porto seguro.

capítulo 20

capítulo 20.

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fernando.

faltava uma semana para o casamento de anne e rafael, quando no meio da madrugada o celular de sandra tocou.

sandra deixou sua casa antiga para miguel e rebeca,  juliana comprou um pequeno apartamento, mudando-se também, restando apenas nós dois, rafael e alessandra na casa.

"oi filho". "tá bom, vou para aí com seu pai agora, fica calmo, respira". encerrou a chamada, olhando-me com a mais completa alegria.

"o que houve amor?". indaguei, aéreo pelo sono.

"o noa já está vindo, a bolsa da beca acabou de estourar".

lembrei-me da promessa feita a miguel meses antes, levantando-me rapidamente da cama.

sandra e eu nos arrumamos de forma apropriada,  saindo de casa com o relógio marcando 3:28.

marília izaqueu, os pais de rebeca também estavam demasiadamente ansiosos.

"ela começou a sentir dor lá para as 20:30, ajudei a dar uma ritmada nas contrações e agora pouco a bolsa estourou e nós viemos para cá".

marília era doula, acompanhou todo o período gestacional da filha a distância e algumas vezes fazia viagens para ajudá-la com os exercícios presencialmente.

"além de você só a marília vai poder acompanhar ela, tem certos direitos por fazer parte da equipe de parto mas por enquanto ela só está na preparação e eu preciso meu filho que você se acalme, tanto ela quanto o bebê vão precisar de você agora". sandra iniciou o processo de tranquilização de nosso filho, que estava com os nervos a flor da pele.

"mãe, eu não sei se eu vou dar conta, a senhora não quer ir no meu lugar?".

"ei ei ei ei, calma aí!". "tudo bem, eu não estava no seu parto, infelizmente não pude acompanhar ele mas acompanhei dois nascimentos e eu sei que dá medo mas agora você vai ter que tomar a posição do pai de família que você está se tornando hoje e dá apoio à sua esposa, a sua mãe não vai poder fazer por ela o que ela precisa que você faça". "você vai segurar na mão da rebeca, vai confortar ela, vai ignorar as palavras negativas que ela vai dizer porque esse negócio dói muito, não consigo nem imaginar a dor de um parto normal e no final quando ouvir o choro daquela criança tudo vai valer a pena tanto para você quanto para ela".

ele me olhou com um medo descomunal.

"você pediu ou não pediu a minha ajuda?".

"foi a melhor decisão que eu tomei na minha vida pai, obrigado mesmo, agora é melhor eu ir me preparar, ela já está indo para sala de parto".

"nós vamos ficar até o final do parto, prometi isso a você então vai".

passava das 11:00 quando noa finalmente nasceu.

"para um parto de primeira viagem até que foi bem rápido".  o obstetra constatou.

a semelhança física de rosto e dos cabelos negros com rebeca era gritante, com pai e mãe de olhos verdes apesar de ainda não ter aberto os olhos, ficava explícito qual seria a cor dos olhos de noa.

por ter nascido perfeitamente saudável,  meu primeiro neto não precisou ser levado al berçário, ficando com a mãe no quarto.

"gente, que sensação incrível!". hipnotizado por aquele rostinho, simplesmente não cabia em mim de tanta alegria.