capítulo 9

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Capítulo 9.

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Anne.

Eu não sabia o que pensar nem dizer.

Fernando, Jonas, Alessandra e Rafael estavam Entrelaçados a uma teia de aranha repleta de dilemas e Sofrimentos aos quais tinham um alto poder destrutivo.

E o pior, era que eu também estava envolvida em todos aqueles dilemas.

Eu estava praticamente sufocada, colocando-me no lugar de meu paciente.

-senhor jonas, por favor me diga que tudo isso não passa de delírios da mente adoentada do seu filho. Supliquei por Fernando, meu envolvimento emocional com o paciente já havia tomado proporções absurdas, me fazendo por um instante querer levá-lo a qualquer lugar onde pudesse esquecer todos aqueles infortúnios.

Espiritualmente, uma onda de questionamentos me atingiu, eu queria entender os motivos pelos quais uma pessoa tão boa Parecia ter sido abandonada por deus.

Embora compreendesse que não cabia a mim questionar a Deus a respeito de nada, eu precisava de respostas e acima de tudo, tinha que ajudar Fernando de alguma forma.

A, Fernando!.

Ao olhar em seus olhos perdidos e confusos, não pude evitar que as lágrimas viessem à tona novamente.

O olhar de Jonas sobre o filho era carregado de dor, cansaço, como se a maior tragédia do mundo tivesse se abatido sobre ele.

-você não sabe o quanto eu gostaria de dizer a você que são apenas delírios, Eu também queria ter delirado a 46 anos atrás. Uma nova onda de informações estava começando a ser despejada sobre mim, desta vez, por um senhor repleto de tristeza mas que não deixava de transparecer o amor que sentia pelo filho.

"mas por quê?". "como aconteceu ?". minha indignação ficou mais evidente do que eu gostaria.

-júlia e eu nos casamos aos 18 anos. -ela poderia ter escolhido o mais rico, o mais bonito, Pois sua beleza era tão grande que até filhos de fazendeiros chegaram a se interessar por ela. -mas ela escolheu a mim, filho do caseiro de um sítio Vizinho ao que o tio dela morava. O olhar de Jonas era nostálgico, sinalizando os sentimentos conflitantes que a esposa ainda era capaz de provocar nele, mesmo após mais de 40 anos de sua morte.

-dois anos de casados resultaram na minha Juju e no meu Alê. -aqueles gêmeos pareciam ter preenchido um espaço que eu nem sabia que estava vazio dentro de mim, foram as melhores coisas que já me aconteceram. Um sorriso escapou de seus lábios Em meio às lágrimas.

-eu fazia todo e qualquer serviço que aparecia para sustentar minha família, dando o melhor de mim por meus filhos e por ela. -o irmão mais velho de júlia era garimpeiro, e quando meus filhos estavam prestes a completar 4 anos, me convidou para garimpar também. -não hesitei em aceitar, sabia que se tivesse sorte, melhoraria e muito a vida da minha família. -geraldo foi criado pelos meus pais, filho de um casal de drogados, sempre batia lá em casa quando era menorzinho, mais ou menos uns 5 anos, para pedir comida pois os pais gastavam tudo que possuíam com drogas. Ao mencionar o nome de Geraldo, o olhar do Idoso simplesmente escureceu de forma inexplicável.

-meu pai um dia resolveu pegá-lo para criar, ou seja, era quase como um irmão para mim, na verdade, era meu irmão.

"a júlia apresentou a irmã mais nova dela para o geraldo, a emília". "os dois se casaram e nós vivíamos como dois casais de irmãos literalmente, um casal dormia na casa do outro, nossos filhos de vez em quando passavam os finais de semana na casa deles porque os dois demoraram muito para conseguir que ela engravidasse". "eu fui lá na casa do geraldo antes de viajar e pedi para ele e a emília cuidarem da júlia e das crianças,

porto seguro.Where stories live. Discover now