Capítulo 4

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Aurora

Uma semana se passou, todos os dias foram torturas vendo o Nicolas na escola, confesso que um sentimento começou a surgir mas nada que eu queria levar adiante, todos os dias quando ele se senta ao lado de Yasmin meu coração arde em raiva.
Meu pai continuava o mesmo idiota de sempre, vivendo de aparência, talvez eu não seja tão diferente dele, vivo minha vida mantendo aparências de uma menina feliz mas a verdade é que não passo de uma hipócrita.
Vou ao banheiro e começo meu banho, a festa do Nathan começaria as 22:00 horas, eu decidi por dormir na casa da Pilar;

Às 21:30 eu estava totalmente pronta, um vestido preto colado com um salto agulha, meus cabelos soltos com cachos nas pontas, e uma maquiagem que deixa qualquer marmanjo de queixo caído, espirro um pouco do meu novo perfume e vou descendo às escadas.

-Então você vai mesmo né? - Meu pai fala, ele está sentado no sofá fumando seu cigarro.

-Porque não iria?

Paro em frente a ele com uma cara de deboche, eu anseio por sua resposta mais do que ele possa imaginar.

- Aurora você sabe que não precisa ser assim...

Um nó se forma em minha garganta.

-Pra que isso Jonathan? Eu e você sabemos que nossa família é uma farça para a sociedade, não precisamos fingir aqui dentro.

Esperei por sua resposta mas nada saia da sua boca além da fumaça do cigarro, meus olhos começam a se encher de lágrimas, realmente não precisava ser assim, mas eu não posso perdoa-lo, antes que ele perceba minhas lágrimas eu pego a chave da moto e saio.

Estaciono a moto e vou entrando, Nathan realmente não brinca em serviço, a festa estava fantástica!!!
Fui logo pegando minha pulseirinha que indicava que eu podia beber de graça, eu não bebo mas hoje eu queria esqueçer meus problemas.
Em meio as luzes piscando vejo Pilar ficando com o Michel.

-Uma caipirinha por favor. - De todas as bebidas caipirinha é a menos pior para mim...

Encontrei Yasmin, Láis e Carla dançando e lá ficamos dançando por um bom tempo, como poucas vezes eu me sentia imbatível, o som da música entrava por meus ouvidos me fazendo vibrar, a cada gole da minha bebida eu me sentia melhor ; Uns meninos da 3001 nos olhavam, não demorou muito eles se aproximaram, o Gustavo era o mais bonito, começamos a dançar juntos na mesma sintonia, nossas bocas a essa hora já estavam grudadas...

...

-Coloca na boca você vai gostar ruiva.

Pensei um pouco, nunca usei nenhum tipo de droga antes mas hoje tudo está permitido, Balinha também nem é tão forte. Aceitei.

...

-Amiga, você tá bem? - ouço a voz da Pilar.

-Qual foi ruiva. - O Gustavo falava debochado.

Se passaram alguns minutos em que eu não vi nada, só me lembro do grito uníssono dos dois.

-ECAA!!!

-Leva ela pra casa!

Minha garganta queimava, olho ao meu redor para ter certeza que estou no jardim somente com Gustavo e Pilar , os dois me ajudavam a me manter de pé, olho para o chão que está repleto de vômito.

-Tchau.

Falo e saio andando sem pensar, enquanto ando em direção a saída observo Pilar indo novamente ao encontro de Michel, Gustavo também não demoraria muito para achar outra ficante, olho para o relógio em meu pulso que marcam 00:12, subo na moto e dou partida, no começo consegui me manter firme mas as luzes e os faróis dos carros me deixaram ainda mais tonta.

-Droga!!!

Paro a moto em uma esquina pois sei que se eu continuasse iria aconteçer um acidente, subitamente a vontade do vômito volta, minha cabeça está latejando, me encosto em um muro e fecho meus olhos.

Nicolas

Sábado finalmente chegou, o dia foi proveitoso, Trabalhei pela manhã, a tarde fiquei com minha mãe para dar um descanso a Priscila, a noite fui ao culto jovem para adorar um pouco ao senhor.

...

-Nicolas você sabe que eu não gosto de incomodar.

-Nem eu mãe, mas não temos saída.

Ela estava odiando a idéia de descansar enquanto a Priscila dava um jeito na casa para ela, mas enquanto eu não tenho tempo e o jeito.

-Filho eu me sinto um peso.

-Fica calma mãe, logo logo eu começo a pagar alguém para ficar aqui com a senhora. Falando em pagar eu vou lhe dar o dinheiro para o psicólogo tá.

Ela me olha com aquele olhar de mãe, aquele olhar que nos mostra um mundo novo, eu sabia que para ela seria difícil aceitar todo o meu dinheiro, mas para mim é um prazer ajudar em casa.

-Chega de papo, vamos dormir!

Ela arruma minha cama enquanto eu escovo os dentes, meu celular começa a tocar, olho no visor, chamada do seu Adão às 23:10.

- Alô.
-Oi Nicolas, desculpa a hora ai.
-Tá, pode falar.
-O carro de um amigo meu parou la na rua Veneza, eu estou ocupado e queria saber se você podia ir pra mim.
-Poxa patrão... - Eu odeio deixar meu patrão na mão, mas já era tarde da noite.
-Por favor Nico, quebra esse galho, eu pago por fora...
-Não precisa pagar não, vou pegar umas coisas aqui ja já apareço lá.

A rua não era tão longe de minha casa então daria para ir à pé, coloquei uma roupa mais apropriada e avisei minha mãe, no começo ela implicou com a hora, mas ela sabe o quanto eu gosto do meu trabalho.

...

-Prontinho seu Ferreira!

falo assim que acabo o conserto do carro, não foi nada muito complicado.

-Brigadao filho, quanto te devo?

-Nada seu Ferreira, que isso.

-Não Nicolas, toma.

Ele deposita sobre minha mão R$70,00.

-Brigado viu, deixa eu ir lá pois já é tarde.

Olho para o relógio que já marca 00:15. Ele até que tentou me oferecer uma carona mas não achei necessário.

Enquanto eu caminhava pelas ruas geladas, vejo uma menina vomitando o chão todo, de início acho nojento, mas logo percebo que essa menina era a Aurora.
Ando em sua direção, ela que nem me vê encosta sua cabeça em um muro e fecha os olhos.

-Aurora, você está bem?

Ela não responde, como não sei onde é sua casa eu resolvo leva-la para minha casa, minha mãe saberia oque fazer.

Abro a porta, como de costume minha mãe ainda não dormiu a minha espera, mas se surpreende ao ver Aurora em meus braços, ela que dormia tranquilamente nem poderia imaginar que passaria a noite aqui.
Mamãe trocou suas roupas por uma camisola e deixou que ela dormisse no sofá.
Durante toda noite a imagem triste de uma das moças mais lindas que Conheçi se acabando de vomitar de tão bêbada não saia da minha cabeça, lá ela estava vulnerável a qualquer estuprador ou algo do tipo.

Adormeço pensando nela...

Galera, a partir daqui a história começa a tomar seu rumo.
As pastagens serão SEGUNDA/QUARTA/SÁBADO.
obrigada por cada voto viu, pelo que tenham paciência com a Aurora, rs.

Promete pra mim •Concluido•Where stories live. Discover now