Penso um pouco em minha resposta, minha mãe já devia ter rodado a cidade toda atrás de mim, ou não.

-Não que eu saiba. - Digo - eu esqueci meu celular em casa, e ninguém sabe que estou aqui.

-Você não acha que está na hora de você aparecer? Uma mãe se preocupa muito com uma filha.

-Minha mãe não, ela não é assim igual a senhora. - Digo seca. - Ela já fez muita coisa para me entristecer, e sem dúvidas não se preocupa comigo.

-Talvez não seja assim como você pensa.

As palavras dela me levam de volta para nossa briga, quando eu disse aquelas palavras, ela me disse que não foi como eu penso, então como foi!? Por que ela não me contou então? São tantas dúvidas para poucas respostas.

-Mudando de assunto. - Ela diz. - Nicolas me contou que vocês vão sair hoje.

-Sim. - Sorrio - Queria saber para onde, mas ele não me conta.

-Ele deve te levar na praça que ele ia com o pai dele. - Ela fala, olho para sua face e vejo seu sorriso desmontando, nunca ouvi falar do pai dele, também creio que não era a melhor hora para perguntar, mesmo assim pergunto.

Promete pra mim •Concluido•Where stories live. Discover now