capítulo 18

67 12 17
                                    

capítulo 18.

()

fernando.

seis meses se passaram e as coisas transcorreram na mais perfeita ordem.

a medicação foi retirada, não dependia mais dos remédios mas precisaria continuar com a terapia talvez pelo resto da vida.

não era ruim, eu de fato precisava, não apenas por já ter tido depressão mas também pelo estresse diário do trabalho e da convivência com a família.

eu e ane fizemos a leitura de um livro no período de seis meses, tamanho era o excesso de coisas que ambos tínhamos para fazer o dia inteiro.

ane escolheu para lermos o livro no tempo de deus da autora joelma ferreira.

o romance cristão narra a história de pedro e ariane, um casal que se envolveu na adolescência e por conta de uma gravidez foi afastado.

a narrativa fluida da autora aborda assuntos importantes como negligência paterna, encontros e desencontros relacionamentos abusivos e uma briga de tirar o fôlego entre duas famílias, sendo uma delas a família composta por um pastor.

aproveitamos o final da leitura para debater sobre a mesma, era o último dia de anne como enfermeira.

"alguns personagens eu quis matar, outros eu quis colocar um pouco de juízo na cabeça mas quando iniciei a leitura achei que seria totalmente diferente".

ela começou a rir.

"eu não sei você mas eu encarei como uma releitura cristã de romeu e julieta, duas famílias cheias de conflitos, que não se limitam apenas ao pedro e a ariane".
"pior que é verdade, e esse livro me ensinou tantas coisas apesar do pouco tempo de cristão". "o tempo de deus é sempre melhor que o nosso e eu acho que depois de toda a restauração que ele fez na minha vida, tanto através da psiquiatria quanto dele mesmo, só falta uma coisa para eu conseguir virar a página do que aconteceu e tentar viver minha vida suportando a dor que infelizmente causaram a mim". ""conseguiu o que eu te pedi?".

ela se remexeu na cadeira, servindo um copo de água e tomando o mesmo todo de uma vez.

"fernando, você tem certeza que quer mesmo fazer isso?".

"eu não quero anne, eu preciso". "e nossa última conversa eu apenas ouvi, agora preciso falar, para libertar nós dois desse peso".

"eu vou te ajudar mas lembre-se, nem o senhor jonas, nem o rafael e muito menos a minha sogra postiça podem saber disso". "ele alugou a casa do filho mais velho da daniele, o rapaz mora em são paulo e o geraldo mora bem perto da família dela". "vou te passar o endereço".

"obrigado por tudo". "não estou dizendo só pelo endereço, agradeço a você por tudo que fez por nós, tudo que deus usou você para fazer por nós porque sei que sem ele você não faria nada sozinha". "encontrou mais algum paciente particular ou vai voltar para o hospital?".

"vou trabalhar meio período com um paciente particular e o resto do meu dia vou deixar livre para os plantões no hospital ou para ficar em casa".meu novo paciente é esquizofrênico, lembra muito o meu pai, levava uma vida normal até perder a mãe e sucumbiu a doença de vez". "tenho muito medo que um dia ele fique assim também, é meu maior medo". dividiu comigo os seus temores relacionados à germano.

"isso não vai acontecer anne, vamos ter fé". mas se por acaso isso acontecer, seu pai vai ter o apoio de todos nós, somos todos uma família agora".

"obrigada fernando, obrigada mesmo".

"a rebeca vai ter neném daqui a três meses, eu e a sandra decidimos fazer o casamento no mês que vem, não teve pedido romântico, foi uma decisão unânime de nós dois até porque não temos mais idade para ficar fazendo essas coisas". "você aceita ser nossa testemunha no casamento civil?". "vamos chamar o pastor para abençoar a união e só isso, não vou fazer festa grande, só um almoço para família mesmo".

porto seguro.Kde žijí příběhy. Začni objevovat